Cap. 1

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Aqui vou eu para aquela que será a minha última noite por aqui.

Última por enquanto, porque logo estarei de volta e depois voltarei a partir.

A minha vida tem sido esta.

Sou Rodolffo Almeida, 38 anos, médico, actualmente na equipe dos Médicos sem fronteiras.

Amanhã partimos para uma nova missão em África.  Ainda não sabemos quanto tempo vamos ficar, mas se for como as outras  missões,  nunca menos de um ano, ano e meio.

Por ser a última noite resolvi sair  e divertir-me.  Vim  a uma boate conhecida, onde pára a maioria dos meus amigos e conhecidos.

Cheguei perto da meia noite.  Fui até ao bar, pedi um whisky e conversei com alguns conhecidos.

A música que tocava não era do meu gosto, por isso deixei-me ficar ao balcão.

A mala está pronta, posso voltar tarde para casa.  O voo é ao meio dia, dormir durmo no avião que horas não me faltam até chegar ao destino.

Estava eu absorto neste pensamento quando reparo numa morena, baixinha, cabelo ondulado e bem comprido, que rebolava na pista de dança.

Do local onde estava, tinha uma excelente visão para a pista.  Fiquei a apreciar o espectáculo até que ela se dirigiu a uma mesa onde havia mais duas moças.

Falei com o barmen e pedi para ele mandar uma bebida para as três jovens.

Um garçon levou as bebidas, elas olharam para mim e eu levantei o meu copo num brinde a elas.

Estava eu de prosa com um amigo que entretanto tinha chegado, quando sinto uma mão sobre a minha perna.
Virei-me e vi a morena ao meu lado.

- Oi!  Obrigada pela bebida.

O meu amigo, piscou o olho e saiu de perto, cedendo o banco ao meu lado à morena.

Pedi mais um whisky para mim e ela quis também.

- Cowboy,  disse ela ao garçon.

Eu sempre bebia o whisky com gelo.  Fiquei admirado dela tomar puro, mas são gostos.

- Como te chamas? perguntei.

- Clarisse.  E tu?

- Rodolffo.
Este local hoje está pouco animado.  Vamos para outro sítio?

- Vamos.  Vou só avisar as minhas amigas.

Saímos em direcção ao parque de estacionamento onde eu tinha o carro.

- Onde queres ir?

- Para um hotel respondeu ela de imediato.

Aquela resposta surpreendeu-me um pouco.  Nunca uma mulher tinha sido tão frontal a ponto de no primeiro encontro sugerir logo um hotel principalmente porque apenas trocámos meia dúzia de frases.

Como não sou de negar fogo e realmente a morena despertou a minha atenção,  dirigi até ao hotel mais próximo.

Fizemos o registo, apanhámos o elevador e logo estávamos no quarto.  Uns minutos depois chegou o champanhe que eu tinha pedido na recepção.

Deitados na cama, bebemos champanhe e começamos nos amassos.  Sentia-a um pouco tensa, mas à medida que a bebida fazia efeito, ela foi ficando cada vez mais solta.

Quando a tentei penetrar percebi a borrada que estava a fazer, mas ela pediu para continuar.

Fiz-lhe a vontade.  Tentei ser o mais meigo possível.  Ela ainda era virgem,  mas desejava aquilo tanto como eu.

Não sei se foi bom para ela.  Eu tentei que fosse prazeiroso e para mim foi excelente.  Quando terminámos, ela não quis falar.
Pediu que a abraçasse e assim se deixou dormir.

Acordei perto das 10 horas da manhã.  Ela dormia profundamente.

Deixei um bilhete de despedida.

Foi uma noite fantástica, mas tenho que partir.  Não sei se és da cidade por isso deixo mais uma noite paga.
Deixo o meu colar, para recordares a tua primeira vez.  Que privilégio eu tive.
Obrigado
Ro

Segui para casa, tomei banho, peguei na mala e segui para o aeroporto

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Segui para casa, tomei banho, peguei na mala e segui para o aeroporto.

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Acordei tarde.  Estava sozinha num quarto de hotel.  Olhei à minha volta e reparei no bilhete.  Sorri quando vi o colar.

Ainda bem que não deixou dinheiro.  Ia sentir-me muito mal se o tivesse feito.  Revi a noite passada e embora estivesse sob efeito de bebida, estava lúcida o suficiente para saber o que estava a fazer.

Eu quis sim tudo o que aconteceu. Se gostei?  Eu amei.  Sei que porventura nunca mais o vou ver, mas como ele disse tenho o colar para me lembrar desta noite.

Não sou da cidade.   Moro na periferia e sim, vou aproveitar a noite extra que me foi ofertada.

Tomei um banho e fui fazer um rolê.   Conhecer um pouco a cidade.

Amei-te Sem Te ConhecerOnde histórias criam vida. Descubra agora