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Rn

Olhei a papelada que tinha na minha frente sem acreditar que eu ia ter que revisar todas aquelas contas.

Rn - eu preferia tá trabalhando de clt - falei arrumando as folhas por mês.

Rossi - você não ia sobreviver um mês com um salário mínimo - disse e eu ri concordando.

Rn - mas porra, pra que mexer nisso? Já não te passaram a perna e você já não resolveu?

Rossi - eu preciso saber o tamanho do prejuízo e não reclama não que eu tô te pagando pra isso.

Rn - cadê a dona Julia pra te tirar daqui??

Rossi - disse que ia sair e saiu - falou tranquilo - acho que ela foi visitar a outra família dela. - fez a mesma piadinha que faz sempre.

Rn - teve ter ido mesmo, ninguém aguenta um velho chato que nem você por muito tempo. - falei e recebi um tapão da nuca - ai coroa, essa porra dói.

Rossi - velho chato é seu avô filho da puta - falou puto apontando pra mim - por isso que você é adotado. Vou até sair daqui pra não me estressar - falou e saiu batendo à porta e eu ri.

O coroa não aceita que tá velho. Já vai ser avó e tá achando que a vida é um morango.

Comecei a trabalhar porque se não eu iria acabar dormindo encima da mesa mesmo e aí que eu ia apanhar mesmo.

{•••}

Sai da boca já tava escurecendo e já fui direto pra casa da Maria.

Papo que eu tava ansioso pra poder ajudar com as paradas da loja e ja falei até com um parceiro meu que trabalha com isso pra me mandar uns fornecedores maneiros pra outra ver.

Por mim isso vai dar mais do que certo, vai sair uma porra boa dessa ideia aí.

Ainda mais que a mina tem bom gosto pra se vestir. Até porque eu não ia andar do lado de gente que se veste mal, né porra.

Pilotei até a casa dela e vi que tava tudo escuro, sinal de que ela não tava em casa.

Pra onde que essa mina foi?

Tentei ligar pra ela umas duas vezes mas ela não atendeu.

Não ia me estressar uma horas dessas então pulei o muro pra entrar na casa dela mesmo e quando já tava no quintal foi só emburrar a janela e entrar.

Rn - essa casa tá uma bagunça - cocei a cabeça e suspirei começando a arrumar.

Papo que eu tenho toque com limpeza, não consigo ficar com as paradas bagunçadas por muito tempo aí eu só juntei o útil ao agradável.

Fui arrumando as coisas e colocando aonde que eu achava que ela iria guardar, lavei a louça, tirei umas panelas quase vazias da geladeira, varri todo o primeiro andar e depois passei pano.

Quando eu subi eu achei que a parada ia tá mais tranquila mas a cama da Maria Vitória tava cheia de roupa, não tinha nem espaço pra ela deitar ali e a montanha faltava pouco pra  chegar no teto.

O recomeço do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora