Demônios existem. Mas eles não são carinhas vermelhos com rabo e chifres. Demônios podem ser, e são, muito bonitos. Oque difere os anjos dos demônios? Ambos são belos e ambos mentem, então qual a diferença? Seria fácil de responder, o problema é que a maioria das pessoas esquece que antes de serem demônios, todos eles já foram anjos.
Demônios podem ser luxúria, maquiados por um encanto belo. Um brilho que reluz em meio ao nosso inferno. O brilho que ilumina o caminho entre o céu e a terra, mas que é tão massivo que corrói e cega.
Quer saber oque eles são? Se olhe no espelho. São a maldade que se esconde através de desejos, entre sonhos e pesadelos, os demônios não são nada além de nós mesmos.
Os demônios são o mar de sentimentos que afogamos o "eu" do passado, sem saber se tínhamos o matado. Mas se somos manipuláveis até nas palavras, nós não mudamos, só colocamos faces temporárias.
Maldito instinto de trocar o nosso ser inteiro, só pelo agrado de falsas certezas. A borboleta pela qual matou aquele seu "eu" verdadeiro, é revelada como um lobo com sangue nas presas.
A máscara que me priva em minhas mentiras é a mesma que no fim denúncia minha real face. Um sorriso não esconde a boca ensanguentada de quem matou com palavras. E vocês temem o inferno, até saberem que o pior lugar é o coração do seu "eu" interno. Oque é intrigante, ao meu olhar, pois o perfeito só depende da perspectiva.
Então, olhando no espelho, eu enxerguei meu inimigo. No fim, a espada de miguel sou eu sozinho. Espinhos que me furaram formam meu caminho, purgatório de anseios esse é meu castigo.
No submundo, em mim vaguei. E os meus demônios pulverizei. Entre os pecados que mergulhei, em palavras belas os converterei.