16 - Sogra I

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CAROLINE

Na quarta feira, eu acordei mais cedo do que segunda de tanta ansiedade. Eu não era mais a futura nora, eu era a nora! Day vinha tentando me dizer que seria super tranquilo, mas havia passado por aquela situação poucas vezes na vida e nenhuma delas tinha sido a das melhores. Eu não sabia o motivo. Então queria ter certeza de que não teriam problemas em nenhum momento.

Mesmo tendo acordado continuei na cama, não tinha aulas naquela quarta e não queria levantar antes do necessário. Mas ainda sim, não conseguia ficar quieta, então me mexia de um lado para o outro o tempo todo. 

- Amor, por favor, pare de se mexer tanto. - Ouvi Day dizer com o rosto contra o travesseiro e seu braço na minha cintura ainda. 

- Desculpa, estou ansiosa.

- Já? - Ela perguntou meio sonolenta, ainda eram quatro da manhã, não sabia nem dizer se ela estava me entendo. 

- Sim, acordei do nada. - Respondi baixinho.

- Que lindo, amor. - Respondeu e eu ri sabendo que ela não estava entendo. - Vamos dormir, só mais um pouco tá? 

- Claro, amor. - Respondi me mexendo apenas para trocar de posição, ela logo se ajeitou em meu peito e eu levei minha mão até seu cabelo. - Me desculpa ter te acordado. - Pedi, nós tínhamos ido dormir tarde.

- Não tem problema, eu te amo, ok? - Ela respondeu grogue enquanto meus olhos se arregalavam. 

Por três segundos achei que estivesse ouvindo coisas.

- O que disse? - Perguntei, sem respostas. - Day? - Chamei baixinho mais uma vez e sem sucesso. 

Se antes eu já estava sem sono, depois daquilo então. Minha vontade era acorda-la apenas para ter certeza de que ouvi certo e poder dizer o mesmo enquanto a enchia de beijos, mas eu sabia que teria tempo depois. 

Foi como um sonífero ouvir suas palavras, em segundos lhe fazendo carinho simplesmente voltei a dormir como se nunca tivesse acordado. Acordei um pouco mais tarde sozinha na cama, fui apenas no banheiro antes de ir atrás de Day.

Ela estava na sala, no telefone, andando de um lado para o outro, me deixando até meio tonta. Me aproximei devagar, tocando em seu ombro.

- Por que não me deixa ir te buscar mãe? Eu sei, eu sei. - Revirou os olhos para mim e eu ri. - Tudo bem, te vejo amanhã.

- O que aconteceu? - Perguntei ao fim da chamada.

- Minha irmã ia trazer minha mãe, mas minha sobrinha ficou doente e o pai está viajando. - Explicou, sua mão fazendo uma massagem em minha cintura. - Eu disse que ia buscá-la, mas ela disse que já me fez ir lá no fim de semana e que eu não preciso fazer isso.

- E então ela vem amanhã? - Perguntei curiosa.

- Uhum, vai ficar até segunda que vem.

- Bastante tempo para conhecer ela. - Fiquei na ponta do pé e dei um selinho nela.

- Está mais calma? - Perguntou rindo.

- Estou. - Dei de ombros me sentando no sofá. - Você lembra de ter acordado hoje mais cedo? - Questionei curiosa.

- Vagamente. - Ela respondeu sentando ao meu lado.

- Lembra do que me disse?

- Eu te disse algo? - Me olhou com a sobrancelha erguida.

- Disse. - Me aproximei e me joguei em cima de seu corpo. - E eu acho que você lembra. - Provoquei aproximando nossos rostos.

- Hmm, acho que não viu? - Ela continuou e desviou o olhar.

- Estava falando sério? - Perguntei mais baixo.

- Você tem dúvidas? - Dayane respondeu no mesmo tom e me olhou nos olhos novamente.

- Nenhuma. - Respondi com meu rosto a centímetros do seu.

- Ótimo. - Ela sorriu antes de me puxar para um beijo.

Ficamos nos beijando por tempo até demais, perdi noção até dos sensos de tão desordenada.

- Eu também te amo, Day. - Sussurrei contra sua boca antes de nos afastarmos mesmo.

- Eu sei, Carol. - Ela sorriu me dando um selinho. - Seus olhos te entregam.

- Droga, sempre traída pelo meu corpo. - Fingi reclamar e ela riu. - Vamos comer? Estou com fome.

Day concordou com a cabeça e eu me levantei para que ela pudesse sair do sofá também. Sorrimos uma para outra.

[...]

Naquela quarta, Day e eu fizemos o almoço juntas e aproveitamos nossa tarde. Suspirei me lembrando, mas fui rapidamente despertada dos meus devaneios quando vi um par de de dedos se estalarem em frente ao meu rosto.

- Tá viajando, Carol? - Elana perguntou, ela era nova em meu emprego então estava andando comigo até se acostumar.

- Me deixa em paz, loira oxigenada. - Reclamei e ela riu.

- Preciso da sua ajuda. - Explicou.

- O que é?

- Tem uns meninos com tickets passados na porta da roda gigante, mas eles dizem que compraram hoje e que nós demos os errados.

- Uhu... - Fiz uma careta. - Isso não é comigo, você tem que ver com a Vicky. - Vicky era nossa gerente, casca grossa e rude.

- Era isso que eu tinha medo. - Ela suspirou. - Me deseje sorte.

Eu ri e a desejei sorte mesmo, ela ia precisar. Voltei a prestar atenção no balcão de tiro ao alvo que estava, mas a verdade era que eu rezava para que o expediente acabasse logo e eu pudesse voltar para casa.

"Minha mãe chegou"

Meu celular apitou e ao ler a mensagem me assustei, eu tinha me esquecido daquele detalhe!

"estou no trabalho :("

Respondi, sabia que ela sabia daquilo, mas achei melhor lembra-la.

"eu sei, amor, estou te avisando porque não tenho como te buscar. A não ser que queira conhecer sua sogra imediatamente kkkkk"

"Eu passo, estou feia e pregunta"

"Eu duvido da parte do feia, mas preguenta... é, o parque faz isso"

"Está querendo dizer que eu entro suja no seu carro todos os dias?"

"não ponha palavras em minha boca, preciso ir, te amo, até mais tarde"

"covarde!!"

Eu ri largando o celular de algo, perguntaria depois se eu deveria passar em seu apartamento. Mesmo um tanto quanto nervosa sobre conhecer sua mãe, eu realmente estava confiante de que daria certo.

E sabia do quanto aquilo era importante para Day, sabia que o que ela mais queria era que sua mãe gostasse de mim. Então daria o meu máximo para que realmente assim fosse.

Notas de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora