O bar

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NOTAS INICIAIS

Eu disse que voltaria com uma Sakuatsu, não disse? :) 

Essa aqui é muito especial para mim. Vou postar um capítulo por semana, começando hoje. Por isso, eu pergunto: vocês preferem att às sextas ou sábados? 

Aliás, não se preocupem: todos os caps já estão escritos. Não há risco de eu parar de atualizar, fora outros tipos de problemas.

Ela é bem diferente de "Enfermaria" (que, se você não leu, só você não leu, se liga ein), com uma temática mais madura e uma escrita mais poética em certos pontos. A fic compreende consumo ao álcool, insinuação à assassinato, palavrões, cena de sexo explícita e mais de um ship. Se não gosta, não leia. 

Mais uma coisa: leiam as tags e a sinopse! Sei que parece óbvio lê-las antes de começar a fic, mas muitas pessoas não lêem. Lá estão os personagens que aparecem e os ships. 

Sem mais enrolações, vamos ao primeiro capítulo de "Linhas", Sakuatsu. É uma introdução aos protagonistas e o universo da fic. 

Nos vemos novamente lá embaixo. Boa leitura :)


— * —


O líquido descia amargo pela garganta de Atsumu.

Só não descia mais amargo que todos os dias estressantes de serviço que levava desde que terminara a faculdade de Direito. Trabalhar na Ayim Kenri era a transformação de um sonho em um pesadelo encarnado. Ter de passar todos os dias por aquelas grandes portas de vidro que indicavam a única passagem para dentro do enorme prédio de advocacia era o mesmo que entrar para sua eterna condenação.

Uma condenação que havia sido assinalada no exato momento em que cometera o pior erro de sua vida. Estava tudo em suas costas.

Parou de beber. Pousou o copo, preenchido de ¼ de absinto, com vigor em cima do robusto balcão de madeira. A respiração estava ofegante e tinha baixas expectativas de que seu corpo logo começasse a esquentar. Observou o verde da bebida, característico das ervas.

Aquela merda de verde que ele odiava. Mas ele simplesmente não conseguia parar de se afogar nele, porque ele era o mais perto de lhe deixar longe o suficiente da realidade.

Era melhor engolir aquele verde amargo do que se deixar ser completamente engolido pela vida. 

Assim que chegara no bar, pedira o de sempre: um shot de tequila. O teor alcoólico de 35% era o que usava de entrada, todos os sábados, há pouco mais de um ano.

Aqueles 35% amargavam sua boca, mas não o suficiente. O composto descia ralo pela garganta e não podia lhe esquentar como tanto queria. Não podia tirar de si a frieza que era estar naquela sala de advocacia todos os dias de sua vida e pelo resto dela.

Maldita tolerância ao álcool dos Miya.

— Você sabe que eu não vou te deixar tomar mais, não sabe?

O Miya levantou os olhos cansados.

Do outro lado do grande balcão, em um dos bares mais caros de toda a Tóquio, estava Sakusa Kiyoomi.

O cara de cabelos cacheados que costumava ser o barman favorito do Miya. Isso porque todas as noites de sábado era ele quem enchia seus copos e esvaziava sua mente ao ouvir todas as frustrações do advogado.

Aquele homem com os dois sinais na testa, que escondia o maldito sorriso atrás de uma máscara cirúrgica preta e mantinha as tatuagens parcialmente cobertas pelas mangas do uniforme ao dobrá-las três quartos. Os olhos abatidos levemente marcados por bolsas roxas.

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