XXXVII

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POV Any narrando

Após eu responder a pergunta de Cristian, ele ficou bastante pensativo

Decidi não perguntar nada a respeito

Ficamos no quarto um pouco mais até Paul aparecer

– Any preciso conversar a sós com vc. – ele disse saindo do quarto sem esperar uma resposta

– venho já – despeço o Cris

Passo pela porta e vejo meu padrasto parecer chateado. Mas notavasse que não era comigo

– Any eu ainda estou tentando engolir toda a situação... Mas minhas decisões estão tomadas – ele diz decidido

Eu olho pra ele com atenção, parece que oque virá agora não irá me agradar

– eu vou viajar com os meninos hoje ao anoitecer. E quero que você venha comigo – ele diz ainda visivelmente incomodado com algo

– oquê? Porquê? – pergunto

– Any eu realmente te considero minha filha, podemos não ter o mesmo sangue, nem uma relação afetiva. Mas estou disposto a começar agora... É tempo de voltares pros teus irmãos – ele diz com um sorriso fraco

Ele me considera filha?

– eu... Eu estou sem palavras Paul... Eu realmente estou disposta a tudo isso mas... Não posso deixar minha vida pra trás, minha mãe e meu... Bem..., o Cristian também é minha família – digo e o vejo arquear as sobrancelhas

– Any não percebo... Seus irmãos também são sua família e... Vc sabe que sua mãe não está nas melhores condições, tanto financeiras como saúde mental. Eu não estou te falando por pena, mas sim por amor... Eu te amo do mesmo jeito que amo Gael e Elisa, e esse tal de Cristiano ou Cristian, eu não sei se posso confiar ou não, nem o conheço– ele diz e eu o interrompi

– mas eu o conheço, ele é alguém de confiança...

– Any... As coisas não são como queremos as vezes, eu não vou levar sua mãe pra lá por motivos óbvios, e se ela quiser, pode ir visitar as Crianças. Mas quanto a esse moço que você diz... Eu não sei Any. Eu me preocupo contigo, a única opção é vires conosco – ele diz tentando me convencer

– Paul eu intendo sua preocupação mas é sério... Eu vou ficar bem com eles aqui. E eu não sei como fica a questão das Crianças... Mas não tem como você viver aqui? – eu tenho esperanças que ele mude de idéias

– Any não tem como nada disso acontecer... Eu já comprei uma casa lá, passagens e tudo. Não tem como desmarcar agora. E além disso, você é menor de idade, tens de ter um responsável legal. E eu sou teu responsável, querendo ou não terás de vir comigo... Desculpa estar sendo invasivo Any, mas é pra o teu bem – ele quase se vira pra sair

– você mesmo disse que a minha mãe não tem condições financeiras... Como  quer que ela visite as Crianças? – eu pergunto sentindo a frustração se alastrar

– a intenção é ela não voltar a estar próximo das Crianças até as próprias Crianças pedirem. Você viu o perigo que elas corriam e a Carina simplesmente ignorou isso tudo... Ela precisa se tratar – ele fala tentando manter a calma

Eu sei que ele não me quer ofender, e não está, é tudo verdade

Paul é um homem protetor com suas crianças... E querendo ou não, eu sou uma delas

– Pode se despedir da cidade. Depois vou te buscar na casa de sua mãe para o aeroporto. – ele fala de costas

– Paul não por favor... Pense um pouquinho mais... Eu não posso ir pra Nova Jersey... Não posso deixar a Alemanha ainda... – eu falo tentando não chorar

A Mente De AnyOnde histórias criam vida. Descubra agora