Um Contraste de Calmaria

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Ilustração da mídia
Casa da fazenda e o celeiro
Ao fundo.

A luz pálida da manhã filtrava-se pelas frestas das janelas do esconderijo, iluminando suavemente o ambiente onde Lauren repousava. Seu tornozelo ferido latejava, lembrando-a da dor aguda que a acompanhava a cada movimento. No entanto, não era apenas a dor física que a assombrava naquela manhã sombria.

Os últimos acontecimentos ainda ecoavam em sua mente, como sombras indesejadas que se recusavam a desaparecer. A sensação de vulnerabilidade e terror que a envolvera quando quase foi abusada ainda a assombrava, fazendo-a tremer involuntariamente e sentir um frio gélido percorrer sua espinha.

Ethan, com sua determinação feroz e coragem inflexível, interveio no momento crucial, pondo um fim à ameaça que pairava sobre ela. O som do tiro ecoando naquele espaço confinado ainda ressoava em seus ouvidos, um lembrete brutal da violência e da brutalidade que permeavam o mundo apocalíptico em que estavam imersos.

A imagem do abusador caído no chão, a blusa de Lauren rasgada e sua vulnerabilidade exposta, era uma ferida aberta em sua mente, uma cicatriz emocional que se recusava a sarar. O resgate heroico de Ethan trouxera alívio e salvaguarda, mas as marcas daquele momento traumático ainda persistiam, assombrando seus pensamentos e minando sua confiança.

Enquanto o sol nascente tingia o céu de tons avermelhados, Lauren lutava contra as lembranças dolorosas que a assombravam, procurando forças para superar o trauma que a consumia por dentro. O mundo infestado de zumbis ao seu redor parecia ecoar a escuridão que habitava sua alma, um lembrete constante da fragilidade da existência e da luta desesperada pela sobrevivência.

Enquanto Lauren arrumava o quarto, tentando afastar os pensamentos turbulentos que a assombravam, o silêncio do local era preenchido apenas pelo som das cobertas sendo dobradas e da cama sendo arrumada com cuidado. A ausência de Andrew pesava em seu coração, deixando-a inquieta e preocupada com seu paradeiro.

O suave som das batidas na porta a tirou de seus devaneios, fazendo com que ela se recompusesse e respondesse com firmeza, permitindo a entrada de quem quer que estivesse do outro lado. A voz reconhecível de Ethan ecoou no quarto, trazendo consigo um leve alívio.

- Pode entrar

Ethan: - Bom dia Lauren, eu só queria te avisar que ontem a noite pela madrugada Andrew retornou.- disse com firmeza.- Caso você queira ver ele...

O sorriso que se formou no rosto de Lauren ao ouvir as palavras reconfortantes de Ethan revelava a gratidão e o contentamento que sentia ao saber que Andrew finalmente havia retornado. O peso que a oprimia dissipou-se lentamente, substituído por uma sensação de alívio e tranquilidade.

A breve interação com Ethan, que aparentava estar ali apenas para transmitir a mensagem sobre Andrew, escondia a preocupação e o cuidado que ele nutria por ela. A desculpa sutil servia como um pretexto para verificar se estava bem, para oferecer apoio e conforto.

-Ele voltou?- sorri aliviada.- Daqui uns minutos eu desço!- A promessa de Lauren de descer em breve para encontrar Andrew refletia sua gratidão e ansiedade em reencontra-lo.

Lauren terminou seu banho, sentindo a água quente aliviar as tensões de seu corpo, mas a dor persistente em sua perna ferida não a abandonava. Ao examinar o curativo, seu coração se apertou ao ver o fluido esverdeado, sinal de uma possível inflamação. A frustração a invadiu, misturando-se com a preocupação com sua própria saúde e a de Andrew, que finalmente estava de volta.

Após se secar e se arrumar, Lauren desceu as escadas com cautela, tentando minimizar a dor que ainda a incomodava. Ao chegar a sala principal, seus olhos se fixaram em Andrew, sentado no sofá com almofadas apoiando suas costas, sua expressão cansada e ferida revelando os desafios que enfrentara em sua ausência.

The City of the Dead - The walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora