Simplesmente, 'ocê - Kelmiro

Vamos viajar

KELVIN:

Recentemente, fui até a pousada dar um último adeus ao Henrique. Ele parecia tão deprimido, mas já estava no tempo dele ir até outra cidade do Brasil, agora ele iria a Fortaleza. Pensar em Fortaleza era uma ideia tão mágica, tinha um grande sonho de visitar as praias de lá, juntando ela com a de andar nas praias de Rio de Janeiro. Bom, agora o Henrique conheceria. Foi uma conversa um pouco longa, que terminou sorridente e com um abraço quentinho. Falei para ele também o tamanho da minha preocupação depois de Ramiro sumir e aparecer depois de um tempinho.

O Ramiro apareceu depois no Naitandei, sem avisar ninguém deixando não só eu como todos do bar um pouco confusos. Ele veio para me levar para conhecer a mãe dele, alguém avisa que eu nunca pensei que eu iria ver minha futura sogra. Arrumei minhas malas, talvez Ramiro achou que eu não estivesse prestando atenção nele, mas eu estava prestando. Ele tocava as próprias mãos com frequência, batia os pés no chão freneticamente e suspirava de cinco em cinco segundos. Logo percebi que ele estava nervoso, mas nem precisei questionar, ele mesmo falou o que havia acontecido. Ele havia visto, o beijo de mim e do Henrique. Certo que isso foi em episódios um pouquinho antigos, mas Ramiro não havia me falado o que tinha acontecido. me deixando apenas confuso e sumindo sem dar explicações no dia do meu próprio aniversário.

- Ramiro, aquilo foi um erro. - Balanço a cabeça de um lado para o outro - Você sabe que eu sou teu por inteiro.

- O que 'ocê já fez comigo, 'ocê pode fazer com qualquer um, até com o Henrique. - Ramiro fala como uma criança emburrada. 

- Eu faço com quem eu quero, não com qualquer um. - Retruco.

- Você pode muito bem querer ficar com o Henrique. - Ramiro levanta.

- Realmente. - Eu falo seriamente - Mas eu não quero ele, quero você.

- Eu não sei o que você vê em mim, tem tanta gente melhor por aí, que pode te fazer feliz. - Ele começa a ver a janela do meu quarto.

- Mas você deveria saber - Me aproximo devagar por trás dele - Que eu só encontro minha felicidade em você. - Dou um abraço por trás dele.

Ramiro não tinha mais nenhuma reação, ficou imóvel. Tomou conta de si, só depois de alguns segundos e se acomodou levemente entre meus braços, a diferença de tamanho entre nós era notável, mas ele se sentia apenas como uma criança recebendo um mimo. Ele saiu do abraço e se virou para mim.

- Desculpa por falar aquilo, mas é que me cortou o coração aquela imagem. - Ele me olha com um olhar lacrimejado.

- Foi erro meu... 

Ele beijou meus lábios e mandou eu terminar de arrumar minhas coisas. Terminei depois de um tempo, tomei banho e já seguimos logo o caminho da viagem até o interior em que Ramiro cresceu, para ver a mãe de Ramiro.

De caminho monótono, comecei a me sentir enjoado na viagem, paramos na estrada, era noite, as BR's sequer tinham movimento.

- Quer vomitar? - Ramiro pergunta preocupado.

- Acho que não vou vomitar. - Respondo.

Ele continua me encarando preocupado. Sempre vou dizer o quanto ele é fofo comigo em certos momentos e o bom é saber que eu sou a primeira pessoa a ele agir desse jeito, meio protetor, sabe?

- Hm, quando a gente pensar em viajar, vou começar a trazer remédio pra enjoo. - Ramiro liga novamente a caminhonete.

- Então quer dizer que vamos viajar mais vezes? - Dou um sorrisinho bobo.

- 'Ocê liga demais nas palavra'. - Ele fala um pouco nervoso - Agora vamo' indo que o caminho é um pouco longo. - Ele coloca a mão no volante.

- Não, não, pera. - Seguro o braço dele - Olha o céu lá fora, tá tão lindo, estrelado, dá pra ver até outras galáxias se duvidar, a gente bem que poderia fazer que nem naquele dia e observar o céu de novo.

- Kevin'... - Ele murmura.

- Aí Ramiro, qual é o problema da gente passar uns minutos vendo essa beleza que Deus criou para admirar? - Falo tentando o convencer.

- Tá bom. - Ele suspira.

Dou um sorriso animado, saímos do carro e nos deitamos novamente na carroceria. Sempre estranhei o fato do Ramiro nunca colocar nada na carroceria, quando ele quer levar algo ele prefere sujar o banco de trás. 

- É tão bom relaxar ao seu lado. - Me deito de lado, fazendo cafunés no cabelo dele.

Ele se manteu quieto, dando um sorrisinho bobo de lado, levando a palma da mão dele até meu rosto. Ele encarou meus lábios de forma fixa, passando o polegar levemente no meu lábio inferior. Como senti que ele queria, finalmente pude selar um beijo. Nossos beijos embora sempre fossem com bastante desejo, nem sempre havia língua. Quando senti a língua do Ramiro pedir pra entrar na minha boca apenas assenti no automático e abri levemente um espaço, fazendo nossas línguas se tocarem suavemente algumas vezes. Ele levou a mão dele agora até minha cintura, me puxando devagar, como se quisesse sentir o meu corpo mais perto do dele. Até que percebemos aonde queríamos deixar nosso fogo tomar conta de nós. 

- Aqui não é o local mais adequado e... - começo a encarar novamente a boca dele, degustando visualmente - não pode deixar o corpo tomar conta de si.

- Kevin, vem cá. - Ele puxa meu quadril, fazendo eu ficar sobre ele - Eu sei que 'ocê também quer, se num quisesse num ficava fazendo essas coisas... Até porque 'cê sabe o quanto 'cê mexe comigo.

- Mas nem é proposital. - Faço uma carinha cinica.

- Num é proposital? Hum... mas isso aqui é.

Ele me puxa para mais um beijo, esse mais quente, com paixão, desejo e tesão. O Ramiro nem se importava onde estávamos mais. A língua dele simplesmente fazia uma dança na minha boca. Ele estava sentado e eu no colo dele, uma posição interessante para sentir uma ereção se formar na calça do Ramiro. Se bem que eu também senti se formar em mim. 

- Amor... - Falo ofegante - Vamo' pro carro.

- Tem certeza? - Ele pergunta.

- Absoluta.

Notes:

Okay, eu não sabia que eu iria chegar nesse clima quente, as vezes até minha própria mente me surpreende, eu escrevo muito com a imaginação que vem na hora que eu estou escrevendo... na verdade na minha mente eu pensei que eu já estaria com o Kelvin na casa da mãe do Ramiro no capítulo de hoje (vulgo, capítulo 16). Demorou um pouquinho, mas saiu, minha meta é que eu consiga fazer o próximo capítulo um pouquinho maior e com o pov dos dois. 

Enfim, vocês sabem o que vem nos próximo capítulos.