3 - Dia no escritório

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Elizabeth Evans
𖡡 High Wycombe, Inglaterra

ajeito minha saia lápis preta assim que desço as escadas, agarrando um pedaço de pão que estava na mesa, mordiscando enquanto uso o reflexo do microondas pra terminar de passar meu rímel.

- Elizabeth... - Escuto a voz masculina e grito um "na cozinha", o dono da voz surge com um terno azul escuro e algumas pastas em sua mão. - Está pronta? - Mastigo o resto do pão em minha boca e concordo com a cabeça deixando o o rímel na bancada.

Vou até sua direção pisando em meus saltos pretos de tiras e o questiono, curiosa.

- Achei que Sam iria me levar... - Aaron nega com a cabeça.

- Sam foi a algumas horas antes, teve que resolver um probleminha. - Concordo com a cabeça assentindo, e caminho até minha bolsa que estava sobre o sofá, caçando um chiclete e enfiando em minha boca. A coloco em meu braço e saio de casa com Aaron logo atrás.

Observo o céu azul claro e vejo Aaron se dirigir até o Cadillac, antes que eu pudesse abrir a porta do passageiro ele entra na minha frente puxando-a.

Agradeço com um balanço da cabeça e me sento no estofado nude. Escuto o som da câmera de ré assim que ele liga o carro e começa a sair da garagem.

O silêncio é presente desde que entramos no carro, não temos assuntos em comum, faz apenas um dia que moro nessa casa.

- Merda! - Reclamo, vendo que o botão que segurava a área dos meus peitos na camiseta social abriu. Aaron me olha curioso quando digo o palavrão e volta a olhar pra rua quando se toca que eu estava olhando para meus próprios peitos e fechando o botão.

- Acho que está roupa não te serve mais...
- Ele diz baixinho enquanto sua atenção volta para o trânsito.

Mordo meu lábio e solto mais uma provocação. - Na próxima você pode ir comigo e me ajudar a escolher! - Sorrio sacana me recostando no banco do carro e olhando para o homem que suspira fundo parecendo não me suportar.

[...]

Piso no hall do escritório que era gélido, provalmente o ar condicionado ligado no mínimo fazendo o lugar parecer um hospital com as luzes brancas e o ar congelante.

A última vez que frequentei um escritório foi quando meu pai faleceu, e tive que ficar dias indo ficar com a secretária da minha mãe enquanto ela resolvia tudo para o funeral.

O que não é uma boa lembrança. Lembro-me que quando o telefone tocou informando o falecimento do meu pai, escutei o grito estridente de minha mãe no quarto. Corri até a mulher que estava ajoelhada no chão gritando enquanto segurava a própria cabeça.

É pra uma criança de 4 anos ver isso não é nada fácil...

Mas agora ver a mesma mulher agir como se nunca tivesse perdido o homem de qual ela dizia ser o Amor da sua vida e me causa ânsia já que agora ela está com o novo amor da sua vida.

É cada uma que parece duas.

Jhon e minha mãe se casaram 5 meses depois do falecimento do meu pai, o que causou grande parte do meu ódio por ele, mesmo eu sendo uma criança.

Então esse tempo longe de ambos me faz ser eu mesma, já que Jhon me força a fazer coisas que eu não quero e minha mãe o apoia sempre.

Fui criada para seguir a religião que eu quisesse, até Jhon chegar, sua família toda é religiosa e ele também sendo pastor de uma igreja em birmingham. Então desde então sou forçada a frequentar a mesma e ser a melhor garota que esse povo já viu.

Claramente uma tortura.

Não digo que sou ateia, claro que não. Mas ser forçada a ser quem você não é, é um saco.

- Senhorita Evans?! - Um homem baixinho de pele negra e sorriso gigante, me tira do transe.

- Sim?

- O Sr. Johnson já fez seu cadastro na empresa, se a senhora quiser pode subir. - Olho ao meu redor, percebendo que o homem que estava na recepção já foi embora e eu continuei sentada na poltrona o esperando.

Vagabundo! Nem fez questão de me avisar.

- Obrigada, Sr? - Questiono e ele sorri grandemente.

- Effiong!

- Obrigada, Sr. Effiong! Sabe me informar qual andar é?

- Andar 21! - Agradeço com um sorriso e caminho até o elevador apertando o número.

Batuco meus dedos no apoio de mãos do elevador e suspiro assim que ele para no andar desejado. Sorrio para a secretária morena com os olhos puxados claramente uma mulher asiática.

- Olá, Boa tarde! Irei ao escritório do Sr. Johnson. - Informo e ela sorri amigável.

- Ele já nos deixou informados, tenha um bom dia! - Meus olhos batem em seu crachá e leio seu nome "Kiara Sanchez".

Sorrio e continuo meu caminho até o lugar de portas duplas de vidro, mas sabem aqueles vidros que enganam?

Só quem está dentro pode enxergar o lado de fora. Abro a porta abruptamente e ele me olha torto.

- Sabe, aqui costumamos bater...

- Não costumo bater em portas, não é agora que irei começar a seguir as regras. - Ele me olha incrédulo entediado. - O que iremos aprender hoje, chefe? - Me dirijo até sua mesa, colocando ambas mãos sobre a mesa de madeira e me inclinando em sua frente.

- Você começa se sentando ali, e esperando Sam pra te ensinar. Não tenho paciência com adolescentes.

Mordo meu lábio inferior e coloco minha mão sobre meu peito, fingindo tristeza.

- Não sou adolescente, Sr. Johnson! - Dou a volta na mesa, agora empurrando levemente sua cadeira com rodas para me dar espaço. Paro em sua frente encostando minha bunda na madeira me escorando e colocando ambas mãos na mesa também.

Inclino meu tronco ficando mais próximo do homem que me olha como as orbes azuis como duas bolinhas de gude.

- Não quero aprender com a Sam, quero aprender com o senhor. - Sussurro soprando o hálito de menta fazendo um cacho que caia sobre seus olhos voar levemente. Sinto minha boca cada vez mais próxima que a sua, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa a porta de abre rapidamente. Ajeito minha postura novamente vendo a secretária asiática entrar e pedir desculpas pela interrupção, ficando com as bochechas vermelhas instantaneamente.

Caminho para fora de sua mesa e me sento na poltrona escutando a garota falar sem parar sobre algum problema com notas perdidas.

Minutos depois ela sai e eu me levanto novamente batendo a mão sobre a testa.

- Acho bom o senhor começar a exigir que seus funcionários batam na porta apartir de agora. É essencial para uma boa relação entre nós! - Digo e ele levanta o olhar até mim. - Não gosto de ser interrompida...

Star - Aaron Taylor-Johnson Onde histórias criam vida. Descubra agora