Cap. 11

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Conforme combinado no dia seguinte Rodolffo foi levar Madalena  juntamente com Juliette.

Era a primeira vez que alguém via a menina chegar com um elemento masculino e muitos se questionavam sobre quem seria.

Juliette apresentou Rodolffo à educadora e deu permissão para ele poder buscá-la em alguns dias.

Logo chegou Cecília que correu a abraçar o padrinho.
Maria cumprimentou Juliette e Rodolffo  e depois das crianças entrarem, ficaram os três a conversar.

- Maria, vou só levar Juliette a casa para ela buscar o carro e já vou para a clínica.

- Fica à vontade.  Adeus Juliette.

- Adeus Maria.

- Queres ir buscar o carro ou queres que te deixe no tribunal?

- E depois volto como?  Vou buscar o carro.

- Eu posso ir buscar-te.

- Não.  Prefiro levar o carro.  Nunca sei a que horas saio.

Chegaram a casa, Juliette saiu depois de dar um beijo na face de Rodolffo.

- Bom trabalho, Ju.

- Para ti também.   Até logo.

Rodolffo esperou ela sair com o carro e só depois seguiu o seu caminho.

Nos dias seguintes Rodolffo fez questão de levar a filha à escola com a mãe.

No sábado fizeram programa de pai e filha.  Juliette não quis fazer parte por ter trabalho a fazer.

Conversou com Rodolffo sobre ele ficar com Madalena o dia todo de domingo e levá-la segunda à escola.

- Domingo preciso viajar.  Tenho um julgamento numa outra comarca e tenho que estar segunda cedo.  É necessário que viaje domingo.

- Não sei se dou conta, pelo menos à noite.  Ela não está habituada a dormir comigo. A minha casa ainda não está adaptada para ela.  Preciso reformar um dos quartos.

- Fica aqui.  Tenho um quarto de hóspedes.

Depois de chegar do passeio, foi a casa buscar umas roupas e itens de higiene para passar o domingo em casa de Juliette.

Quando regressou já Madalena estava de banho tomado e sentada à mesa para jantar.

- A mamãe disse que vais dormir aqui.  Eu quero dormir contigo.

- Não senhora dona Madalena.   A menina dorme na sua cama.

Rodolffo segredou-lhe ao ouvido.

"Amanhã a mamãe não está cá e tu podes dormir comigo"

- Segredo, disse ele.

- Rodolffo!  Não a estragues com mimos.  As crianças são manipuladores.

- Não te irrites connosco.

- Já comeu tudo?  Escovar os dentes e cama.

- Vou com o papai.

A primeira vez que ela falou directamente,  papai.

Rodolffo pegou nela, abraçou-a e Juliette viu umas lágrimas caindo.

Fez-lhe um afago e saiu na frente dele em direcção ao quarto da pequena.

Rodolffo beijou a filha e aconchegou a coberta.

- Dorme bem para amanhã irmos passear outra vez, está bem.

- Sim papai.

Juliette deu-lhe um beijo de boa noite e saíram encostando a porta.

Rodolffo não resistiu e abraçou fortemente Juliette.

- Vamos jantar, disse ela, livrando-se do abraço.

- Porque és tão resistente? perguntou ele.

- Sou o quê?

- Resistente.  Um abraço não tem nada de mal.

- Mas eu deixei tu abraçares-me.

- Deixaste, mas faltou reciprocidade.

- Rodolffo,  isto é tudo novo para mim.

- Deixa que te amem.   Entrega-te.  Foste tão foda naquela noite.  Pode não parecer, mas aquilo não foi só uma noite de sexo.  Foi uma noite de muito amor.

- Achaste?  Eu senti isso.

- Não achei.  Tenho a certeza, por isso te procurei quando voltei.

- Não me consigo entregar assim.

- O que te impede?  Conversa comigo.  Falar é bom.

- Vamos jantar.

- Vês?  Já estás a desviar a conversa.

- Pois.  Vou dizer o que a Madalena gosta de comer, para amanhã não teres dificuldade.

- Está bem.  Já vi que a conversa fica por isso mesmo.

Amei-te Sem Te ConhecerOnde histórias criam vida. Descubra agora