– Vamos, Mindy – Walker começa. – Eu sei que tem algo em específico te incomodando desde aquele dia do evento.
Encaro-o ainda deitada de bruços. Arfo em desistência.
– Você está certo – assumo. – Mas é algo bobo. Eu já estou superando, na verdade.
Falo da boca para fora. Se ele for esperto, percebeu o quão mal eu minto.
– Não é bobo. Me dê a chance de mostrar que estou preocupado com você. – Ele se sentou perto de mim e colocou a mão na minha, segurando-a. – Me conte, se você se sentir bem em fazer isso.
É difícil não confiar nesse garoto. Ele me trata de uma forma agradável, como se realmente se importasse comigo. Na verdade, acho que ele se importa mesmo.
– Eu terminei meu namoro – falo, cabisbaixa. – Não foi algo muito simples.
Walker se estremeceu.
– Não sabia que você namorava – diz em tom baixo.
Dou de ombros.
– Não divulgamos porque não queríamos que fosse público. Mas esse não era o problema.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos.
– Posso perguntar qual foi o problema? – pergunta suavemente.
Abro a boca para começar a falar, mas paro. Não sei se consigo dizer isso alta e claramente. Me deixa insegura.
O que será que Walker vai pensar escutando isso? Não quero parecer fraca ou algo do tipo.
Ele aperta minha mão um pouco mais forte.
– Pode ser honesta – ele diz, calmo.
Respiro fundo, preparando-me.
– Ele dizia coisas ruins sobre mim para os amigos dele. – falo com a voz relutante. – Tipo... coisas bem repulsivas.Tento ser vaga em minha fala. Ele não precisa saber as palavras que Cole usou. Eu mesma não gosto de me lembrar.
Walker fica em choque, um pouco enojado.
– Ele disse o que exatamente?
– Sobre meu corpo e outros negócios. – sussurro. – Piadinhas de mau-gosto.
Tremo. Só de pensar em tudo o que estava escrito naquelas mensagens de texto, sinto um arrepio percorrer meu corpo.
Ele está claramente incomodado nesse momento.
– Que imbecil. – Walker pragueja. – Você não merece alguém assim, Mindy.
Ninguém merece. Aquele garoto só faz mal.
– Dior me dizia isso o tempo inteiro. – Fecho os olhos. – Mas eu amava Cole. Pelo menos, achei que fosse amor.
Noto sua expressão surpresa.
– Cole Wood? – pergunta com descrença. – Ah, Mindy, ele é um babaca.
– De onde vocês se conhecem? – Fico intrigada.
– Nós trabalhávamos juntos em um projeto. Ele não é o tipo de pessoa que imagino você se relacionando – diz Walker, quase chateado.
– O que isso quer dizer?
– Ele é imaturo – retruca, não disfarçando sua frustração. – E bem narcisista.
– Agora eu sei disso. – Rio, seca.
– Enfim... O que importa agora é você não ficar mais com essa cara tristinha. Tenta se animar um pouquinho, vai.
Dou um pequeno sorriso.
– Como quer que eu faça isso?
– Bom, eu vou tentar te fazer rir – Walker diz. – Você me dá uma chance?
Aceno positivamente, rindo. Ele irá conseguir, sem sombra de dúvidas. Mas não digo isso a ele.
Walker me olha com um sorrisinho travesso e põe a mão no meu pescoço para me fazer cócegas.
Isso é um golpe baixo.
Eu rio até que começo a ficar sem fôlego. Não me lembro quando ri com tanta força assim. Cócegas me pegam de jeito.
– Já chega! – falo, sem fôlego. – Você já conseguiu.
Walker parece orgulhoso de si mesmo. É quase engraçado.
– Então, eu ganhei?
– Sim, bobo. Você tem talento em me fazer rir.
– Eu sei, é uma grande habilidade minha. – Walker se gaba. – Eu devia por no meu currículo.
Ele sorri com carinho e me olha nos olhos. Seu olhar é tão bondoso que me deixa confortável, e eu não consigo evitar pensar como tive a sorte de encontrar um amigo desses.
Sem pensar muito, o envolvo em um abraço repentino.Percebo a pele quente do seu ombro e pescoço e sinto seus braços passando pela minha cintura delicadamente. O garoto inclina seu corpo em direção ao meu e eu encosto a cabeça nele.
– Do nada – Ele ri baixinho.
Fico mais leve, não sei o porquê.
– Cala a boca. – Não contenho minha vontade de sorrir para Walker.
– Calma, ruiva, eu não estou reclamando.
Solto um riso nasalado com o apelido.
– Ruiva? Isso é sério?
– É um apelido carinhoso – Walker sussurra com uma risadinha. – Gostou?
– Hmm, mais ou menos – brinco. – Vai me deixar te chamar de loiro também?
– Pode ser.
Walker me encara. Noto seus cabelos quase dourados se destacando com a luz. É uma graça.
– Cacete – Kat falou, entrando no cômodo. – Se vocês continuarem nesse nível de fofura na entrevista, os fãs vão pirar.
Fecho os olhos e ponho a mão na testa.
– Droga, tinha esquecido desse negócio.
– Vamos sair daqui a pouco. É melhor irem se preparando.
– Odeio entrevistas mais que tudo nesse mundo – reclamo.
– É só um bate-papo chato – Walker diz. – A gente sobrevive, ruiva.
Sorrio.
– Eu espero que sim, loiro.
NOTAS FINAIS:
Oiie!
Gostaro do capítulo de hoje?
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OUR DESTINY • WALKER SCOBELL
Fanfic𝓤m teatro ensaiado não é exatamente o que Mindy Lauren precisa no momento. Seu mundo está despedaçado e sua vida se torna um completo caos graças ao seu conturbado antigo relacionamento. Ela se sente um quebra-cabeça com peças faltando. E em meio...