Nova Etapa. 🎭

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Zara Yoashi

Caminhando pelos corredores do prédio do Blue Lock, sentia o peso do dia. Amarro meus longos cabelos em um rabo de cavalo enquanto procuro o número do meu quarto. As luzes brancas e intensas refletiam nas paredes metálicas, criando um brilho quase artificial que me deixava ainda mais alerta. O cansaço dos testes era evidente; o corpo pesado, a mente exausta. Finalmente, encontro o número do quarto que me foi designado. Paro em frente à porta e começo a procurar o cartão de identificação nos bolsos.

Antes que pudesse encontrá-lo, a porta se abriu sozinha, deixando-me surpresa. Pela primeira vez desde que cheguei ali, deixei uma expressão genuína de espanto ficar presente em meu rosto. Diante de mim, estava uma garota da mesma altura, com cabelos brancos como a neve e pele tão alva que parecia quase etérea. O contraste com seus olhos castanho-avermelhados a tornava ainda mais fascinante.

Por um breve momento, nos encaramos, o silêncio se instalando entre nós. não era comum ver albinos. ainda mais naquela cidade onde a descriminação com pessoas col pouquíssimas ou nenhuma melanina era gigante.

Eu não estava acostumada a ver pessoas albinas, especialmente em uma cidade tão discriminatória como a que vivemos.

A garota de cabelos brancos soltou um leve "tsk" de desdém e foi a primeira a se mover, passando por mim sem dizer uma palavra, como se estivesse alheia a tudo.

Parece que não sou a única de mau humor hoje penso, franzindo a testa.

Antes que pudesse processar melhor o que havia acontecido, a voz familiar de Maya me trouxe de volta à realidade.

— Olha só você! Que cara é essa? — Maya, com seus cabelos platinados, me olhava com aquele sorriso malicioso de sempre, como se já estivesse tirando conclusões sobre o que tinha acabado de acontecer.

Viro-me para ela, piscando algumas vezes, tentando dissipar a surpresa.
— Nada demais —
respondo com minha habitual calma, retomando a postura passiva. assim entro no quarto, onde as luzes suaves destacavam o ambiente simples. Quatro camas de solteiro estavam dispostas ao longo das paredes, cada uma separada por uma pequena cômoda..

Maya jogou-se de forma relaxada sobre sua cama, resolvo me sentar na única cama vaga.

— Ficou surpresa com nossa colega de quarto? — me lança um olhar curioso.

Desvio o olhar, ajeitando minha mochila no chão. — Um pouco, talvez — murmuro.

Maya riu baixinho, balançando a cabeça. — Sei como é. Não é todo dia que encontramos alguém como ela. O nome dela é Kawasakia Makoto — disse, espreguiçando-se preguiçosamente.

O nome não me passou despercebido, e levanto uma sobrancelha, refletindo. — Kawasakia... — murmuro. — Ela não é aquela garota que marcou um hat-trick e levou o time dela à vitória no Torneio da Primavera do ano passado?

Maya assentiu, sorrindo. — Exatamente essa. Ela é a número 1 no ranking, o que significa que, de certa forma, já perdemos antes de começar — disse com uma falsa resignação, jogando-se de volta contra o colchão.

Sorrio de leve. — Não deveria pensar assim. Se você está aqui, também deve ser muito boa — tento animá-la.

Maya faz uma careta dramática, fingindo limpar uma lágrima imaginária. — Ah, Zara, você é tão gentil, quase uma heroína — brinca, exagerando o gesto e levando a mão ao peito.

Seguro para não revirar os olhos, me contendo em apenas balançando a cabeça levemente. — Não é nada demais. — Tiro os tênis e me ajeito na cama. — Além disso, o Blue Lock é sobre superação, não?

Maya se senta, agora mais séria, me encarando. — Você também tem potencial para subir nesse ranking. se me perguntar, parece que vai dar trabalho para muita gente.

Solto um suspiro. — Meu futebol é mediano, comparado ao das outras garotas.

— Uhum, se você diz... — Maya parece duvidar, mas antes que possa comentar mais alguma coisa, ela contínua:

— Mas vou dar tudo de mim para ganhar.

— Boa sorte com isso. — Mas eu sei que vou dar tudo de mim para ganhar. Boa sorte — sem perceber, aquela pequena frase saiu dos meus lábios como uma chacota, o que fez Maya virar o rosto rapidamente para mim, a olho com um sorriso fofo em meus lábios. Conseguindo ver sua expressão de confusão.

Antes que qualquer uma de nós pudesse dizer mais alguma coisa, o som de passos ecoando pelo corredor chamou nossa atenção. Makoto, a garota de cabelos brancos, entrou no quarto. Ela olhou brevemente para nós, mas não disse nada. Fechou a porta com um leve clique e caminhou até sua cama. O silêncio no quarto ficou mais pesado.

Maya arqueou as sobrancelhas, sussurrando.— Mal chegamos e parece que ela já nos odeia.

Não é difícil

— Talvez ela só precise de tempo, quem sabe? —dou de ombros e Maya volta para sua cama.

A noite foi se aproximando, e as luzes do quarto ficaram mais suaves. Me recosto na cama, encarando o teto, esperando o sono me levar embora de toda essa merda.

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Todas as garotas haviam sido convocadas para determinadas salas, Após ter passado pela rigorosa triagem inicial do Projeto Blue Lock. Agora, divididas entre o cansaço e a adrenalina, elas se encontravam com as companheiras de time, todas convocadas para o primeiro desafio em grupo. O ambiente emanava a tensão, e excitação nos olhos de cada garota. O holograma de Ego, o enigmático responsável pelo projeto, apareceu no telão.

— Olá, Joias Brutas! Como vocês devem ter percebido, algumas de vocês já viram seus números subirem, enquanto outras, por sorte, ainda se mantêm no ranking. Agora, com 198 jogadoras divididas em 18 grupos do A a R, vamos ao próximo passo. Vocês, Time C, estão prestes a enfrentar o Time L. O objetivo? Criar algo novo, transformar o futebol do 0 em 1.

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To be continued
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