Entrei no café e só agora me dei conta de que estava sem almoçar. Hoje apenas tomei café da manhã.
Pedi uma sanduíche e um suco enquanto esperava.
Juliette chegou pouco depois. Meu Deus, ela é linda. Igual ao que eu lembrava apesar de só a ter visto naquela noite.
Ela chegou junto dele, ele levantou-se e puxou a cadeira para ela sentar.
- Desculpa. Acabei pedindo um lanche. Estava sem almoçar. Queres o quê?
- Um café por favor.
Rodolffo chamou o garçon e pediu dois cafés.
- Então não te chamas Clarice. Porquê a mentira?
- Na altura pareceu-me bem. Naquela noite eu não tinha intenção de voltar a ver-te.
- Porquê?
- Coisas minhas. Devaneios de mulher limitada por muitos anos.
Por muitos anos a minha mente foi moldada por crenças. Aquela noite era a minha noite de libertação.
Eu entrei naquele bar para fazer o que fiz.
- Porquê eu?
- De todos os que estavam lá, foste o que me despertou algo, além do físico, claro.
- Depois daquela noite fui em missão para África, por isso saí do hotel cedo. Tenho feito algumas missões pelos médicos sem fronteiras.
Quer dizer que planeaste o nosso encontro?- Não propriamente contigo, mas sim.
- Quando regressei voltei várias vezes ao bar, mas não te encontrei.
Depois parti novamente uma e outra vez.- Coincidência termos a Maria, conhecida dos dois.
- Eu sou padrinho da filha dela e ela e o João são meus sócios na clínica.
- Quando te vi com a Madalena ao colo fiquei sem chão.
- Eu acho que até agora temos sido sinceros um com o outro. Vou fazer uma pergunta e espero que a resposta seja sincera também.
- A Madalena é minha filha?
Juliette baixou os olhos e eu fiquei à espera da resposta.
Segurei no queixo dela e levantei-lhe o rosto.
- Sem recriminações. Só diz-me a verdade. Ela é minha filha? Só preciso que confirmes, porque eu tenho quase a certeza.
- É. Ela é tua filha. Tu sabes que foste o primeiro e nunca houve outro homem na minha vida.
- Eu quase tive a certeza quando vi o colar dela na clínica, mas o nome da mãe não condizia.
- Eu quis ser mãe solo, mas a certa altura arrependi-me. Procurei-te no bar, mas nunca mais tive noticias tuas. De ti só sabia o nome. No bar não conhecia ninguém. Aquela era a primeira noite.
- E as tuas amigas? Aquelas que estavam contigo?
- Nós vivíamos na periferia. Nenhuma de nós conhecia a cidade. Eu já era formada. Nessa altura mudei-me para cá.
- E a tua família?
- Por causa das crenças, quando anunciei a gravidez, cortaram relações comigo. Há três anos que não sei nada deles.
- Tiveste dificuldades?
- Algumas, mas eu tinha o meu diploma. Rápidamente arranjei trabalho e hoje estou bem.
Pedimos outro café.
- A Madalena está com quem?
- Com a senhora que me ajuda.
- A que a levou à consulta?
- Sim.
- Vive contigo?
- Não. Só trabalha lá em casa? Daqui a pouco tenho que voltar para a levar para casa. Hoje ficou mais um pouco para eu vir aqui.
- Como está o pulso da Madalena?
- Ontem pus bastante gelo. Acho que está melhor.
- Temos muito que conversar, mas eu não quero empatar a tua vida, Juliette.
- Já que estás aqui, não queres entrar para ver a Madalena?
- Posso?
- Claro que sim. As vezes que te procurei era para te dar o direito de seres o pai dela. Não consegui por três anos. Agora não vou impedir, a menos que a tua vida pessoal não esteja preparada.
Obrigado por permitires isso e por não me esconderes a verdade.
Paguei a conta e seguimos juntos para casa dela.
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Amei-te Sem Te Conhecer
Fiksi PenggemarFantasia de uma noite, sexo casual ou irresponsabilidade? Vale tudo por uma noite de diversão.