Capítulo 5 - 𝑨𝒑𝒐𝒏𝒕𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒖𝒎𝒂 𝒂𝒓𝒎𝒂

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Começamos a caminhar pelos trilhos, nem sei para onde iríamos, estávamos em silêncio até finalmente Daryl falar comigo.

- Então você é a Victória...

- Aquela que seu pai vendeu, é sou eu - falei em tom irônico

- Como encontrou o Merle? Como chegou até Woodybarry?

- Merle me encontrou quando eu estava prestes a desistir e morrer de fome e água, então devo minha vida a ele - dei de ombros

- Eu não ia deixar uma Dixon para trás - Merle interrompeu - ela é nosso sangue

- Você fez o certo - Daryl pareceu orgulhoso daquilo

- Nenhum de voces dois me devem nada ok? - parei na frente deles - não tava procurando família e nem carente ok? Merle me ajudou, é meu sangue e tô junto com ele apesar dele fazer merda - eu disse com raiva - mas isso não quer dizer que somos irmãos de verdade, eu mal conheço vocês. Não quero ficar sozinha porque sei que é mais difícil mesmo eu tendo conhecimento militar

- Militar? - eles se entreolham e sorriem - você venceu na vida então

- Eu tive uma boa família e uma boa vida, então sim. A melhor coisa que o pai de vocês fez foi me vender

- É um sei - Daryl pareceu triste ao ouvir aquilo

- Então quero deixar claro, temos o mesmo sangue mas não somos irmãos de verdade, não temos nenhum laço, tô com vocês porque preciso sobreviver, só isso

- Por mim, tanto faz - Merle sai andando na minha frente

- Você é uma Dixon como nós - Daryl para na minha frente e me olha nos olhos - então quer dizer que eu vou lutar por você e com você, seja sua escolha ou não

Ele não foi gentil e nem amoroso e nem nada do tipo, disse o que precisava dizer e saiu andando, e sem que eles visse eu dei um sorrisinho, mas ele não iria saber, deve ser uma característica Dixon não querer demonstrar sentimentos. Corri e alcancei os dois, mas me mantive andando atrás deles, enquanto comecei a ouvir Merle contar a Daryl como conseguiu sair do tal telhado que ficou preso.

 Corri e alcancei os dois, mas me mantive andando atrás deles, enquanto comecei a ouvir Merle contar a Daryl como conseguiu sair do tal telhado que ficou preso

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Depois de termos saído do trilho, estávamos na floresta, encontramos um lugar para descansar. Eu aproveitei que um deles iria ficar de guarda e tirei um cochilo, depois foi minha vez de revezar. Quando amanheceu, voltamos a caminhar até que enxergamos uma ponte com carros, havia alguém  dentro pedindo ajuda,  estavam encurralados por alguns mortos. Daryl queria ajudá-los enquanto Merle achava aquilo uma perda de tempo, devíamos seguir caminho.

- Vamos ajudá-los sim - concordei com Daryl - se não quer, fica aí - disse a Merle

Daryl saiu correndo com sua besta e eu com a minha arma que tinha poucas balas. Merle veio atrás resmungando. De longe Daryl acertou dois walkers com suas flechas, eu peguei um pedaço de pau no caminho e quando cheguei perto de um, acertei ele na cabeça, mas logo um veio por trás e antes que pudesse me morder, Daryl o acertou, o agradeci com um aceno de cabeça. Havia uma mulher com um bebê e um morto estava entrando pelo porta malas mas Daryl o puxou e fechou a porta em cima dele,enquanto Merle socava o último. O homem veio até nós  e começou a nos agradecer, junto com o filho adolescente. No mesmo instante Merle entrou no carro, dizendo que ia pegar o que quisesse ali, o homem se desesperou e Daryl apontou a besta para o mais velho.

- Vaza daí agora - Merle ficou estático

- Você não faria isso irmãozinho

- Cala a boca e sai daí - e ainda apontando a besta para a cabeça de Merle, ele se virou para o homem e o filho - entrem na porra desse carro e vazem daqui

- Daryl solta isso - eu disse

O homem então correu para dentro do carro junto com o filho e deu partida no carro. Merle se virou para Daryl e empurrou com a mão a besta para longe do seu rosto.

- Não acredito que apontou a arma para seu próprio irmão - Merle parecia desapontado

Daryl não disse nada, apenas saiu andando, colocou sua besta pendurada nas costas, pegou as flechas que ainda estavam cravadas nos mortos. Eu saí andando atrás, e Merle veio em seguida, fomos entrando de volta na floresta e os dois começaram uma discussão. Merle começou a jogar na cara de Daryl que ele o abandonou naquele telhado enquanto Daryl dizia que ele procurou aquilo, dizendo que ele sempre foi um escroto com todo o grupo, mas que ele até foi atrás dele mas ele não estava mais lá, por fim Daryl disse que iria voltar para seu grupo.

- Você vai voltar para aqueles babacas que não querem seu próprio irmão lá?

- Vai se ferrar - Daryl da as costas mas Merle tenta puxa-lo e acaba rasgando sua camiseta, deixando suas costas a mostra

Eu coloco as mãos na boca quando vejo as marcas que não foram escondida pela tatuagem de asas de anjo. Merle não parecia tão surpreso com que via mas eu pudia ver que aquilo mexeu com ele.

- Eu sinto muito - Merle gaguejava - eu não achei que ele ia...

- Fazer o mesmo que fez com você? Você foi embora então alguém precisava ser o saco de pancada dele - Daryl diz sem olhar para ele enquanto arruma a camisa e sai andando

Eu entendi, aquilo eram marcas que nosso pai biológico deixou nele, desde que reencontrei Merle, tive alguns flash de lembrança, aquele homem podia ser cruel, muito cruel. Eu não passei pelo mesmo, ele não chegou a me deixar marcas assim, até porque acho que fui vendida antes que acontecesse, mas pelo jeito Daryl sofreu mais. Se aquilo doía em mim, acredito que foi pior para o Merle, ele estava se sentindo culpado.

- Se culpar agora não vai resolver - eu toquei o ombro de Merle - dá um tempo pra ele - eu pedi

- Mas ele quer voltar para aquele grupo que não vai me aceitar...não quero ficar sozinho

- Você não vai - eu disse - eu to com você mas talvez podemos tentar... nós três devemos ficar juntos e caso não dê, eu vou para onde você for

- Sabe que não mereço né garota? - ele me olhou

- Primeiro para de me chamar de garota, que eu já tenho quase trinta - resmunguei e ele riu - mas não tô aqui para dizer quem é santo ou não...então vamos logo atrás dele

Ele passou o braço pelo meu ombro e então seguimos atrás de Daryl.

"E eu estou condenado
Com uma arma contra a minha cabeça
Arma contra a minha cabeça
Sozinho eu estou." - Running

The Dixon Saga - 𝒕𝒉𝒆 𝒘𝒂𝒍𝒌𝒊𝒏𝒈 𝒅𝒆𝒂𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora