Tempestade

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Não sei quem ficou mais tempo imóvel o dragão ou eu só sei que o primeiro passo veio dele, literalmente, ele deu um passo em minha direção e abaixou sua cabeça virando ela de lado para me ver com seu olho azul brilhante.

- Você me entende - A voz extremamente grossa do dragão ressoou pela caverna novamente.

- Você fala - Meu cérebro deu pane.

- Óbvio que eu falo - Ele levanta sua cabeça me olhando de cima.

- Você fala - Virei um disco quebrado só pode.

- Você já falou isso, umas duas vezes aliás - Eu acho que vou desmaiar.

Dou alguns passos pro lado e me apoio na parede  até estar sentada no chão enquanto minha respiração está começando a ficar entre cortada."Acho que estou prestes a ter um ataque de pânico".

- Oque você tem humana até parece que nunca viu um dragão - O tom de deboche é bem claro na voz dele.

Vendo a falta de respostas o dragão aproxima sua cabeça de onde eu estou e sinto uma lufada de ar quente, bem quente, em direção ao meu rosto. Por incrível que pareça isso me ajudou a voltar para realidade e consegui finalmente formular uma frase.

- Eu realmente nunca vi um dragão e confesso que não esperava que quando visse um ele fosse um dragão falante - Digo olhando o dragão agora percebendo mais detalhes.

Ele era grande tipo, imenso, quando levantava tinha de manter o pescoço meio curvado se não sua cabeça batia no teto da caverna. Suas escamas eram brancas como a neve e seus olhos azuis como a mais bela safira. Ele era lindo e aterrorizante ao mesmo tempo.

- Como eu disse antes, é óbvio que eu falo - Ele se ajeita para deitar novamente - Todos os dragões falam a questão é você conseguir me entender.

- Como assim todos os dragões falam - Me levanto do chão e dou um passo para frente.

Quando o mesmo iria responder ouço meu nome ser gritado fora da caverna, o dragão vira a cabeça e olha em direção a entrada.

- Timothe - Digo reconhecendo a voz - Ele deve ter percebido que eu sumi.

- Então deveria ir, quanto menos humanos me vendo melhor - Vejo o dragão ainda olhando para a entrada da caverna.

- Você vai deixar eu ir assim facilmente - Pergunto a final a primeira reação dele antes tinha sido tentar me fazer de churrasco.

- Bem não vejo motivos para te matar afinal você é uma língua de dragão - Finalmente seus olhos vem em minha direção.

- Oque é..- Sou cortada por outro grito de Timothe só que mais perto - Eu tenho que ir, mas eu volto - Digo para o mesmo e me viro para a saída da caverna ouvindo um bufar do dragão.

Assim que saio da caverna sigo um pouco em direção do lago e logo vejo Timothe que vem correndo em minha direção, ele segura meus braços me olhando dos pés a cabeça procurando um machucado.

- Onde você estava, eu voltei para o lago e você não estava lá sabe o quanto fiquei preocupado - Ele me solta - E porque está cheirando assim - Vejo o nariz do mesmo se entortando levemente.

- Desculpa é que eu pensei ter visto algo, mas não foi nada - Dou um passo para trás e cheiro meu braço e vejo que realmente eu estava podre - Acho que foi quando eu tropecei devo ter caído em alguma carcaça de bicho - "Mentira é cheiro de dragão".

- Você caiu, por um caso se machucou - Pergunta arregalando seus olhos - Acho melhor voltarmos, vou pedir para o meistre dar uma olha em você - Disse já andando na direção que viemos.

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