6 - Honestidade

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DAYANE

Os últimos dias de férias de Carol passaram voando e eu não poderia estar mais triste. Naquele dia, depois que comprarmos todas as coisas que ela precisava, a levei até West Pier. Eu sabia que por ser um local histórico geralmente ficava cheio, mas naquela parte da tarde era incomum. 

Passamos boa parte daquele dia lá, sentadas nas pedras e conversando. Poucas vezes conheci tanto de alguém em tão pouco tempo como estava sendo com Caroline. Eu gostava de sua companhia, não queria perde-la tão rápido. 

- Você é tão dramática, nem parece que moramos no mesmo prédio e no mesmo andar. - Carol riu enquanto arrumava sua mochila para seu primeiro dia. 

- Dramática? Assim machuca. - Fiz mais drama. 

- Tente não morrer sem mim. - Ela pediu sem perder o sorriso. - Vamos?

Me levantei de sua cama, onde estava deitada, e comecei a segui-la para fora do apartamento.

- Quer carona? - Perguntei. 

- Acho que não, talvez o Gabriel ainda esteja aí. - Carol respondeu mexendo em seu celular, mandando mensagem para o loiro, presumi. 

- Eu posso te deixar lá, sem problemas.

- Isso tudo é medo de encontrar com o Gabriel? Já te garanti que ele sabe guardar segredo, não vão ter mil reporters na saída do prédio no dia seguinte.

Eu dei uma risada sem graça, soltando um suspiro em seguida.

- Sobre isso, eu preciso te contar algo. - Segurei em seus ombros antes que ela apertasse o botão do elevador.

Carol não disse nada apenas me olhou e esperou pacientemente. 

- Gabriel já me conhece. - Resolvi ser direta. - Ele descobriu logo nos primeiros meses que me mudei, mas eu pedi segredo porquê...

- Eu sei o porquê. - Caroline me cortou. - E eu já sabia, o quão tapada acha que eu sou? - Soltou uma risada. - Estava apenas esperando você decidir me contar.

- V-Você já sabia? 

- Claro que sim, como mais você saberia exatamente a palavra que usei para te descrever? Saber meu nome todo sem que eu te dissesse, apenas juntei o quebra cabeça. - Deu de ombros. 

- Me desculpa.

- Está tudo bem, Day. - Carol fez um carinho em meu braço. - Eu sei porquê não me contou mais cedo. Agora, sobre aquela carona acho que vou aceitar. 

Sorri largo e balancei a chave em minha mão para ela, estava torcendo para que ela aceitasse mesmo. Descemos juntas e conversando sobre outras coisas, tive que segurar minha risada quando vi Carol indo em direção ao carro que estávamos usando nos outros dias. Assobiei chamando sua atenção.

- Preciso abastecer aquele. - Expliquei tímida quando ela se aproximou, abri a porta para que ela entrasse.

- Quantos Maserati você tem? É algum tipo de obsessão? - Carol perguntou quando me sentei ao seu lado, ela tinha um sorriso no rosto. 

- Eu não sou obcecada. - Eu ri e suspirei em seguida. - Quando eu era mais nova, o sonho do meu pai era ter um Maserati. Ele morreu quando eu tinha 9 anos, antes de completar seu sonho. - Expliquei. - Estranhamente, me faz sentir próxima dele. 

- Você é meio fofa e boazinha, né? - Carol comentou, seu tom de voz suave, não era uma provocação. Era mais como se fosse uma constatação. 

- Vou te largar bem aqui no meio da rua. - Respondi ficando sem graça. 

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