Cap. 13

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Confesso que estou a adorar este papel de pai.

Madalena não teve qualquer problema em ficar comigo e até para dormir ela perguntou pela mãe, mas aceitou a explicação que dei. 

Maria e João convidaram-me para almoçar domingo e assim as duas crianças puderam brincar.

Segunda como habitualmente levei Madalena para a escola e fui trabalhar.

Ao regressar encontrei a dona Inês a brincar com  minha filha.

- Boa tarde dona Inês.  A Juliette falou-lhe de mim?

- Falou sim, doutor.

- Aqui, sou só o pai da Madalena.  Trate-me por Rodolffo por favor.

- Com certeza.  Agora que chegou já vou indo.  A Madalena já lanchou.  Deixei o vosso jantar no forno.

- Obrigado.   Até amanhã.

Juliette ligou perto da hora do jantar.  Não dissemos muita coisa.  Segundo ela ia sair para jantar com o João e regressavam terça feira.  Perguntou por Madalena,  mas em nenhum momento quis saber como eu estava.

Rejeição eu até aceito, mas indiferença não.   Deitei Madalena na minha cama.  Já ontem ela quis dormir comigo e eu deixei.

Amanheceu e eu estava com dor de cabeça.  Procurei no banheiro de Juliette,  dentro do armário e encontrei um comprimido.  Tomei juntamente com o café e fui até à escola.

Trabalhei sob uma tensão enorme.

Juliette chegou a seguir ao almoço e enviou-me uma mensagem.

Cheguei.  Se não quiseres não precisas vir hoje.  Encontramo-nos amanhã de manhã.

Ju

Nem me dei ao trabalho de responder.  Saí da clínica e fui directamente para casa.  Comi uma sanduíche e fui dormir.  Estava cansado e na noite anterior tinha dormido pouco.

Na manhã seguinte lá estava eu na porta da casa dela à espera.

Saí para acomodar a filha na cadeira e fiz questões lhe dar um beijo, apenas no rosto.

O percurso até à escola foi de puro silêncio com ela.  Apenas Madalena falava naquele carro.

De regresso o mesmo  clima.

- Algum problema,  Rodolffo?

- Nenhum, porquê?

- Nada.  Se tu não vês problema nenhum é porque não há.  Deve ser da minha cabeça.

Chegámos à minha porta.  Rodolffo entregou-me uma sacola pequena.

- Espero que gostes e seja útil.

- Ah!  Obrigada.
Ela saiu do carro ele acelerou em direcção ao trabalho.

Juliette ficou a olhar o carro desaparecer.
Entrou no carro dela, guardou o presente sem o abrir e foi para o tribunal.

Rodolffo tirou a tarde para ir escolher os móveis para o quarto da filha.  Comprou algumas roupas de cama e atoalhados.  Passou no shopping e comprou algumas mudas de roupa e sapatos para Madalena.

Já estava em casa quando recebeu uma chamada dela.

- Oi.

- Rodolffo,  que brincadeira é esta?  O que significa este presente que me deste?

- Significa que podes usar as vezes que quiseres sem dar satisfações a ninguém.   O objectivo é matares a vontade de transar.  Um vibrador é o aparelho ideal.
Não gosto de ser usado e descartado.

- Não te usei.

- Não?  Então foi o quê?

- Vem cá para conversarmos.  Entendeste tudo mal.

- Não acho.  Vou aí no sábado buscar a Madalena para passar o dia comigo.  Tchau.

Rodolffo desligou sem esperar qualquer resposta.

Do outro lado Juliette estava irritada.  Nem era com ele.  Era com a situação.   Nunca , em tempo algum ela cogitou usá-lo, muito menos para sexo.
Mais depressa ela faria isso com um desconhecido, mas com o pai da sua filha não.
Por todos estes anos ela não teve  vontade de procurar relações apenas por sexo, porque o faria agora.

Reviu o seu comportamento para entender o porquê dele se sentir assim.  Em questões românticas ela era um zero à esquerda e esta atitude dele só comprovou.


Amei-te Sem Te ConhecerOnde histórias criam vida. Descubra agora