Capítulo 31: Um dia inesquecível -1

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Dois dias depois...

Toda a fazenda estava em festa. Era o casamento de Juliete e Rodolfo. Todas as coisas ruins estavam sendo esquecidas e todas as alegrias eram vividas. As janelas e portas da casa foram abertas, as crianças corriam para cima e para baixo. Os funcionários se vestiam para presenciarem o momento. As famílias sorriam e esperavam o grande momento.

Após o casamento haveria banquete e festa pelo resto do dia, se estendendo a noite. Todas as mulheres vestiam suas melhores roupas, arrumavam os cabelos. Os homens tentavam melhorar no que podiam, mas muitos só pensavam na comida.

- Você está um noivo muito bem apessoado... - disse João Pedro dando uma tapinha nos ombros de Rodolfo.

- Não me deixa mais encabulado. Nunca vi tanta gente junta na vida.

- Calma. Você não está feliz?

- Estou demais. É a realização de um sonho.

- Então... Isso que importa.

- Em breve será tu e minha cunhada.

João Pedro balançou a cabeça.

- Sabe que até cogitei isso, mas hoje acho que seremos amigos para sempre. E não digo isso com queixa, mas sim com carinho.

- Só o tempo dirá João... Dê tempo ao tempo.

- É verdade. Agora vou caçar meu pai que resolveu sumir.

João saiu em busca do pai e Rodolfo seguiu para onde seria o casamento, seu coração não aguentava de ansiedade.

...

Na biblioteca da casa.

Hermínia folheava um livro antigo e tirou de dentro dele, um bilhete que ela buscava a dias.

- Sabia que estava aqui... - ela disse guardando o pedaço de papel entre o colo e guardando o livro no mesmo lugar.

- Hermínia? - Chegou Edival ao seu encontro.

- Oi primo. Como está? - ela disse gentil.

Ele fechou a porta e começou a lhe dizer:

- Está muito bonita minha prima. Mesmo com todo o sofrimento que passou está divina.

- Obrigada primo. Você também está muito bem e igualmente sua esposa.

- Não tivemos sorte no matrimônio Hermínia, nos odiamos e vivemos juntos por aparência.

- Eu sinto muito.

- Você deveria ter escolhido a mim Hermínia. Foi comigo que dançou depois do seu pai nos 15 anos. Tínhamos tanta afinidade.

- Você já estava noivo Edival e éramos amigos e primos.

- Eu deixaria tudo por você. E ainda estou disposto a fazer isso.

- Como assim?

- Deixo minha família por ti mulher. Só é dizer que quer ficar comigo Hermínia.

- Deus me livre. Me desculpa a expressão, mas eu não voltei para destruir casamento de ninguém. Isso é algo que eu nunca faria. Não estou disposta a ter um caso também, então não vai acontecer nada entre nós. Quero cuidar da minha casa e dos meus filhos, dos netos que virão. Me deixe em paz Edival.

Hermínia fugiu dali e encontrou João Pedro no caminho, lhe informando onde estava seu pai. Enquanto isso seguiu para o quarto de Juliete.

- Meu Deus... Como está linda minha menina.

- Acha que já dá para perceber muito a barriga? - Juliete perguntou de frente a mãe.

- Só um pouco. A saia rodada disfarçou muito bem. Mas já são quase cinco meses, de agora em diante a barriga vai crescer muito.

- Não sei se é ansiedade minha, mas senti mexidos do bebê.

- Ah... Isso é fantástico. De agora em diante é muita emoção. - ela retirou o bilhete do decote e colocou na mão de Juliete. - Hoje quero lhe entregar uma coisa. Isso aqui foi escrito dois dias depois do seu nascimento. Seu pai quem escreveu.

- Mãe... Hoje eu não quero ver isso.

- Por que não? É uma coisa bonita. Eu vi ele escrever. Prometemos que iríamos te entregar no dia do seu casamento e esse dia chegou.

Juliete sorriu fraco e enquanto lhe faziam um penteado em seu cabelo, ela foi lendo e molhando o papel.

"Para a princesa do papai e da mamãe...

Tem dois dias que você chegou e mudou nossa vida completamente. Ouvir seu choro é tão recompensador que faz tudo valer a pena.

Filha, que sua vida seja linda como você e que sua caminhada seja leve e feliz. Seu pai e sua mãe estão aqui para você e sempre seremos esse pilar.

No dia que você contrair matrimônio estaremos te dando esse pequeno bilhete e saberemos que cumprimos nossa missão como pais e agora formará tua família.

Te amamos muito pequena princesa!"

- Não sei que pai foi esse que escreveu isso, mas o meu não foi mãe. - devolvi o bilhete.

- Juliete...

- Nada que a senhora disser vai fazer eu me esquecer do que ele fez, e isso não é um rancor e sim uma verdade irreversível. Hoje é um dia incrível e meu pai poderia estar aqui e me levar ao altar, com certeza eu seria mais feliz com ele aqui. Mas ele mentiu, manipulou coisas e te fez sofrer demais, então é difícil enxergar ele de outro jeito. Entendo perfeitamente que a senhora tem vontade que ele mude, mas aceite que isso é impossível. Se ele estiver solto fará da nossa vida um inferno e prefiro que ele esteja preso.

Minha mãe não disse mais nada com relação a isso. Ficou parada na minha frente e disse que ia ao local do casamento, e assim fez.

Terminei de me arrumar e estava pronta para dizer "sim" ao homem da minha vida.

...

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