Capítulo 10 - Enganando a Nós Mesmos

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Sentada em um canto isolado da casa de Dior, sinto alguém catucar meu ombro

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Sentada em um canto isolado da casa de Dior, sinto alguém catucar meu ombro.

Viro-me e dou de cara com Charlie Bushnell. Ele tem um olhar de nervosismo.

– O que foi? – pergunto, confusa.

– É o Walker – o garoto diz. – Vem comigo.

Levanto num pulo, seguindo-o sem ao menos questionar.

– O que houve? – pergunto com preocupação.

O garoto mexe a cabeça negativamente.

– Sinceramente, Mindy... – ele começa. – Você devia lembrar ao Walker que é um namoro de fachada. Ele parece ter esquecido.

– Mas o que... – Não concluo minha própria frase.

Não sei o que está acontecendo, mas é óbvio que há um problema. Eu sigo Charlie por um corredor e chegamos até uma sala grande, quase vazia. Walker está lá, com seu rosto fechado e expressão grave. E com um pequeno machucado no rosto.

Ele nota minha presença e dá um pequeno sorriso. É quase engraçadinho. Eu riria se não estivesse tão preocupada.

– Por favor, não me mata – fala. – Briguei com Cole.

Me tomo de surpresa.

– Garoto, o que você tem na cabeça?

Walker me olha intensamente e dá um suspiro.

– Ele estava vindo para cima de mim. Eu retribui. Não achei que isso fosse acontecer – diz com uma risada nervosa. – Mas foi gratificante.

– Gratificante?

– Sim, ele é um tremendo babaca.

Ponho a mão na testa, respirando profundamente.

– Sinto muito por ter colocar nisso.

Me aproximo dele com a postura relutante.

Ele me olha com um cuidado que me assusta.

Achei que ele estaria irritado comigo e talvez até envergonhado pela sua atitude, mas não é isso que vejo nele. É como se ele não conseguisse esconder sua preocupação. 

Nosso jeito de olhar um pro outro é completamente diferente da última vez que conversamos, e por alguns segundos sinto algo mais do que apenas um amigo próximo.

Mas minha cabeça continua a me dizer que é uma ilusão.

– Não se desculpe, é sério.

Num impulso, envolvo-o num abraço. Encosto a cabeça em seu ombro e sinto ele me segurar pela cintura.

– Você não tinha falado que nós devíamos parar com essa proximidade? – Ele ri.

– Foi mal – digo. – Não resisti.

– Cuidado – o garoto fala. – Posso acabar te confundindo de novo.

– Você já esta fazendo isso... – digo em um tom baixo.

Ele abraça mais forte.

– Dessa vez não é minha culpa. Você que veio me abraçar.

Inspiro fundo, sentindo o seu cheiro penetrar meu nariz. Seu perfume é suave, porém marcante. Poderia me viciar nele facilmente.

– Eu não estou com a cabeça no lugar agora, loiro. Não me responsabilizo pelos meus atos. – Rio.

Walker se aproxima mais e me olha nos olhos.

– Posso ser sincero com você?

Aceno positivamente, sem entender o que ele dizer.

Walker me olha com um jeito que eu nunca vi alguém olhar para mim. É como se pudesse ver o fundo da minha alma.

Ele pega minha mão e me puxa para ele.

– Você sabe que isso entre nós não é fingimento. Na verdade, é bem real.

Pisco algumas vezes, atônita.

– O que está dizendo?

Walker me aproxima mais e mais, e eu não consigo evitar sentir borboletas no estômago.

– Não estamos enganando as pessoas – sussurra. – Estamos enganando a nós mesmos.

Nego com a cabeça.

– Walker, eu...

– Eu sei que isso te confunde, ruiva, mas pare para pensar – diz. – Pense em nós dois.

Suspiro.

– Como você pode ter tanta certeza no que está falando?

Walker me beija suavemente na bochecha, e eu sinto uma sensação diferente. Meu rosto queima.

Sua feição é indescritível no momento.

– Acha que isso é algo típico de amigos?

Fecho os olhos. Só agora parei para analisar o quanto meu coração está acelerado e minha respiração está ofegante. Walker tem o dom de desestabilizar minha mente e meu corpo.

– Não... Não é.

Walker acaricia meu cabelo, e a sensação é tão inusitada que eu não sei nem como descrever. É como se ele estivesse me desvendando e enxergando todos os meus pensamentos com um simples gesto.

– É melhor você parar de negar a si mesma.

Ele se aproxima e me beija de novo. Mais um beijo na bochecha. Me encho de alegria por dentro, mas não posso evitar de ficar um pouco decepcionada.

– Podia beijar outro lugar... – falo baixo.

Encaro aqueles lábios, que se contraem em um sorrisinho.

Walker acena negativamente.

– Eu adoraria, mas não posso. Não quando você ainda está confusa sobre seus sentimentos e ainda acabou de ter um péssimo encontro com seu ex.

Walker me beija de novo na bochecha, como se tentasse me consolar, mas eu sinto que estou perdendo uma oportunidade.

– Isso é cruel – falo e o ouço rir. – Quer ir para casa agora?

Ele acena positivamente.

– Seria bom. – Faz carinho no meu cabelo. – Nós devíamos ter uma conversa amanhã.

– Sobre seu amor por mim? – brinco.

– Engraçadinha – diz com ironia. – Sobre o que estamos sentindo, no caso.

– Eu quero entender melhor o que sinto – assinto. – Com você.

– Eu também. – Ele esboça um sorriso. – A gente vai com calma.

– Sim, aos poucos.

NOTAS FINAIS:
Capítulo cheio de fofuras pra vcs!!
Que esse casal cresça cada vez mais🙌🏻❤️
Votem para me incentivar a continuar 🫶🏻

OUR DESTINY • WALKER SCOBELLOnde histórias criam vida. Descubra agora