KELVIN
Estar doente agora era algo difícil, não tinha muitas pessoas para cuidar de mim e a Nice começava a me cobrar trabalho mesmo vendo minha situação. Se passaram 3 dias, Henrique e Ramiro vinham de vez em quando me visitar. Henrique sempre falava que era melhor eu ir ao hospital já que minha febre nunca cessava tão rápido, já Ramiro praticamente me obrigava a ir.
Resolvi então ir depois de 3 dias, Henrique me levou ao hospital. Médico foi gentil comigo e me examinou, disse que eu estava resfriado e que eu teria que tomar mais cuidado porque se não eu pegaria uma pneumonia.
Voltei para o bar, dessa vez com atestado mas mesmo assim a Nice ainda ficava nessa de dizer que eu estava fazendo corpo mole. Depois de algumas horas Ramiro veio me visitar quando soube que eu tinha ido ao hospital, mas ele se enraivou um pouco ao saber que eu não chamei ele para me levar.
- Ah, sei lá, você é um pouco nervoso, Rams. - Retruco.
- Mas eu queria ter ido c'ocê. - Ramiro enfraquece um pouco a voz.
Era tão fofinho ele com aquele rostinho meloso em sintonia com aquela voz que eu gosto tanto, ele preocupado comigo é a coisa mais fofa que eu vi em toda a minha vida.
- Eu sei, eu sei. - digo - Mas o Henrique se ofereceu.
- Agora tudo é Henrique, Henrique pra cá. Henrique pra lá. - Ramiro fica sério.
- Ah... que fofinho o Ramirinho com ciúmes. - Faço um biquinho.
- Não vou dizer que não dessa vez. Só que faz uns dias que 'ocê só fala nesse Henrique. Mas bora esquecer esse Henrique. - Ele faz uma pausa - Num sou muito macho de fazer convite, mas queria chamar 'ocê pra ir num lugar comigo quando 'ocê miorá'. - Ele muda a expressão para um sorriso encantador e tímido.
- Lugar, é? - Sorrio - Rams Rams, tá me chamando pra ir num lugar com ele? Aceito.
- Mas só quando 'ocê miorá'. Hoje mais cedo eu tava me 'alembrando daquele show que teve uns dias depois de nós se conhecer. - Enquanto Ramiro falava senti meu coração palpitar sobre o que ele falaria - 'Ocê falou muita coisa naquela noite e juntando com umas outras falas suas tudo começa a ficar mais claro. Mas só uma pergunta. 'Ocê ainda gostaria de procurar aquele tal de Willian? - Ramiro pronúncia "Willian" com certa dificuldade. - E se 'ocê procurasse, ainda gostaria de ter alguma coisa com ele?
Ramiro colocou um ponto onde eu nunca havia pensado antes, em alguns pontos sim eu gostaria de procurá-lo (e achá-lo), mas se ele confundisse as coisas, não sei se eu gostaria de manter aquela relação que eu tinha com ele, hoje eu o veria mais como amigo, meus sentimentos são bem mais fortes pelo Ramiro e eu não conseguiria ter sentimentos por mais ninguém.
- Rams, isso é algo muito complexo. - Começo a encarar o nada - Eu procuraria ele sim, mas não para namoro ou algo assim, só pela amizade.
Vejo Ramiro se fechar um pouco, queria entender como ele conseguia ter aquele nível de ciúmes.
- Sei. Mas 'ocê tem história com ele e se ele quisesse algo c'ocê? - Ele abaixa a cabeça.
- Ele teria que entender que agora meu coração bate mais rápido por outra pessoa. - Sorrio.
Dessa vez os olhos de Ramiro brilhavam e ele tentava se controlar para não sorrir.
- E eu posso saber pra quem o seu coração bate mais rápido? - Ramiro desvia o olhar.
- Sério que você tá perguntando algo que você já sabe? - Balanço a cabeça de um lado para o outro, como reprovação - Você sabe muito bem que é por você.
As bochechas de Ramiro começaram a corar e ele não conseguiu controlar o sorriso. Não tinha nada mais confortável de assistir do que essa cena.
Ramiro se aproximou aos poucos da minha cama, de forma tímida.
- Quer um apertãozinho? - Ele se apoia em minha cama.
- Hmmm, eu queria mais que um simples apertão. - Faço biquinho. - Mas acho que isso você não vai fazer.
Ele ignorou tudo o que eu falei e posicionou aquelas mãos calorosas em minha cintura, até achar a posição em que melhor encaixava. Se aproximou um pouquinho mais sobre o meu rosto e começou a apertar devagar minha cintura, depois de todos os apertões que ele já me deu, já havia se tornado rotina só que depois de toda a intimidade que já compartilhamos era modo de demonstrar carinho, ele sempre sorria para mim enquanto faz isso. Dessa vez para minha surpresa ele me deu um beijo, mas fiquei preocupado em deixar ele doente, ele selava nossos lábios sempre da mesma forma, mas sempre transmitia uma emoção diferente. O beijo sempre era calmo mesmo eu sempre querendo esquentar tudo e no final eu sempre dava uma mordidinha no lábio inferior para tentar deixá-lo com desejo.
- Num é que eu queira. - Ramiro se contradiz - Mas eu queria fazer isso de novo.
- Sei, sei. - Sorrio - Bem que você podia dormir comigo, né? Cuidar de mim essa noite, dar apertãozinho e quem sabe algo a mais.
- Eeeee, 'ocê tá muito safado, viu seu Kelvin?
- Eu? Você que tá com pensamentos impuros, Rams. - Dou um sorrisinho de lado.
- Me respeita que eu sou homem trabalhador. - Ele puxa as calças como de costume.
- Já que você não ficar comigo, tudo bem. Mas me diz que eu tô curioso, você quer me levar onde? - Me acomodo no travesseiro.
- Num vou dizer, é surpresa. - Ele coloca as mãos na cintura.
- Ah... - Faço um rostinho triste - Sério que você não vai falar?
- Não, é surpresa, 'ocê vai ter que esperar até eu te levar lá, mas acho que 'ocê vai gostar.
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Simplesmente, 'ocê - Kelmiro
Romantizm"Quando vi, eu já estava apaixonado." Como quase todos os casais, Kelvin e Ramiro enfrentavam problemas entre eles, ao certo eles nem eram um casal pois não namoravam, mas sabiam que um era do outro. Com vários conflitos Ramiro e Kelvin acabam entra...