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Dia 2 de abril
Rio de Janeiro - Complexo da Rocinha

Mavi

Eu sinceramente não acredito no que eu tô vendo. Não pode ser, isso deve tá errado.

Olho sem acreditar pro resultado do exame de sangue na minha mão.

Doutor - pelo o que o seu exame mostrou e você pode ver aí, não é nada grave como eu já imaginava mas sim uma gravidez. Para saber mais informações sobre o bebê e saber também como se cuidar é importante você já marcar o pré natal - ele fala e eu continuo olhando pra folha sem reação.

Mavi - meu Deus - olho pro médico sem acreditar - isso tá certo? - ele confirma dando uma risadinha e eu suspiro - eu tô grávida - digo baixinho - eu sou uma criança ainda, como que eu vou cuidar de outra criança? - ele me olha um pouco assustado e pega a minha fixa rapidamente.

Doutor - que susto menina, pensei que ainda fosse menor de idade - rir - olha, se te conforta pra alguns filhos podem ser um sinal de recomeço, aprendizado, crescimento e até o início de uma nova vida. Eu não sei da sua história nem nada do tipo mas me parece que esse bebê vai trazer uma grande mudança na sua vida. Boa sorte! - ele deseja e eu penso em suas palavras sorrindo em seguida.

Mavi - a minha vó dizia coisas do tipo, que filho é dádiva e que sempre que tivermos saúde daremos um jeito de criar - ele concorda - obrigada doutor. Mesmo sem querer o senhor me ajudou muito - me levanto com o resultado na mão.

Doutor - não tem que agradecer, você é jovem ainda, a vida tem muito o que te mostrar ainda e esse bebê vai ser o que mais vai te ensinar. - sorrio concordando e ele me leva até a porta do seu consultório.

Me despeço dele rapidamente e saio da clínica da família ainda aérea porém feliz por lembrar da minha vó.

Minha vó iria ficar muito feliz com essa notícia apesar da minha pouca idade e eu vou ficar feliz também. Nem que seja na marra!

Caminho até em casa pensando em tudo que aconteceu e até que ponto chegou.

No fim eu acabei me lembrando da nossa noite, depois de colocar os pensamentos no lugar naquele dia eu forcei um pouco o meu celebro e me lembrei de tudo. E eu tenho que confessar, foi o melhor sexo da minha vida, tivemos o encaixe perfeito e ele me fez gozar o que só tinha acontecido por mim mesma. Resumindo, foi incrível mas fomos inconsequentes.

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Acabei ganhando folga do trabalho por ter passado mal e me aproveitei disso pra pensar no que eu iria fazer a partir de agora já que não tinha mais jeito. O remédio não fez efeito e não tem mais pra onde correr.

Tipo, até tem, mas não faz parte da minha essência então é como se realmente não tivesse.

Eu confesso estar morrendo de medo de contar pro pai, eu já sou traumatizada por não ter um pai presente e aí eu engravido de um cara que não me pagou nem um picolé é sacanagem!

Mas quer saber, que se foda, pelo menos eu vou ter feito o meu papel!

Rn

Sento no sofá da minha casa ouvindo os meus pais falarem pra caralho sobre a vida que eu tô vivendo.

Papo reto? Eu quis sair da casa deles aos 18 anos pra não ter que ficar dando satisfação mas não dá, são meus pais. Não tem essa de não dar satisfação filhão, não responde a mãe não só pra ver o tapa na orelha que vai te deixar surdo.

O recomeço do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora