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Rn

Depois da conversa no carro eu ainda parei no sacolão, lá no morro, mesmo a Maria não querem porque tava cansada eu desci, sozinho, e comprei um momento de fruta e legumes lá pra casa dela. Quando eu voltei ela tava dormindo no carro.

Eu dirigi rapidão até a casa dela, cansado também. Pô, já tá de noite mano.

Quando eu cheguei eu fiquei com mó pena de acordar ela, até porque a médica lá tinha falado que ela iria sentir muito sono. Ai eu peguei a chave na bolsa dela e saí indo tirar todas as compras do porta malas. Papo de ter mais de trinta bolsas pra guardar.

Eu fui levando várias de uma vez pra ser mais rápido e quando eu acabei eu fui pra perto do carro abrindo a porta do passageiro indo acordar ela.

Rn - Maria - chamei ela baixinho tirando o cabelo que tinha caído no rosto dela - ei, acordar - balancei os braços dela de vagar - Maria Vitória, acorda! - falei só um pouquinho mais alto e ela acordou no susto.

Maria - tá doido? Não sabe que não pode assustar grávida? - me empurrou fraco pra sair da frente dela e desceu do carro com um bico do tamanho do mundo.

Rn - desculpa preta, eu tava tentando te chamar de boa mas você não acordou - fui pra perto dela que olhava a porta de casa aberta - eu peguei a chave na sua bolsa e guardei as compras pra você não ficar carregando peso - beijei a bochecha dela e dei um cheiro no pescoço dela que se encolheu toda se arrepiando.

Maria - tá bom, obrigada - sorri vendo que ela tinha ficado com vergonha.

Rn - vamos lá que eu vou te ajudar a guarda tudo nos armários - chamei ela que concordou entrando e eu fui atrás depois de fechar o carro e o portão.

Maria - eu não lembrava que era tanta coisa - fez bico olhando as bolsas no chão da cozinha.

Rn - vai ser rapidinho, vamos lá - peguei uma cadeira sentando na frente do armário.

Maria - eu vou te falando e você vai guardando essa parte enquanto eu organizo as coisas da geladeira e do congelador - eu concordei começando.

Papo foi que a gente ficou quase uma hora ali porque ela separava as misturar todas por porções em potinhos e era muita coisa.

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Maria - até que ficou tudo direitinho - ela olhou debochada pra mim eu fingi estar ofendido.

Rn - que isso amor, sou um mestre da arrumação.

Maria - tá bom então - ela gargalhou e eu sorri - eu vou fazer strogonoff agora, se você quiser pode ficar aí pra me ajudar e jantar comigo.

Rn - não precisa de pedir muito - bati palma animado - to cheio de fome mesmo. - ela negou e foi pegando as coisas que ia usar.

O papo era que eu gostava dela de graça, as mina hoje em dia são tudo forçada. Eu nem julgo as que tão atrás de um patrocínio, se eu fosse mulher também ia querer mas pô, pelo menos faz alguma coisa que preste com o dinheiro. Uma faculdade, abre um negócio pra tu investir, sei lá.

Agora as mina aqui do complexo só querem dinheiro pra ficar se embelezando e ficar correndo atrás dos mano, aí fica passando umas vergonhas pela favela como se fosse a coisa mais bonita do mundo por homem casado e ainda fica grávida. A vá pra porra, se fosse minha filha eu mermo tinha metido a mão.

O recomeço do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora