Era véspera de ano novo quando Hailey invadiu o meu carro e encheu meu rosto de beijos com a desculpa de que "me amava demais". Era véspera de ano novo quando sentou no meu colo, no meio da festa, e me pediu para apertar suas pernas discretamente por baixo do vestido. Era véspera de ano novo quando pediu... Ou melhor, exigiu que fôssemos embora logo depois da contagem regressiva só porque tínhamos outros planos.
Era véspera de ano novo quando eu, idiota, aceitei.
Na virada do ano, nós nos beijamos.
- Você sabe que eu vou te amar para sempre, não sabe? - sussurrou, enquanto acariciava minha nuca com seus dedos delicados.
E, apesar de parecer irreal demais para o Rafe de três anos atrás, meu coração derreteu com aquela simples frase. Hailey LeBlanc era o amor da minha vida, porra.
- Você pode, por favor, calar a boca? - murmurei contra os seus lábios, rindo. - Eu vou ser obrigado a...
Ela me calou com outro beijo.
- Acho melhor sairmos agora se não quiser se pego no meio do caminho por JJ ou Pope. Comprei uma lingerie nova e quero saber se você aprova.
Abri um sorriso maliciosa e, sob o vestido, pressionei as suas coxas.
- Vou aprovar se eu puder rasgar.
- Posso pensar no seu caso.
- Vamos embora. - disse, pegando-a pela mão.
Atravessamos a multidão de pessoas bêbadas, trôpegas e caídas no chão antes de chegarmos, invictos, até a minha picape estacionada no jardim de um dos vizinhos de Topper. Eu tinha estragado a grama dele, mas quem se importava? Era noite de ano novo. Dia 1 de Janeiro do ano mais feliz da minha vida.
Tomei minha namorada no colo e enchi seu rosto de beijos até que não pudesse mais respirar. Ela gargalhou, apertou meus braços e me beijou de volta. Hailey subiu no suporte e, daquela forma, conseguiu rodear a minha cintura com uma perna. Meus lábios desceram pelo seu queixo, seu pescoço e o meio dos seus seios descobertos pelo decote do vestido branco e esvoaçante.
- Às vezes acho que namorar com você me transformou em uma ninfomaníaca. - enunciou de repente.
Parei de repente, segurando a risada.
- Por quê?
- Porque em toda oportunidade só penso em dar para você. - disse, como se fosse óbvio.
Soltei uma risada.
- Você sabia que transar muito diminui o risco de câncer de próstata? - perguntei, mas Hailey sabia. Lógico que sabia, porra, minha namorada era uma futura médica. - Então, além de ter um orgasmo incrível... - chupei o lóbulo da sua orelha. - Você está contribuindo com a minha saúde.
Mesmo arrepiada, ela se afastou alguns centímetros.
- Certo. - sorriu de leve. - Então se eu for uma mulher preocupada com a saúde dos homens, você acha que seria bom se eu...
Calei a sua boca com um beijo.
- Ah, cara, não termine essa frase. - resmunguei com bom humor. - Por mais que não pareça, eu sou um cara extremamente ciumento e não quero imaginar você na cama com outras pessoas.
- Então pare de falar essas coisas e tire as minhas roupas.
Puta merda.
Aquela mulher ainda ia me matar. Não sei como aconteceu, mas no segundo seguinte, eu estava dentro do carro, no banco do motorista, e Hailey veio por cima, no meu colo. Segurando a sua nuca com força, grudei nossos lábios e ignorei completamente o som da música alta, dos gritos de euforia e dos fogos de artifícios explodindo no céu atrás de nós para focar apenas no som da sua respiração pesada e sensual. Minha língua invadiu a sua boca lentamente, tocando os pontos mais sensíveis ao mesmo tempo que repousava uma das mãos na sua coxa e a outra puxava seu quadril para baixo.
- Precisamos ir para casa, porra. - sussurrei, sentindo-a rebolar no meu colo.
O atrito me fez gemer.
- Não. - disse ela, arrastando as alças do próprio vestido para baixo.
- Hails...
E me beijou, mais intensamente dessa vez. Suas unhas arranharam de leve a minha nuca, espalhando espasmos por todo o meu corpo. A mão que estava na coxa dela subiu, empurrando o tecido esvoaçante do vestido para cima. Hailey começou a cavalgar em mim, mesmo ainda vestida.
- Rafe... - gemeu contra a minha boca e acelerou o movimentos do quadril.
Meus dedos encontraram o zíper do seu vestido na lateral do seu corpo. Estava prestes a descer quando tudo aconteceu: o ruído estridente da buzina, o pulo de susto de Hailey e os meus dentes na sua testa. Cobri a boca subitamente, implorando a Deus que não ficasse banguelo por causa daquela aventura no carro.
Hailey gargalhou e eu demorei a entender o que tinha acontecido: sua bunda tinha apertado a buzina. Caí na gargalhada.
- Ah, meu Deus. - encostou a cabeça em meu peito. - Me desculpa.
- Você quase arrancou meu dente.
- E você quase quebrou a minha cabeça.
Rimos juntos.
- Ok. - disse ela. - Ok, vamos para casa. - e saiu do meu colo, deslizando até o banco do carona.
Virei o rosto para o lado apenas para beijá-la de novo. Liguei o carro, dei ré e comecei a dirigir. Passamos uns 5 minutos em completo silêncio. Apenas o som do motor do carro ecoava pelos nosso ouvidos. Quando dobramos na principal, pisei fundo no acelerador.
- Não quero perder o clima. - anunciou. - Continue dirigindo.
E ficou de joelhos no banco. Hailey segurou o meu rosto e colocou os lábios na minha mandíbula, mordiscando.
- Hails, eu preciso dirigir. - sussurrei.
- É perto. - sua mão apertou a minha coxa sob o jeans.
- Pare. - exigi, apertando as mãos no volante.
Mas ela não parou.
Hailey continuou me beijando e me tocando. Meus olhos ficaram pesados. Porra, precisávamos chegar em casa.
Tirei os olhos da estrada para colocá-la de volta no banco. Hailey riu ao voltar para o lugar, mas gritou no minuto seguinte.
Porque não vi o cruzamento.
Porque não vi o maldito carro.
Porque tudo o que via era ela - minha namorada e a mulher que eu amava.
Era manhã de ano novo quando Hailey gritou o meu nome. Era manhã de ano novo quando tudo o que vi foram estilhaços, ferro retorcido e sangue. Sangue por todas as parte.
Então, eu apaguei.
•••
au original da @rafefode no twitter.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Running Away [parte 2] - Rafe Cameron au
FanfictionPARTE 1 DISPONÍVEL NO PERFIL Tudo sobre a partida inesperada e dolorosa de Hailey Leblanc era uma tortura até Rafe colocar os pés na faculdade. Destruidor no rinque e na cama, ele faz jus à toda fama de cafajeste que carrega, mas tudo se torna um pe...