25 - Esperar

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DAYANE

A primeira coisa que fizemos quando acordamos no dia seguinte a minha volta foi marcar nossas passagens para o Brasil. Dizer que eu estava ansiosa era até pouco comparado a como realmente estava me sentindo. Eu iria ficar apenas uma semana enquanto Caroline passaria duas semanas com seus pais, aumentando ainda mais nossa diferença de fuso horário, mas era mais que justo. Ela estava morrendo de saudades de seus pais e irmãos, era nítido.

- E depois disso quando você volta? - Ela me perguntou enquanto tomávamos café.

- Dois meses e eu sou toda sua, talvez menos. - Respondi abrindo espaço para que ela sentasse em meu colo, como queria.

- Ugh, mais dois meses sem você. - Fez um bico.

- Mas aí pelo menos temos uns meses até que eu comece uma tour ou algo assim. - Tentei ver o lado bom.

- Só não reclamo porquê adoro ver você toda felizinha produzindo. - Carol respondeu deixando um beijo em minha bochecha.

Eu sorri e segurei em seu queixo puxando seu rosto na direção do meu e deixando um beijo casto em seus lábios.

- Como tem sido por aqui? - Perguntei, não era nada que eu não soubesse, mas ouvi-la falar pessoalmente era melhor ainda.

- Ah você sabe. - Deu de ombros. - Estou pensando em parar de trabalhar no parque.

- Hm, sério? - Perguntei surpresa e de boca cheia.

- Sério, estou ficando muito cansada. - Suspirou. - Está começando a atrapalhar meus estudos e como agora falta muito pouco para que eu me forme, queria me dedicar um pouco mais sabe?

Concordei com a cabeça, apesar de eu nunca ter feito faculdade conseguia entender o ponto que Caroline queria fazer.

- Acho que vou dar aulas de português ao invés de trabalhar no parque, assim posso fazer meu próprio horário.

- É uma boa ideia, amor. - Concordei. - Vem cá, vem. - Chamei batendo em minha perna. - Ainda estou com saudade de ficar perto de você.

Ela sorriu e se sentou no meu colo, levando uma de suas mãos até minha nuca e fazendo um carinho ali.

- Estou ansiosa para ver meus pais. - Confidenciou.

- Estou nervosa para conhecê-los. - Comentei baixinho.

- Minha mãe já te adora, toda vez que ela me liga pergunta de você mesmo eu dizendo que você estava em LA. Pior, ela ainda ficava acompanhando as notícias que saiam de você e me mandava print perguntando se eu tava sabendo. - Nós rimos, a mãe de Carol era um amor.

- É, mas tem todo mundo, seus irmãos, seu pai...

- Calada! Já te adoram e ponto. - Carol calou qualquer outro tipo de argumento que eu pudesse ter colando seus lábios nos meus. - E eu que te namoro, então minha opinião importa muito mais que a dos outros.

- Ok, é justo. - Me dei por vencida.

Passamos o resto daquela manhã arrumando nossas malas, apesar de só viajarmos no dia seguinte. Na parte da tarde nós resolvemos sair com nosso pequeno grupinho, fomos para a casa de Mia. Ela tinha acabado de se mudar e estava tentando convencer Gabriel a ir a junto.

- E como anda a campanha pra sua mudança, Gabe? - Perguntei para ele enquanto dirigia até lá, eu, Caroline e Gabriel em meu carro.

- Forte. - Ele riu. - Mas não sei se vou ou se fico. - Suspirou.

- Já falei para ele fazer um pró ou contra. - Carol se intrometeu, minha mão em sua coxa.

- Eu já fiz! Mas mesmo assim continuei dividido. Gosto muito do meu apartamento hoje e da localização dele, por outro lado ia ser ótimo morar com a minha namorada né?

Notas de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora