211. câmera VHS| HAILEY

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Eu não precisei provar 50 vestidos até decidir que o que eu realmente queria era o preto, brilhoso com uma fenda na perna. Minha mãe estava arrumando o baile com pequenos enfeites natalinos por toda a casa enquanto Noah pendurava luzes de cascata no jardim do lado de fora - estava coberto por uma camada fina de neve, mas ainda assim estava lindo. Depois de sairmos da luxuosa loja no centro da cidade, Rafe me levou para tomar chocolate quente. No caminho de volta, paramos em uma loja de variedades.

Comprei um globo com trenós e alces para Wheezie porque, ainda naquela noite minha mãe e seu namorado cruzariam o oceano para passar o ano novo com o filho de Noah, então passaríamos o resto do natal na residência dos Cameron, com Sarah e John B. Para Sarah, escolhi um DVD antigo das Spice Girls e John B ficou com um disco do Pearl Jam.

- Meu Deus. - Rafe exclamou, segurando uma câmera velha nas mãos. - Eu tinha uma dessas quando era mais novo, mas ela estragou.

Seus olhos brilhavam ao olhar para aquele treco. Não fazia ideia de como mexia naqueles botões pré-históricos, mas ele parecia bem animado. Lembrei do quanto Rafe era viciado em fotografia na época do ensino médio - foi um dos segredos que compartilhou comigo.

- Você quer? - perguntei. - Eu preciso mesmo comprar um presente para você.

- Ah, cara, não precis...

- Rafe, você acabou de comprar um vestido de quinhentos dólares para mim. - interrompi. - Essa câmera deve custar uns vinte. Por favor. - pedi.

Um sorriso leve se abriu.

- Tudo bem.

•••

Estava exausta quando cheguei em casa. Tinha esquecido de como as lojas ficavam abarrotadas no natal e, principalmente, de como o trânsito ficava uma loucura. Todas as pessoas pareciam ter deixado tudo para cima da hora... Inclusive eu - *sorriso nervoso*. Rafe não havia parado de mexer na câmera VHS por um segundo sequer.

- Pera, porra! Achei! - comemorou como se tivesse marcado um gol nos últimos segundos de uma partida de hockey e eu achei graça.

- Achou o quê, Cam? - perguntei.

- O botão para gravar. - Rafe virou de bruços sobre a cama e ficou por cima de mim ao pousar a câmera no armário ao nosso lado.

- Você vai gravar o quê?

- Nossa sex tape natalina.

Dei um soco no seu abdômen e caí na risada no mesmo segundo. Meu namorado era um idiota. Ele também riu enquanto ajustava o ângulo e, depois, apoiou os braços cada um ao lado do meu corpo. Seus olhos azuis, profundos e alegres, me fitaram por um tempo.

- Estou brincando. - disse. - Quero que a primeira gravação da câmera seja um beijo nosso.

Fiquei pensando em quando Rafe Cameron tinha se tornado um cara tão romântico. Logo que cheguei ao campus, ouvi sobre a sua fama inquestionável de cafajeste. E, agora, ele estava ali, passando o natal com a minha família. Era uma mudança e tanto.

- Um beijo nosso? - perguntei, pousando a mão na sua nuca carinhosamente.

- É. Me dá um beijo.

- Vem pegar. - provoquei.

Mas, no memento que baixou o rosto para me beijar, eu desviei. Rafe praguejou, irritado de um jeito fofo e, então, pegou em uma parte sensível da minha costela.

- Não! - gritei, fugindo das cócegas.

Ele deu um sorriso triunfante.

- Você ainda sente cócegas!

E, apesar de todos os meus protestos, Rafe começou a fazer cócegas pelo meu corpo inteiro. A cada gargalhada, eu me revirava na cama e ele encontrava uma forma de beijar meu rosto. Coloquei a mão no seu peito, tentando afastá-lo, mas ele tinha a força de um touro. Ele continuou me fazendo rir até que faltasse ar nos meus pulmões e lágrimas de felicidade escorressem pelo canto dos meus olhos.

- Ai, R-rafe. - gaguejei, tentando me recompor. - Já chega. Já chega.

Então, ele me beijou com ternura e gentileza. Uma, duas, três vezes.

- Amo o som da sua risada. - sussurrou.

- E eu amo você.

- Esqueci de comprar uma aliança. - resmungou de brincadeira.

- Cala a boca. - rebati. - Eu fico realmente emocionada com essas coisas.

- Ah, eu sei. Mas não se preocupe. Não vai demorar muito até eu pedir a sua mão.

- Eu ainda tenho uns três anos de faculdade. - entrei na brincadeira. - Depois, a residência.

- Não disse que seria esse ano, mas disse que vou pedir. Algum dia.

Ele deitou em meu peito e me deixou fazer cafuné. Naquele dia soube o que realmente era felicidade.

•••

au original da @rafefode no twitter.

Running Away [parte 2] - Rafe Cameron auOnde histórias criam vida. Descubra agora