The Dixon Saga - 𝒕𝒉𝒆 𝒘𝒂𝒍𝒌𝒊𝒏𝒈 𝒅𝒆𝒂𝒅

Capítulo 23 - 𝑬𝒔𝒕𝒓𝒂𝒅𝒂 𝒒𝒖𝒂𝒔𝒆 𝒅𝒆𝒔𝒆𝒓𝒕𝒂

Até quando enterraresmo um de nós?!
Até quando perderíamos quem amamos?! Até quando ficaríamos vivos?!

Essas são as perguntas que invadem minha cabeça a cada segundo, desde que enterramos Beth em um terreno e ouvimos palavras ditas por Gabriel, enquanto Maggie não parava de chorar. O que sobrou pra gente? Para onde vamos quando já não temos esperanças?
Abraham nos contou que eles voltaram por que não existia cura e nem Washington, porque Eugene mentiu, ele não é um cientista, não passa de um cara maluco que queria alguém para protege-lo e e inventou essa história, ou seja, já não tem mais nada pelo que lutar.

Noah contou sobre um lugar que iria com Beth quando tentaram fugir e só ele escapou, ele disse que foi o lugar onde sua mãe e seus irmãos foram para ficarem seguros, então decidimos ir até lá, afinal não tínhamos mesmo para onde seguir. Durante nossa saída do hospital, conseguimos um van e um carro. Eu estava na Van, juntamente com Abraham, Eugene, Tara, Carl, Judith, Rosita, Sasha,Maggie, Gleen e Carol, e Gabrielenquanto Rick, Tyresse, Daryl, Noah, Michonne estavam no carro.
Estacionamos em uma floresta, apenas o grupo do carro e Gleen iria até o local enquanto o resto de nós ficaríamos descansado e nos recuperando, afinal haviam passando apenas um dia desde a morte de Beth.

Eu estava sentada no banco de trás do carro com a porta aberta e a cabeça encostada no banco da frente, eu não estava conseguindo pensar direito, nem consegui ir falar com Maggie porque não sabia o que falar, mas acho que de certa forma me sinto culpada de não ter conseguido evitar o que houve. Senti uma mão tocar meu ombro, levantei um pouco a cabeça e vi Tara parada a minha frente, ela estava com uma garrafa com um resto de água na mão e me ofereceu, eu neguei.

- Você precisa se hidratar - ela insistiu e empurrou a garrafa me fazendo pegar

- Está bem - tomei um gole da água e devolvi a garrafa - satisfeita? - forcei um sorriso

- Ei, sei que não está sendo fácil para você e nem ninguém. Eu não a conhecia mas Maggie me falou um pouco sobre quão maravilhosa Beth era

- Sim, uma garota incrível, com um coração gigante - suspirei - umas das primeiras pessoas que me aceitou nesse grupo. É difícil Tara ver as pessoas que gosto morrendo

- Eu te entendo - ela tocou meu ombro - as vezes sinto que estou sozinha e não tenho mais pelo que lutar mas então olho para vocês e sinto que encontrei uma nova família - sorriu

- Isso você não tem razão, você não está sozinha - toquei a mão dela que estava no meu ombro - obrigada pela palavras, eu só preciso de um tempo

Tara entendeu que eu precisava ficar sozinha e respeitou a situação, eu deitei no banco do carro e fechei os olhos, acho que estava tão cansada que acabei cochilando.
Fui acordada por Daryl, já era entardecer, cocei os olhos e me levantei, estava sonolenta mas vi a expressão no rosto dele, achei que era por conta de Beth mas então recebi mais uma notícia, Tyresse havia sido mordido no braço mas não deu tempo de amputar. Senti meus olhos marejados, definitivamente não aguento mais perder pessoas, ele se ajoelho na minha frente e eu o abracei. Pensei em Sasha, em Maggie, sei o quanto é ruim perder um irmão, e ainda mais para elas que cresceram e conviveram com o delas, eles tinha amor e irmandade que talvez eu não tenha conhecido tanto com Merle mas que hoje posso ter com Daryl.
Lá estávamos nós, mais uma cova, mais um enterro, e lágrimas que já nem sei se tenho para chorar.

Voltamos para estrada, porém após algumas horas o combustível acabou e não tínhamos a onde pegar mais, o jeito foi caminhar. As horas se tornaram dias, a comida e a água também acabaram, e passamos a viver para procurar por algo. Somos um grupo de 15 pessoas contando com Judith, a procura da sobrevivência, andando numa estrada quase deserta, se não fosse pelos zumbis que sempre está um pouco atrás de nós, mas já estamos quase sem forças, então não gastamos com eles, enquanto eles não nos alcançam.

Daryl estava sozinho na floresta, o encontrei cavando um buraco, fiquei observando de longe e o vi pegar um minhoca com os dedos e levar até a boca, virei o rosto com nojo, eu sei que com a fome que estamos não temos muitas escolhas mas eu ainda sinto ânsia com certas coisas que temos que passar, ele então me viu e não disse nada, voltei a andar e vi Maggie sentada em uma árvore, chorando, eu não tive coragem de falar nada ou perguntar como está, afinal já sei que não está bem, quem fica bem depois de perder uma irmã? Então novamente apenas passei por ela e continue andando, a procura de algo que nem eu sei o que é. Continue andando, olhando pra baixo e não escutei o barulho de algo se aproximando, então quando um Walker me alcançou, tomei um susto e tropecei, caindo de cara no chão, com ele caindo por cima de mim. Consegui me virar, a tempo de impedi -lo de me morder, colocando meu braço no seu pescoço, mas sua cara estava bem próxima de mim e eu conseguia sentir o cheiro de podre. Virei o rosto tentando mante-lo longe, quando escutei o barulho de algo sendo cravado na cabeça dele, me fazendo soltar um suspiro de alívio. Joguei o resto para o lado e então vi uma mão estendida, eu a peguei e levantei. Tara havia acabado de me salvar.

- Obrigado por salvar a minha vida - disse tentando limpar meu rosto

- Deixa eu te ajudar- ela pegou uma toalhinha e passou no meu rosto - não está tão limpa, mas vai ajudar - deu um meio sorriso

Tara ficou próxima o suficiente para eu que pudesse analisa-la bem de perto, o tamanho e a cor dos seus olhos, castanhos, o formato dos seus lábios, pequenos, o tamanho do seu nariz, que parecia desenhado exatamente para seu rosto, e seu sorriso, que de alguma maneira sempre me desconcerta. O que está acontecendo comigo? Porque estou admirando essa mulher a minha frente, que até tempos atrás eu sentir raiva por ter feito parte do grupo inimigo. O que Tara Chambler tinha a ponto de me fazer sentir vontade de...beija-la?! Oh meu Deus, eu pensei mesmo isso. Ela então percebe que estou olhando-a, e então se afasta, meio sem graça e com as bochechas coradas.

- Desculpa, não queria invadir seu espaço, deveria ter perguntando antes e... - tudo bem - peguei a mão dela com a toalha e coloquei de volta no meu rosto - eu agradeço sua ajuda - ela sorriu e voltou a limpar meu rosto

Nesse instante ouvimos um barulho estranho e corremos de volta ao grupo e encontramos o pessoa com problemas com outros zumbis e fomos ajuda-los.

"Estou com medo de viver, mas estou com medo de morrer
E se a vida é dor, então eu enterrei a minha há muito tempo atrás
Mas eu continuo vivo
E isso está me controlando - onde eu estou?" - Paralyzed