Na quietude da noite, enquanto a casa dormia sob o manto da escuridão, Regina sentiu-se tomada por uma inquietação que a impediu de encontrar o repouso. A recente turbulência em sua vida, marcada pela dolorosa overdose, deixou-a à deriva em um mar de incertezas e reflexões. Do outro lado, Antônio, que atravessava o processo de um divórcio, buscava em sua solidão um momento de introspecção e paz.
Movida por um impulso que não conseguiu explicar, Regina decidiu procurar Antônio. Ela caminhou pelo corredor silencioso, cada passo carregado de hesitação. A porta do quarto do ator estava entreaberta, convidando-a a entrar em um espaço de vulnerabilidade compartilhada. Ela respirou fundo, reunindo coragem, e empurrou a porta suavemente.
O quarto estava mergulhado na penumbra, iluminado apenas pela luz do luar que escapava pela janela aberta. Fagundes dormia profundamente, um vislumbre de paz em seu rosto que raramente se permite mostrar quando estava acordado. Regina se aproximou, observando-o com uma ternura que lhe aquecia a alma. Hesitante, ela estendeu a mão, tocando levemente seu ombro.
— Antônio... - ela sussurrou, sua voz era com um fio delicado na quietude do quarto.
Ele se mexeu, os olhos piscando abertos com um vislumbre de confusão antes de se fixarem nela.
— Regina? - sua voz era rouca, tingida de sono e surpresa.
— Eu... eu não conseguia dormir. - ela admitiu, sentindo uma vulnerabilidade que não esperava.
Ele se sentou, esfregando os olhos antes de olhar para ela novamente.
— Aconteceu alguma coisa? - havia uma preocupação genuína em sua voz, e o coração de Regina se apertou.
— Não, nada de ruim. - ela apressou-se em esclarecer. — Eu só... queria conversar.
O ator acenou, movendo-se para o lado na cama e fazendo sinal para que ela se sentasse.
— Claro, Regina. Estou aqui.
— Conversei com a Gabi. - disse ao sentar ao lado dele. Ambos estavam com as costas recostadas a cabeceira da cama.
— E como foi? - ele questionou ao olhar para ela.
— Acho que nos resolvemos, mas a culpa está me pesando o coração. - passou a mão no rosto, aflita. — Quando lembro de tudo o que fiz, me sinto mal. Muito mal mesmo!
— Rê, não adianta todo esse martírio. - tocou a mão dela e começou a acarinha-lá. — Já passou. Você está aqui, se recuperando, no meio dos seus. E isso basta. Agora é hora de olhar para frente. - sua voz era suave e de certa forma, acalmava o palpitar do coração da atriz.
— Obrigada por estar aqui. Nunca imaginei que você fosse ser um porto tão seguro para mim. - foi sincera ao falar.
— Bem, a vida nos reserva as melhores surpresas quando menos esperamos. - sorriu leve. — Você sabe que pode contar comigo sempre.
— Sei. - ergueu seu olhar e sorriu para o homem. — Me desculpa por te acordar? - estava envergonhada. — Não estava conseguindo dormir, sufocada com tantos pensamentos.
— Eu só acho que você deveria ter vindo para cá antes. - a puxou para si num abraço. — Te esperei.
— Se eu viesse antes, os meus netos fofoqueiros iriam começar a caçoar nós dois novamente. - se permitiu ser acolhida pelos braços de Fagundes. — E eu sei que você ficou desconfortável com a brincadeira de hoje de manhã.
— Nada que eu não possa me acostumar. - a olhou com carinho, fazendo com que a atriz se sentisse cada vez mais perto dele, seu coração batia em um ritmo acelerado que ela temia que ele pudesse ouvir.
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Teu corpo é meu texto
FanficRegina está recém separada e quer um tempo para ela. Antônio está se divorciando e deseja um momento para pensar. Mediante aos altos e baixos da vida, o que eles não esperavam é que encontrariam um no outro a chance de seguir em frente. História to...