UM NOVO PARÁGRAFO

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Na localidade do hospital, sons barulhentos de ambulância, passos ágeis de médicos e enfermeiras andando de um lado para outro eram a melodia melancólica que pairava sobre o ambiente. No térreo, o barulho que mais ecoava era do mar de jornalistas sedentos por um furo de notícia sobre o estado da atriz. No andar de cima, tudo que se ouvia era o som do silêncio após a fala de Maurício.

Os dedos que batiam repetidas vezes sobre o braço da cadeira demonstravam nervosismo e pensamentos alvoroçados. Ele já desconfiava do possível romance, mas ao ter certeza, tudo que ouvira de sua ex mulher no dia anterior caiu por terra. Já nem lembrava da possível declaração que faria a atriz, no momento, a única coisa que dominava seus sentimentos era o ressentimento por se sentir enganado. Ela havia mentido? Por que? Eram tantas perguntas, que ele optou por silenciar sua mente e se ater a situação que começara a se armar em sua frente.

O fazendeiro revoltado por descobrir o mais novo caso da ex esposa, estava mais irado do que nunca. Dizia a si mesmo que se soubesse antes que ela estava com alguém, jamais teria investido em uma possível reconciliação. Por outro lado, João e Regiane apenas observavam as reações de todos os presentes na sala, afinal, eles já sabiam de Agrela.

Gabriela não tinha mais forças para reagir a nada, com a chegada do moreno e a nova notícia, ela acabou por ter uma queda de pressão, sua visão escureceu e ela desmaiou nos braços do marido.

— Chama um médico, por favor! - Jairo gritou e João saiu correndo atrás de alguém que pudesse socorrer sua irmã.

Os enfermeiros adentraram a sala com uma maca e deitaram Gabriela a levando o mais rápido possível para a emergência.

— Que dia é esse, meu Deus? - André reclamou.

— Eu queria saber notícias dela, será que alguém pode me falar algo? - Maurício perguntou e todos os presentes se entreolharam.

— Nós não temos notícias ainda. Estamos esperando o retorno do médico. - Disse João pacientemente.

— Meu Deus, ela está lá dentro a horas e vocês não sabem nada?

— O que é que você veio fazer aqui? Quem é você? Meu Deus do céu. Já não basta essa coisa aqui? - Disse Eduardo apontando para Fagundes, que até então, estava calado e optou por permanecer assim, apenas fuzilando o pecuarista com os olhos.

— Cara, a gente nem te conhece. - André começara a se estressar com toda aquele escarcéus. — Minha mãe tá internada, a gente não sabe nada dela. A Gabi passou mal e esses dois aqui... - apontou para Antônio e Eduardo. — Mal podem se olhar, porque se não já travam uma nova discussão. Aí me aparece você agora, que eu nunca vi na vida. Sério. A gente tá no reality show? Se for, já perdeu a graça. - Sentou-se no sofá mais próximo.

— Eu sei que vocês não me conhecem. - Suspirou. — Eu trabalho com ela faz um tempo e decidimos que, mesmo já fazendo meses, não iríamos contar aos familiares, ainda. - Agrela tentou se explicar.

— Ah bom, legal! - Eduardo andava impaciente de um lado para o outro. — Vai embora que é o melhor que você faz.

— Quem é você pra me mandar embora? - O moreno se posicionou frente ao pecuarista.

— Não interessa. Some da minha frente. - Alterou o tom de voz.

— Gente, chega de confusão. - Regiane tentou abrandar. — A minha sogra ta internada na UTI e a minha cunhada tá sedada na enfermaria. Será que vocês podem ter um pingo de noção e empatia?

— Bom, eu já fiz minha parte de trazê-la até aqui. - O ator se levantou. — Vou deixar para você... - Tocou no ombro de Maurício. — A oportunidade de discutir com o esnobe metido a besta. - encarou o fazendeiro.

Teu corpo é meu textoOnde histórias criam vida. Descubra agora