1- O início de tudo

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Elizabeth Evans
𖡡 High Wycombe, Inglaterra

Suspiro ao meu padrasto estacionar na frente de uma mansão clássica se destaca na neve, com telhado inclinado e colunas elegantes. Luzes amareladas nas janelas emanam calor, enquanto a paisagem branca ao redor cria uma atmosfera tranquila e convidativa.

O sol começava a sumir e a noite chegava rapidamente, desço do carro colocando minhas mãos no bolso do sobretudo enquanto espero meus pais descerem também. Andamos pelo caminho de pedra até a porta principal e meu padrasto toca a campainha.

- Rose! - A mulher com o rosto envelhecido abraça minha mãe. - John. - Cumprimenta meu padrasto com um aperto de mão e sorri pra mim. - E você, deve ser a encantadora Elizabeth! - Sorrio angelicamente enquanto a mulher me abraça apertado. - Entrem!

O ar quente da casa me circula e eu respiro fundo retirando meu sobretudo assim como meus pais também faziam e entregamos a mulher.

- Sam, você dorme no formol não é? - Escuto a piadinha falsa de minha mãe, que referia que a mulher não tinha envelhecido, mas tinha sim! Parecia um maracujá, cheio de dobras.

- A obrigada, querida! - Sorri gentilmente. - Aaron, eles chegaram. Fiquem a vontade... - Diz e eu me sento no sofá ao lado de minha mãe.

Ajeito meu crufixo que se perdia entre meus seios na camiseta de mangas longas e me esfrego minhas mãos uma na outra para tentar descongelar.

- Jhon! - Escuto uma voz masculina e meu padrasto se levanta cumprimentando o homem, automaticamente minha mãe me puxa junto enquanto caminha até o marido de Sam. Me levanto e quando meus olhos dirigem ao dito cujo eu não consigo não reparar na beleza do homem.

Observo o homem com olhos atentos, notando sua postura confiante e sorriso gentil. Seus olhares expressam determinação, enquanto sua empatia transparece nas pequenas nuances de suas ações. A combinação de força e sensibilidade o torna cativante.

Me perdi em seus olhos azuis profundos dele, uma tonalidade que refletia uma guerra silenciosa dentro de si. A primeira impressão foi de um homem cujo olhar transcende o superficial, sugerindo histórias e experiências que despertam curiosidade e fascínio.

Uau, ele é bem novo pra ela e bem bonito!

Sua boca carnuda e seu corpo robusto com o bíceps praticamente querendo rasgar a camiseta me despertou coisas.

minha mãe cumprimenta o homem com um aperto de mão e me atrevo a cumprimenta-lo com um beijo no rosto, mas que são apenas bochechas se tocando e um breve som de beijo.

- Você deve ser a pequena Elizabeth, não? - Pergunta quando nos separamos e sorrio sugestiva.

- E você deve ser o grande Aaron! - Digo mordendo meu lábio inferior quando o homem arregala os olhos, surpreso.

Ele retribui meu sorriso, volto a minha posição inicial no sofá e ele vai até a mulher que coloca os pratos sob a mesa de madeira escura.

Respiro fundo e batuco meus dedos na coxa coberta pela calça preta e mastigo meu chiclete na boca tentando sair do tédio.

- A Beth está começando a cursar direito... não é filha? - Meu padrasto questiona tentando me incluir na conversa de negócios entre Sam que estava na sala de jantar e Aaron que estava sentado ao lado do meu padrasto.

Tenho vontade de revirar os olhos quando escuto o John me chamar de filha, como se tivesse o direito - Sim, começo o primeiro semestre mês que vem. - Concluo.

- Uau, que ótimo! Não achei que tivesse concluído o ensino médio ainda... - Sam diz.

- Só tenho essa carinha de bebê, Sra. Jhonson. - Digo. - Fiz 18 mês passado.

- Tem muita vida pela frente... - Aaron diz baixinho e minha mãe concorda.

- Venham se sentar! - Sam surge ao meu lado apoiando as mãos em meus ombros. Todos nós nos dirigimos a mesa e me sento na cadeira com estofado confortável.

coloco o pano sobre meu colo e me mantenho ereta, meus olhos passam por todos a mesa e vejo Aaron me olhando. Dou um sorriso ladino e ele abaixa a cabeça.

Observo Sam colocar as entradas sobre a mesa.

- Bom... Fiquem a vontade! - Sam sorri e volta a se sentar. - Podemos conversar sobre o que é bom? Nossa parceria! - Meu padastro sorri e começa a falar milhões de baboseiras.

Mastigo um canapé enquanto balanço meus pés tentando me distrair, sempre é sobre trabalho.

Meu pé esbarra e vejo Aaron se mexer, então descubro que sem querer chutei sua canela. Antes que eu pudesse abrir a boca pra pedir desculpas ele já sorri tranquilo.

- Elizabeth vai todos os domingos e quartas na igreja... É uma boa garota! - minha mãe diz e eu olho sorridente.

- Graças a meu padrasto que sempre faz questão de me levar para acompanhá-lo. A casa de Deus é meu lugar favorito. - Digo e automaticamente seguro a cruz em meu pescoço. Quando viro meu olhar para Aaron seus olhos estão focados em meus dedos que seguram a cruz que facilmente se perde no vale dos meus seios. Solto-a instantaneamente e vejo seus olhos seguirem o caminho que ela faz, se acomodando bem no meio deles.

Hm, então o maridinho gosta de novinhas, como sua mulher gosta de novinhos...

Mordo o interior da minha bochecha sentindo as ideias rodearem minha mente.

Só se vive uma vez, não é?

Quem garante que vou ver esse homem gostoso novamente?

Levanto meu pé coberto pela bota de saltinho fino e olho levemente por baixo da mesa pra ter certeza que era a perna do homem.

Confirmo e começo a subir meu pé sobre sua perna lentamente quando vejo ele bebericar a taça de vinho e arregalar os olhos e se afogar assim que entro em contato com sua perna.

Rapidamente retiro meu pé sabendo que poderia ser vista quando sua mulher se inclina preocupada, afagando as costas do marido.

- Oh meu Deus, Aaron! - Digo com a voz procupada. - Quando ele diz a Sam que está bem e ela retorna ao lugar. Meus pais suspiram fundo também com o susto e eu volto a minha posição. Começo a me aproximar do homem que me olha como se fosse me enforcar. Meu pé esfrega sobre sua canela e eu olho pra ele mordendo os lábios enquanto abaixo a cabeça pegando minha taça.

Ele sorri de lado e eu recuo a perna fazendo o sorriso desaparecer.

- Com licença, preciso ir ao banheiro. - Ele sussurra a todos na mesa e eu sorrio vendo ele se levantar tentando disfarçar a marcação em sua calça jeans.

Sirvo uma porção de salada a mim e começo a comer ignorando a conversa alheia.

- Se o dólar cair perdemos metade de nossas ações... - Sam diz.

Reviro os olhos, não sei porque insistiram em me trazer aqui como se eu fosse uma criança que não pode ficar sozinha.

- Eliza... - Minha mãe diz. - Lembra que eu comentei que eu e seu pai...

- Padrasto, mãe.

- Desculpe... Enfim, a gente teria que ir pra Europa uns dias para mexermos umas papeladas? - Concordo engolindo a salada. - A Sam, se propôs te deixar ficar uns dias aqui com ela e o Aaron. Já que você ainda não começou o semestre, eles se proporam a te ajudar inicialmente e se você gostar de direito, eles podem te arranjar um emprego no escritório deles. - Meu coração dispara.

Meu pai eterno, por que eu fui flertar com o homem?!

- Mãe... - Engulo seco pensando nas minhas respostas, coloco o sorriso mais falso em meu rosto. - Eu amei! Obrigada mesmo Sra. Johnson, não sei nem como lhe agradecer.

- Pode me chamar de Sam, querida. Imagina, é um prazer ter uma menina tão educada como você aqui.

Star - Aaron Taylor-Johnson Onde histórias criam vida. Descubra agora