Capítulo 109 - "Chamem o Soluço"

168 18 14
                                    

Pov. Narradora

O tempo foi passando e a medida que o horizonte se iluminava com o nascer do sol, o contorno familiar de Berk surgiu à vista, Camicazi estava exausta, suas queimaduras ardiam e sua perna doía, ela não teve tempo de olhar o motivo, mas um ferimento sangrava fortemente em sua coxa e em seu abdômen.

Enquanto as águas agitadas do oceano acolhiam o barco frágil que se aproximava de Berk, Bocão que estava indo pescar com seu filho e sempre atento à linha do horizonte, foi o primeiro a avistar a embarcação. Seus olhos se arregalaram com surpresa e preocupação, e ele correu para fora do barco e Gustav seguiu ele rapidamente.

Gustav: O que houve?

Bocão: Vá buscar ajuda, Stoico ou Astrid, seja quem for, mas seja rápido. ─ Liv, que estava voando com Spirit, passava por ali e desceu ao lado do padrinho. ─ Graças aos deuses, Liv, vá chamar seu pai e Astrid.

Liv: O que houve? ─ O loiro apontou para o barco que se aproximava cada vez mais. ─ Essa não.

Enquanto isso, dentro do barco, Camicazi lutava para manter-se de pé, seus dedos ainda firmes no leme, mas sua resistência estava se esgotando rapidamente.

A visão reconfortante do porto de Berk e Bocão se aproximando do barco, foi o suficiente para que seu corpo finalmente cedesse à exaustão, e ela desmaiou no convés, sua respiração fraca e superficial.

Bertha: FILHA, FALA COMIGO! ─ A mulher correu até sua filha enquanto uma das mulheres assumiu o leme. ─ Eu sabia que você não estava bem, como pode ser tão teimosa quanto eu.

Durante a viagem, os cuidados com os feridos foram realizados como podiam, mas Camicazi não aceitou cuidados e garantiu à mãe que ela estava bem, que precisava manter o barco estável até chegarem em Berk.

Bocão: O que houve, Bertha?

Bertha: Caçadores invadiram nossa ilha no meio da noite.

Gustav: Santo Odin!

Bertha: Só conseguimos escapar graças a Camicazi, não quero imaginar o que teria acontecido se ela não tivesse um plano de fuga.

Bocão: Só restaram vocês? ─ Ele observou o barco e pode contar em torno de 20 mulheres e 5 crianças. ─ Sinto muito por todas vocês.

Bertha: Ela precisa da Gothi, desmaiou de exaustão.

Gustav: Não foi apenas exaustão. ─ Ele apontou para a coxa da loira, que estava úmida e vermelha.Ela está sangrando.

Bocão: Cadê a Liv? ─ Ele olhou para o porto e avistou sua afilhada chegando com Stoico, logo atrás Erick vinha com Astrid e Rhaenyra. ─ ASTRID!

Astrid: O QUE HOUVE?

Bocão: CHAMEM O SOLUÇO, O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL! ─ Os aldeões arfam surpresos, a notícia da volta de soluço ainda não tinha sido revelada para ninguém, apenas Melequento contava a sua versão dos fatos como um maluco, então eles não entendiam o motivo da frase do ferreiro. ─ CAMICAZI ESTÁ MORRENDO, ELE PRECISA VIR PARA CÁ!

Astrid nem desceu das costas de Tempestade, ela só deixou Rhaenyra com Erick e voou em direção a enseada, o fato da herdeira de Berk ter um dragão, assim como seu irmão e a filha do chefe já tinho sido uma grande notícia para a aldeia quando eles retornaram da ilha Drager.

Mas agora, o fato do primogênito de Stoico estar vivo, causou um grande burburinho entre todos que estavam no porto naquele momento.

Stoico: PAREM DE FOFOCAR E AJUDEM A TIRAR AS MULHERES DO BARCO, OU PRETENDEM ESPERAR TODAS MORREREM?

Os aldeões obedeceram seu líder rapidamente e entraram no barco para erguer as mulheres até o cais, já que era uma embarcação simples e seria impossível elas subirem sozinhas.

Bertha olhou para trás, para o mar que testemunhara sua angústia e sua coragem, sabendo que, apesar das cicatrizes físicas e emocionais, haviam triunfado sobre a escuridão que ameaçava engoli-las. E com essa certeza, ela liderava sua tribo, não apenas para sobreviver, mas para prosperar, erguendo-se como símbolos de resistência e esperança em um mundo caótico.,

Enquanto as ladras do pântano eram socorridas e retiradas do barco, Astrid se apressou em direção à enseada, ela sabia que cada segundo era precioso e que a situação exigia a rápida intervenção de Soluço.

Voando por cima da trilha familiar, Astrid alcançou a entrada da enseada e Tempestade por ser um dragão, conseguia passar pela barreira facilmente, o que agilizou a entrada até a cabana.

Astrid: Vamos lá, garota, temos que achar o Soluço.

Sem hesitar, elas atravessaram o portal mágico que levava ao santuário, um ambiente tranquilo e sereno contrastava com a urgência do momento e o coração acelerado da dupla preocupada.

Astrid: Sabe onde ele pode estar?

Tempestade: "Sei, deve estar na forja."

Astrid: Me leva até lá, por favor.

A Nadder acenou com a cabeça e voou o mais rápido que podia, desviando dos dragões no caminho e ignorando Pula Nuvem que quase foi atropelado por elas.

Astrid: SOLUÇO! ─ Astrid chamou e sua voz ecoou pelo santuário. ─ SOLUÇO, APARECE POR FAVOR!

Soluço: O que aconteceu? ─ Ele saiu de dentro de sua caverna, Rhuan logo atrás do pai e vários dragões apareceram, os gritos ativando seu senso protetor com seu príncipe. ─ Astrid? O que faz aqui?

Astrid: Precisa vir comigo, vamos pra Berk.

Soluço: O que ? Eu não posso ir para Berk, Astrid, você sabe que...

Astrid: A ilha das Ladras do Pântano foi atacada.

Rhuan: O que?

Astrid: Bertha e Camicazi acabaram de chegar em Berk, machucadas e com um pequeno grupo de sobreviventes.

Soluço: Como elas estão?

Astrid: Péssimas, Camicazi desmaiou assim que chegaram em Berk.

Soluço: Vamos pra lá agora, preciso vê-las imediatamente!

Rhuan: Pai, as minhas visões... ─ O menino começou a hiperventilar, a mão sobre o peito e se apoiou no pai. ─ Elas estão começando a se realizar, Corona também deve ter sido atacada.

Soluço: Mas Eret disse que os ataques seriam só no final do mês.

Rhuan: Eles devem ter adiantado os planos, devem saber que temos espiões.

Soluço: Parece que a guerra começou, mas eles escolheram a família errada para atacar.

Fim (1009 palavras)

Soluço: O Príncipe dos DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora