12 - Londres

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DAYANE

Cheguei em Londres no fim de tarde, fui direto para a casa de Fernanda, não queria ver ninguém ainda e nem correr risco de que a notícia se espalhasse tão cedo. Bati em sua porta já com o celular em mãos para avisar Caroline que estava bem e tinha chegado.

- Day! - Minha irmã me cumprimentou animada me puxando para um abraço, parei de digitar apenas para abraça-la.

Fernando começou a entrar na casa, mas parou ao ver que eu não fui junto.

- Não vai entrar?

- Estou só mandando uma mensagem. - Respondi finalmente apertando enviar e puxando minha mala para dentro.

Deixei minha mala no quarto que ficaria e voltei a encontrar minha irmã do lado de fora da sua casa, onde seu marido brincava com meus sobrinhos.

- Como você tem estado? - Ela perguntou delicadamente quando me sentei ao seu lado.

Pensei em Caroline automaticamente e sorri. Eu estava bem melhor, não só por ela, mas o tempo fora da mídia vinha me fazendo muito bem.

- Estou melhor. - Foi o que respondi.

- O que tem feito em Brighton? Muita festa?

- Sabe que se eu estivesse indo a festas você saberia. - Respondi rindo e ela riu também. - Mamãe?

- Chegou tem algumas horas, está vindo jantar com a gente.

Suspirei em seguida, no telefone, minha mãe evitava puxar certos assuntos, mas eu sabia que pessoalmente, ela não deixaria passar.

- Não faça nada que não queira, Day. - Fernanda disse. - Não é uma ordem, é um pedido de irmã mais velha.

- Não sei o que quero fazer, Fefe. - Fui honesta.

- Quer voltar? Você sabe que estão todos esperando. Quer não voltar? Você sabe que vão continuar esperando.

- Não quero decepcionar ninguém.

- Isso é humanamente impossível, Day.

- Fiz isso. Uma vez. - A lembrei.

- Se tem uma coisa que não fez, foi decepcionar mamãe por aquilo.

- Você não viu o olhar dela quando acordei naquele hospital. - Tinha calafrios só de lembrar. - Pulei daquele palco como se tivessem 10 amortecedores embaixo de mim.

- Bateu a cabeça e quebrou uma perna, você continua inteira.

- Poderia ter sido pior e você sabe, era só uma questão de tempo. - Fui certeira.

- E felizmente não foi. - Senti sua mão em minha coxa. - Está tomando seus remédios?

- Estou. - Suspirei. - Eu me sinto melhor, de verdade. Só...

- Não quer voltar para aquela rotina ainda. - Falou por mim.

- É, eu gosto de onde estou agora. - Dei de ombros.

Pouco depois de conhecer Carol, resolvi que estava na hora de começar a sair daquele apartamento. Não me sentia apta para algo muito cheio de gente, mas comecei a fazer aulas de cerâmica e escultura, junto com aulas de violino e aulas de árabe. Era minha pequena nova rotina, divida meu tempo entre Caroline e minhas novas aulas. Mundano e comum, como a muito tempo não era.

- Você quer ficar.

- Quero. - Respondi instantaneamente.

Fernanda e eu continuamos ali fora por muito tempo, conversando e nos atualizando. Paramos de conversar apenas quando Olivia me chamou para brincar no parquinho, não tinha chances de eu negar seu pedido.

Notas de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora