𝓤m teatro ensaiado não é exatamente o que Mindy Lauren precisa no momento.
Seu mundo está despedaçado e sua vida se torna um completo caos graças ao seu conturbado antigo relacionamento. Ela se sente um quebra-cabeça com peças faltando.
E em meio...
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– Preparada para voar por 5 horas?
Um frio percorre minha barriga com esse pensamento. Tento me conter.
Prosseguimos pelo caminho do aeroporto. O voo é daqui a 20 minutos.
– Acho que estou – minto. – O próximo desafio é conhecer seus pais.
Walker sorri.
– Eles vão te adorar – assegura. – Estão contando os minutos para você chegar em Vancouver.
– Eu espero – digo.
***
Sentada ao lado do meu "namorado", que está profundamente adormecido, sinto-me cercada por uma mistura de emoções. Por um lado, estou grata por tê-lo ao meu lado, pois sua presença traz um certo conforto em meio ao meu medo. Por outro lado, sinto-me ainda mais vulnerável, pois não posso compartilhar com ele a intensidade do meu desconforto.
Meu medo de estar aqui me fere de verdade, enraizado na tragédia que marcou minha vida anos atrás. Desde então, o simples pensamento de voar me faz tremer de ansiedade.
Enquanto Walker dorme tranquilamente, tento manter a compostura, mas meu coração está acelerado e minhas mãos tremem levemente. Cada mexida faz meu estômago se revirar, e eu me agarro ao apoio do braço da cadeira com mais força.
Olho para ele, admirando sua calma enquanto dorme, e desejo poder relaxar da mesma forma. Sua respiração suave e regular é um lembrete reconfortante de que estamos seguros, mas o medo persiste dentro de mim, como uma sombra constante.
Com cuidado, tento não acordá-lo, mas minha ansiedade está transparecendo em cada movimento que faço. Sinto-me sozinha em minha luta interna, desejando poder compartilhar meu medo com ele, mas ao mesmo tempo, não querendo perturbá-lo de seu descanso merecido.
Enquanto o avião atravessa as nuvens, fecho os olhos e tento encontrar um pouco de paz dentro de mim mesma. Lembro-me de que este é apenas um pequeno momento de desconforto em comparação com a alegria que esperamos encontrar em nosso destino. E assim, mesmo que meu medo persista, eu me agarro à esperança de que logo estaremos a salvo no chão novamente, juntos.
– O que foi? – Walker pergunta ainda de olhos fechados, com uma voz de cansaço.
Uma pontada de alívio me consome. É reconfortante ouvir sua voz nesse momento, como se fosse um lembrete de que eu não estou sozinha.
– Não é nada, só meu medo bobo. – Tento passar confiança para ele.
Seria muito egoista da minha parte ocupar a mente dele com minhas questões mais uma vez. Se eu estivesse do lugar do garoto, já teria me cansado de mim mesma.
Walker abre os olhos e me olha, como se estivesse lendo minha mente.
– Não parece ser bobo.
Encaro minha respiração rápida e me sinto envergonhada.