XXXII

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Felizmente consegui dormir durante o vôo, foi um rápido cochilo, mas foi melhor do que passar a chorar

Vejo o avião pousar e o grande aeroporto de Hamburgo onde estamos

É bom estar de volta aos meus irmãos... Mas ao mesmo tempo é devastadora a sensação de estar de volta à mesma cidade das pessoas que mais me fizeram mal

Já comecei a suar frio quando me disseram pra levantar e pegar minhas bagagens, iríamos desembarcar

Pego tudo, e com o meu corpo tremendo saí do avião junto dos outros

Eu só queria ele aqui...

Não quero acreditar que ele mentiu pra mim... Essa foi a pior coisa que ele podia fazer no momento

Desembarcamos e fizemos todos os procedimentos, agora íamos de encontro as nossas famílias que já nos esperavam ali mesmo no aeroporto

Começo andar olhando tudo à volta, tem pessoas demais aqui

Me sinto nervosa e um tanto claustrofóbica. Mesmo não estando totalmente colada com as pessoas, me sinto sufocada

Até que meus olhos caem em um cartaz escrito

"Anaya! Bem vinda de volta"

Lágrimas grandes se formam

Parece que foi ontem a última vez que vi a Elisa e o Gael

Meus irmãos estão tão grandinhos..  Oque o tempo fez com eles?

Nem parece que foram apenas poucos meses fora

Elisa tem apenas 5 anos, mas está toda mocinha, seus cabelos encaracolados, parecidos com os de meu padrasto Paul, cresceram muito

E o Gael meu deus! Ele está totalmente diferente

Ele está usando um piercing agora, no nariz.

Ele tem apenas 13!

É muita informação pra mim

Eles assim que me vêem se animam

Eu corro em direção à eles me baixando as suas alturas e os abraço. Era um abraço tão bom e cheio de saudades... Era um abraço gostoso de se sentir

Levanto meu olhar vendo os dois chorando feito condenados

– que saudades! – Gael diz

– eu tive mais mocinho – digo bagunçando seus cabelos – desde quando Você usa piercings?!

Pego a Elisa no colo

Enquanto a Elisa é uma cópia de seu pai, o Gael é uma colagem da minha mãe, apenas cacheado

– não é de verdade! – ele retira mostrando que é apenas uma pedrinha brilhante que dá a impressão de ser piercing

Eu suspiro aliviada

Só agora levanto meu olhar notando meu padrasto ali

– oi filha – ele sorri fraco

Eu e o Paul nunca tivemos uma verdadeira relação de pai e filha, não por culpa dele. Eu mesmo é que havia me fechado

Ele sabe que eu antes não gostava quando ele me chamava de filha, afinal ele não é meu pai... Mas eu gostaria que fosse

Eu já notei que ele faz de tudo pra eu poder gostar dele, mas eu sempre fui uma otária problemática

Sem dizer mais nada o abraço, ele se espanta, eu nunca havia o abraçado... Mas fiz

Eu não tenho motivos para odia-lo… e agora q estou disposta a superar meus traumas, é um ótimo momento de construir uma relação de pai e filha

A Mente De AnyOnde histórias criam vida. Descubra agora