Capítulo 4

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Espero que gostem e aproveitem a leitura. Peço desculpas se encontrarem algum erro ortográfico ou de digitação.

Não se esqueçam de comentar e curtir, porque é o apoio de vocês que me motiva a continuar escrevendo esta fic!

Boa leitura

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A semana havia passado tranquilamente desde o último incidente. Os pesadelos e sentimentos inexplicáveis não retornaram, e tudo parecia perfeitamente normal.

Estávamos em uma palestra em uma universidade muito prestigiada em nosso estado. E bem como o esperado, o auditório estava com sua capacidade máxima. De estudantes a curiosos, todos estavam ali para nos ouvir com atenção.

Confesso que era ótimo ver que existia gente que se importavam e queriam entender mais sobre esse mundo tão pouco explicado.

No telão logo atrás de nós três era possível ver um dos caso que eu havia investigado com meus pais... O mais perturbador até então, na época eu não entendia exatamente o que estava acontecendo, e como agir, e foi o primeiro também em que não conseguimos salvar a vítima em questão.

_ O medo é um sentimento de ansiedade causado pela presença eminente de perigo... Fantasmas, espíritos e entidades se nutrem disso - papai explicou - Como vemos, Morrice era um fazendeiro simples que estudou até a 3⁰ série, e que após possuído, falava um do melhor latim que já ouvi. Até de trás para frente - ele completa - O mesmo foi vítima de mal-tratos do pai, e sofreu muito durante sua vida... Talvez por isso um espírito das trevas se apossou desse homem tão facilmente - concluiu.

_ Caso olharem bem para seus olhos, podem ver que ele chora sangue - minha mãe retomou a fala.

_ E logo cruzes invertidas parecem querer sair de seu corpo - concluo por fim.

- Chega Drew, pode acender as luzes - meu pai pede ao nosso ajudante.

As luzes se acendem, e no mesmo instante quase todos os presentes levantam suas mãos. Alguns têm feições horrorizadas, outros apenas se sentem incomodados.

Papai aponta para uma moça sentada na primeira fila que pergunta:

_ É você mesmo que realiza os exorcismos?

_ Apenas se preciso, veja, eu não tenho uma autorização legal para prosseguir sozinho. Mas auxiliei em muitos - ele pausa - o exorcismo é perigoso, não só para a vítima, mas também para todos no recinto.

_ O que aconteceu com o Morrice? - a mesma indaga.

_ Ele tentou matar a própria esposa com um tiro... Felizmente só atingiu seu próprio braço, e logo depois atirou em si, acabando com sua vida.

_Morrice teve uma vida conturbada e não tinha muitos motivos para viver... Nem um exorcista conseguiu trazê-lo de volta. - concluiu minha mamãe.

_ O que nos leva aos três estágios da atividade demoníaca - Ele levanta a tela branca dando espaço para a lousa - infestação, opressão e possessão ‐ deu uma pausa - a infestação são os sussurros, passos, a sensação de outra presença, que se transforma na segunda fase, a opressão.

_ É nessa fase que a vítima, normalmente a mais vulnerável psicologicamente, se torna o alvo específico da entidade - a mais velha começa. Eu observo todos de cima do auditório, duas pessoas específicas me chamam atenção, um era o Padre Gordon, um velho amigo da família, e ao seu lado uma freira. A mulher pouco mais velha que minha mãe nos encarava com espanto - Ela debilita a vítima - recomeçou mamãe - destrói sua vontade. Nos levando ao último estágio. A possessão.

Logo, no fundo, mais um homem levanta sua mão.

_ Sim? - Papai pergunta

_ E vocês são o que exatamente? Digo, como são chamados?

Por um momento nós três nos encaramos, pensando como podemos nos definir.

_ Bom, já fomos chamados de demonólogos, caças-fantasmas, pesquisadores paranormais...

_ Loucos... - mamãe diz pouco atrás do mesmo arrancando risadas de todos.

_ Pirados - completo.

_ Mas preferimos ser chamados apenas de Ed e Lorraine Warren... E às vezes, é claro, temos a presença de nossa filha mais velha, Anne Warren.

E assim, a palestra é finalizada.

~*~

Havíamos chegado em casa há algumas horas, exaustos, após o término da palestra que fora um sucesso retumbante. Os rostos orgulhosos de nossos pais ao distribuírem autógrafos no final do evento ainda estavam frescos em minha mente, especialmente o brilho nos olhos de Judy, a mais nova entre nós.

Eu, Anne, recém-saída do banho, encontrava-me na cama, envolta em uma camisola de mangas longas, entregue à última página do "Diário de Anne Frank", livro que inspirou minha própria alcunha.

Apesar da hora avançada, o repouso da casa era interrompido por duas batidas suaves na porta. Em seguida, Judy adentrou o quarto, seu pijama rosa parecendo pequeno demais para o incômodo que carregava consigo.

— Posso dormir aqui? Tive um sonho ruim... — sua voz era um sussurro, carregado de temor.

— Claro que sim, ursinha. — Estendi meus braços, oferecendo o refúgio da cama.

Ela se aproximou rapidamente, buscando conforto na minha presença. Nos braços uma da outra, senti o tremor sutil que percorria seu corpo.

— Quer conversar sobre o pesadelo ou só precisa de um abraço? — Perguntei, acariciando seus cabelos em um gesto de afeto.

— Sonhei com a bruxa má... Ela me colocava no forno e queria me assar como os biscoitos de Natal. — A voz de Judy era pequena, carregada de receio infantil.

— Você sabe que eu e nossos pais nunca deixaríamos isso acontecer, né? Não precisa temer... Eu sempre vou ser sua mana que vai te proteger. — Tentei transmitir segurança em minhas palavras, apertando-a contra meu peito.

— Sinto falta da mamãe e do papai... — A confissão dela me surpreendeu.

— Mas eles estão bem ao lado do seu quarto... — Tentei recordá-la da proximidade dos nossos pais.

— Não, eu sei disso, quero dizer quando eles viajam... Sinto falta deles. — Judy revelou sua vulnerabilidade, seus olhos expressando uma tristeza genuína.

— Eu também sinto, Judy. Eles também sentem a nossa falta, mas você sabe como é importante o trabalho deles. — Procurei confortá-la, compartilhando uma perspectiva reconfortante.

— Eu sei disso... — Judy murmurou, resignada.

— Olha... Quando eu tinha a sua idade, sempre que eles ficavam muito tempo fora e eu sentia falta, eu pegava uma peça de roupa de cada um e vestia meus ursos com elas... Aí eu abraçava eles bem forte, desse jeitinho. — Compartilhei uma memória, esperando que isso pudesse trazer algum alívio.

— Você tá... me... machucando. — Judy riu entre reclamações, mas com um sorriso nos lábios. — Vou fazer isso, obrigada, mana.

Ela então se aquietou, e eu continuei a acariciar seus cabelos até que o sono a envolvesse. Entendi o que minha irmãzinha estava sentindo, e faria de tudo para ajudá-la a enfrentar seus medos.

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Anne Warren e a Maldição de Santa Luzia Onde histórias criam vida. Descubra agora