Capítulo 1 - 𝑪𝒐𝒎𝒑𝒍𝒆𝒕𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝑺𝒐𝒛𝒊𝒏𝒉𝒂

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"Vᴏᴄᴇ̂ ɴᴀ̃ᴏ ᴛᴇᴍ ᴄᴜʟᴘᴀ. Eᴜ ɴᴀ̃ᴏ sᴏᴜʙᴇ ᴍᴇ ᴅᴇғᴇɴᴅᴇʀ." - Eᴍᴍᴀ

" - Eᴍᴍᴀ

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2012

Já havia passado uns dois anos desde que a epidemia do vírus se alastrou, eu já vivi as piores coisas possíveis mas sabia que estava longe de passar. Era apenas eu e Emma, até tentamos nos juntar com alguns grupo mas nunca dava certo, ou as pessoas morriam ou tentavam nos trair e acabávamos tendo que tomar medidas drásticas. Eu encontrei em Emma uma melhor amiga, parceira, alguém com quem eu podia contar de olhos fechados e vice-versa, e eu sabia que não era apenas isso, meu coração batia mais forte por ela, mas apesar de todo esse tempo nunca tive coragem de dizer nada, por medo. Emma é uma garota doce, até ingênua, e não é por nada não, mas se não fosse eu, ela não teria durado muito nesse novo mundo, mas aos poucos ela foi aprendendo melhor em como sobreviver, pelo menos até hoje.

O sol brilhava e ardia nossa pele enquanto caminhavamos pela beira de uma estrada, mochilas nas costas, uma arma no coldre com apenas uma bala e um machado na mão enquanto ela estava com uma faca grande. Estamos há quase cinco dias sem comer e três sem água, nossos corpos estão exaustos e precisamos achar alguma coisa.
Foi quando meus olhos avistaram um posto de gasolina, e uma esperança surgiu dentro de mim, poderia ter alguma coisa ainda naquele lugar. Nos olhamos e pensamos a mesma coisa, eu sorri, entrelacei minha mão na dela e saímos correndo juntas. Assim que chegamos na porta, Emma já estava pronta para abrir, eu coloquei a mão em seu ombro.

- Espera - sussurrei - não sabemos o que tem lá dentro. Vamos com calma

- Tudo bem - ela concordou

Eu esperei ela abrir a porta mas no mesmo instante um sininho tocou, nos assustando. A empurrei para dentro e fechei a porta.

- Aí meu Deus será que ouviram? - ela me olhou com medo

- Vamos torcer que não, mas melhor ficarmos aqui dentro por enquanto. Vamos procurar alguma coisa - ela concordou

Começamos a caminhar juntas dentro daquele posto de conveniência. Sem perceber, entramos em corredores diferentes, eu achei um pacote de amendoim, vencido mas já era alguma coisa. Coloquei o pacote dentro da bolsa juntamente com uma bolacha murcha que tinha ali, nesse instante ouvi uma barulho e um grito. No mesmo instante sai correndo, procurando Emma e quando finalmente a encontrei, vi algo que paralisou minhas pernas. Havia um Walker em cima dela, estava mordendo seu ombro, parti pra cima dele com o machado e dei direto no seu crânio. Ela o empurrou para longe e eu a ajudei a levantar. Ela me olhou assustada ao mesmo tempo que gemia de dor, aquela coisa havia rasgado sua camiseta e rasgado sua pele.

- Eu vou morrer Vicky - ela começou a chorar

- Shiiiii - eu a puxei para um abraço - vai ficar tudo bem

- Para de mentir - ela disse com raiva mas com lágrimas nos olhos

Ela tinha razão, era uma mentira, ela não ia ficar bem, ela tinha sido mordida, seria questão de tempo para a febre chegar, e ela morrer e virar um daqueles. Eu estava me sentindo culpada por não conseguir protege-la, eu tinha que ter feito algo e evitado isso.

- Me perdoa - segurei seu rosto entre minhas mãos - eu tinha que ter evitado isso, te protegido - agora eu tinha lágrima nos olhos

- Você não tem culpa. Eu não soube me defender - ela me olhou nos olhos

Nos abraçamos novamente. Em seguida tentei achar algo para limpar a ferida e estancar o sangue, fiz um curativo com um pano que achei no lugar.

Já havia escurecido, com isso decidimos nos abrigar ali mesmo, afinal Emma não teria condições de sair, ela já estava queimando de febre

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Já havia escurecido, com isso decidimos nos abrigar ali mesmo, afinal Emma não teria condições de sair, ela já estava queimando de febre. Eu estava encostada na parede, com ela sentada ao meu lado e a cabeça deitada em meu ombro, ela estava com muito frio, então peguei minha jaqueta na mochila e a cobri. Acariciei seu rosto e pude sentir o quanto ela estava quente. Eu lhe dei o último gole de água da garrafa que havia encontrado e comemos os amendoins e a bolacha que encontrei.

- Eu não queria te abandonar - Emma começou a falar - desde que tudo começou, sempre foi eu e você

- Eu vou ficar bem - eu respondi - mas queria ter te protegido

- Para de falar isso - ela levantou a cabeça com dificuldade - você sempre cuidou de mim, ninguém fez tanto por mim como você - eu olhei pra ela e lá estava aquele sorriso

- Emma não sei se posso viver sem você - meus olhos estavam cheios de lágrimas novamente

- Pode sim. Você precisa sobreviver, achar um lugar, se juntar com pessoas boas

- Eu não preciso de ninguém - eu disse firme - eu só preciso de você - toquei seu rosto - você é a única pessoa que eu quero comigo - olhei no fundo dos seus olhos - já é tarde para dizer mas...eu te amo Emma

- Eu sei disso - ela sorriu - eu sempre soube

Então eu a vi aproximar seu rosto do meu, colando minha testa na dela, eu senti sua respiração quente. Ela fechou os olhos e eu fiz o mesmo e então senti seus lábios tocarem os meus, em um beijo suave. Que ironia, o momento que eu mais desejei era também o último, eu estava simplesmente me despedido da mulher que amo e que tive medo de dizer, mesmo sabendo que no mundo de agora nunca sabemos até quando vamos viver.
Emma é doce e engraçada, sempre me fazia rir mesmo quando a única coisa que eu desejava era desistir, ela segurou minha mão e me mostrou que eu sou mais forte do que penso, ela estava comigo em todos os momentos nesses últimos dois anos, ela foi a única coisa boa nessa novo mundo e agora estou perdendo-a e não posso fazer nada.

- Eu também te amo Vicky - ela susurrou antes de voltar a deitar a cabeça no ombro

Eu estava tão cansada que não percebi que relaxei meu corpo e dormi.
Quando finalmente abri os olhos novamente, já havia amanhecido, senti o corpo de Emma pesado por cima de mim, toquei seu rosto e ela estava gelada, me assustei, tentei chama-la mas ela não respondeu e então constatei que ela já não respirava mais.

- Emma não - comecei a chorar abraçada ao seu corpo sem vida

Eu sabia que agora não tinha mais nada a ser feito, mas que eu precisava fazer a coisa mais difícil: evitar que ela se transforme em um Walker. Eu então incorporei a frieza para conseguir agir, deitei o corpo dela no chão,peguei o machado e antes de acertar sua cabeça, virei meu rosto para não ver, apenas senti aquele objeto fincar em seu crânio. As lágrimas rolavam por meu rosto que estava sujo com o sangue dela.
Emma agora era mais uma na lista de tantas pessoas que já perdi, agora estou completamente sozinha.

"Preciso de um lugar para me esconder, mas não consigo encontrar nenhum por perto
Quero me sentir viva, lá fora não consigo enfrentar meu medo
Não é adorável, estar completamente sozinha?" - Lovely

The Dixon Saga - 𝒕𝒉𝒆 𝒘𝒂𝒍𝒌𝒊𝒏𝒈 𝒅𝒆𝒂𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora