214. feliz natal | HAILEY

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O baile estava preparado.

Rafe decidiu que respeitaria a tradição e não me veria até que eu estivesse realmente pronta, então desceu antes que eu saísse do banho. Testei um milhão de penteados diferentes e odiei todos. No fim, só passei um rímel e uma sombra cintilante nas pálpebras e abaixo dos olhos. Fiquei olhando para o espelho por uns 5 minutos.

Nada na vida é tão determinante. A voz da minha mãe ecoou pela minha cabeça. Meu pai podia ter arrancado todo os sonhos - até os mais bobos, como ir a um baile - da pessoa que eu era, mas... Aquilo não significava que eles precisavam morrer porque, mesmo tendo passado pelo inferno, eu estava viva. E meus sonhos continuavam comigo. Rafe e minha mãe estavam lá por isso. Para isso.

Alisei o vestido pela última vez antes de sair pela porta. Me equilibrando sobre os saltos finos e exageradamente altos, comecei a descer as escadas.

- Estou descendo. - avisei.

Quando parei no meio da escada, Rafe ergueu os olhos e me viu. Não só me viu como me admirou, como se eu fosse uma obra de arte e ele, um espectador devoto. Ele estava filmando.

- Cacete. - disse, com um sorriso enorme nos lábios.

Minha mãe, que estava dançando com Noah no meio da sala de jantar, virou e deu um gritinho estridente antes de me abraçar com força.

- Você está linda!

Noah sorria, parecendo genuinamente feliz por estar ali.

- Você também, mãe. - elogiei de volta.

- Ok, precisamos tirar uma foto. Rafe, vá até ali. - apontou para a árvore de natal. - Um baile não é um baile sem aquelas fotos.

- Ah, calma. - insistiu, apontando aquele treco bem na minha cara. - Calma, senhora Hough, eu preciso filmar de perto. Meu Deus, você está... Puta que pariu, você está linda.

- Rafe Cameron, olha a boca, rapazinho. - ela interrompeu com um olhar cortante.

Noah ficou rindo no sofá, admirando cada gesto da minha mãe.

- Perdão. - Rafe deixou a câmera no canto e me tomou pela cintura. - Isso não vai se repetir.

- A Ames tem sérias regras sobre vocabulário. - Noah disse, bebendo um pouco de champanhe. - Na maior parte do tempo, acho que a militar da casa é ela.

Comecei a andar em direção à árvore.

- É, eu sei. - meu namorado disse e, então, aproximou os lábios da minha orelha: - Imagina se ela soubesse um terço do que falamos na cama.

Oh.

- Rafe. - censurei, arregalando os olhos, mas nada entre minhas pernas queria que ele parasse.

Às vezes, pensava que nosso namoro tinha me transformado em uma ninfomaníaca. Ele abriu aquele sorriso cafajeste e se posicionou atrás de mim, enroscando os braços fortes na minha cintura. Cada um de nós pegou uma taça - eu de vinho tinto e ele, vinho branco. Rafe me olhou e o som da câmera disparou para umas 40 fotos por segundo.

- Feliz natal, Hails.

- Feliz natal, Cam.

•••

au original da @rafefode no twitter.

Running Away [parte 2] - Rafe Cameron auOnde histórias criam vida. Descubra agora