XII

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Eu quero me enterrar e só aparecer daqui a um ano ou dois

Cristian está me olhando desconfiado, esperando por uma resposta... Mas não tenho como me defender

— ah... — digo envergonhada

— deixa pra lá, vamos sair logo daqui — ele abre a porta do armário e nós saímos

O alívio que eu sinto por ele não me cobrar uma explicação! Ainda bem que ele decidiu ignorar

Andamos em passos apressados em direção ao seu quarto

— não seria mais certo eu voltar para o meu dormitório? — questiono

— eles podem acabar te vendo. Você não pode voltar pra seu dormitório de jeito nenhum — ele diz

Algo me diz que aquelas pessoas poderiam me machucar muito se me achassem, por isso Cristian está tão preocupado

Entramos em seu quarto e o vejo ir até seu guarda-roupas

— pode se sentar — ele diz de costas pra mim

Eu o faço.

Vou até a cama dele e me sento

Observo atentamente os movimentos de Cristian

Ele pega algumas peças de roupa do guarda-roupas

— vai querer tomar banho? — ele questiona

— não, obrigada — falo simples

Eu tenho uma mania de sentar e abraçar as pernas, então o faço

— pode ficar à vontade, vou tomar um banho rápido — ele diz e retira sua t-shirt

Eu não consegui desviar o olhar, vejo seu físico trabalhado e quase Babo

Meu olhar explora suas costas com os músculos definidos e caem numa tatuagem

Meu olhar explora suas costas com os músculos definidos e caem numa tatuagem

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Quem diria que ele teria uma tatuagem

Continuo explorando seu corpo

Depois o vejo olhar pra mim de canto do olho e eu desvio o olhar sentindo meu rosto esquentar

Cristian ri baixinho e entra no banheiro

Eu solto um suspiro

"Será que vou dormir aqui hoje?"

Tomara que sim

Dá uns 11 minutos e o Cristian sai do banheiro com o cabelo molhado

Ele está secando o cabelo com uma toalha, bagunçando eles

Ele está usando uma calça moletom preta com uma regata, também na mesma cor

O cheiro de sabonete vem junto com ele

Seu corpo é tudo de bom, literalmente

O vejo andar até a cama e se sentar do meu lado

— você está com sono? — ele pergunta

— não. Não tomei meus remédios, e nem quero — falo — e você está?

— eu estou exausto, oque vc quer fazer agora? — ele se deita

Transar

— estou sem idéias — falo constrangida por meus próprios pensamentos

— por mim a gente poderia fazer um jogo. — ele sugere

— que jogo? — indaguei

— eu durmo e vc conta quantas horas vc leva para adormecer — ele faz graça se enrolando no lençol

— não teve piada nenhuma. O mais certo a se fazer é você me fazer companhia até eu ficar com sono também — falo simples

— quê? Nunca! — o vejo se aconchegar e fechar os olhos

— Cristian! E onde eu durmo? — falo emburrada

— aqui mesmo. Algum problema? — ele levanta a cabeça pra me encarar

Magina

— por mim tanto faz. — digo me deitando também

Cenas do que aconteceu naquele armário passam sobre minha cabeça ainda

Tento me cobrir com o lençol mas o Cristian se enrolou todinho

— Cristian, como vou me aquecer se você não quer partilhar o lençol? — falo tentando o empurrar

— se vira — e mais uma vez o abençoado me testa a paciência

— Cristian você é muito irritante — tento ainda pegar o lençol

O empurro com tudo mas ele não se move e me ignora

Subo encima do mesmo para passar do outro lado

Quando passo para o lado da parede e tento puxar o lençol, o vejo com um sorriso sacana

Que puta sorriso

Me desconcertou, mas tento mantes a postura

Continuo na luta, mas ele parece focado em não me deixar vencer

Eu volto a subir nele e finalmente consigo pegar o lençol

Puxo com tudo e me preparo para correr com o lençol
Mas ele segura minha cintura me impedindo de sair de cima de si

Minha risada estava descontrolada e ele acabou gargalhando comigo

Volto a tentar sair mas ele me prendia

Olho pra baixo "caindo na real"

Eu estava encima do meu crush e ele está segurando minha cintura pra que eu não saia? Isso só pode ser um sonhooo

— devolve meu lençol — ele diz autoritário mas ainda rindo

— vem pegar kkk — falo na brincadeira erguendo o lençol

Mal tenho tempo de processar e o vejo inverter as nossas posições

E com muita facilidade, ele toma o lençol de minhas mãos

— feito — ele diz aproximando nossos rostos com um sorriso satisfeito

Meu rosto esquenta e ele nota nossa proximidade e por algum motivo não se afasta

— sabe oque eu quero agora? — ele sussurra

— oque? — eu pergunto no mesmo tom

— dormir. — ele diz se afastando e se ajoelhando na cama

— oque te impede? — digo ainda deitada sem o encarar

— minha outra vontade... — ele diz se deitando do meu lado de novo

— de? — viro o rosto encontrando seu olhar já fixo em mim

— de beijar você. — ele diz por fim olhando fixamente para os meus lábios

QUE?

— e oque te impede? — digo em estado de choque. Eu não esperava por isso

—  Eu posso? — ele diz me olhando de forma intensa

A Mente De AnyOnde histórias criam vida. Descubra agora