Cap. 19

82 12 8
                                    

Juliette veio o caminho quase em silêncio.

- O que aconteceu, amor? Não entendi a tua atitude lá na clínica.

- Quem eram aquelas duas piranhas?

- Quem? A Raquel e a Luísa são duas das enfermeiras.

- Aquela crossefitada qual é?

- Essa é a Raquel.

- Na próxima vez vou-lhe à tromba.

- Juliette! O que se passou, nunca te vi falares assim?

- Estava lá a falar de ti. O gostoso, vai ser meu, e outras baboseiras impróprias, referindo-se a ti.

- O gostoso era eu? Ah! Esse elogio merece um aumento de salário.

- Rodolffo, não me tentes. Não sabes do que sou capaz.

- Vais-me castigar? Eu estou de castigo pelo que não fiz?

- Deves ter dado trela àquela lá. Mas deixa, eu faço ela enforcar-se na trela.

- Não fiz nada. Não comeces já a imaginar coisas.

- Está bom. Por hoje o assunto morre aqui.

Juliette resolveu não arranjar uma briga sem nexo.

No dia seguinte o programa era o mesmo. Foram levar a filha à escola, Juliette deixou Rodolffo e seguiu para o tribunal.

Hora de almoço.

Por norma Juliette fazia um lanche lá mesmo no tribunal, mas hoje apetecia-lhe algo diferente.

Conduziu até à clínica e na recepção foi informada que Rodolffo tinha terminado o expediente mas ainda estava no gabinete.

Juliette pediu à recepcionista para chamar Raquel ao gabinete de Rodolffo e dirigiu-se para lá.

Bateu à porta e ele mandou entrar.

- Oi amor! Vim buscar-te para almoçar, disse ela já se colocando de lado dele e beijando-o.

Rodolffo largou tudo e abraçou-a pela cintura. Juliette sentou no colo dele frente a frente provocando-o.

Rodolffo já estava cheio de tesão, chupando os peitos de Ju, que estava de blusa desabotoada, quando bateram à porta e antes que ele pudesse dizer algo Juliette disse para entrarem.

Raquel entrou e ao ver a cena pediu desculpa, mas Juliette adiantou-se.

- Não tem importância. Vim buscar o meu marido para almoçar, mas estávamos a adiantar o couvert.
Aproveitando a ocasião. Este gostoso é meu e não pretendo abrir mão, entendeu? Agora pode ir à sua vida e aproveite para fechar a porta que eu tenho um assunto para terminar.

Raquel saiu mais vermelha que um pimentão, sem dizer uma palavra.

Rodolffo estava sem palavras. Olhava para Ju e nem queria acreditar no que acabara de acontecer.

- Ainda quero terminar o couvert, disse ela a rir.

- Foi uma rapidinha, mas foi muito gostosa. Agora vamos lá almoçar que foi para isso que eu vim.

- Ah foi? Não me pareceu.

- Nem tudo o que parece é.

Saíram e a recepcionista sorriu para Juliette que lhe retribuiu o sorriso e ainda bateram o punho.

Quando regressaram do almoço, Maria estava na entrada da clínica e parecia passar-se alguma coisa.

- O que foi Maria?

- Não entendi. Raquel contou-me uma história bizarra da Juliette e pediu demissão.

- Pediu, é? Olha que bem, disse Juliette que ficou após ver Maria preocupada.

- O que se passou?

- O Rodolffo conta-te. Eu tenho que voltar ao tribunal. Até logo, amor.
Adeus Maria.

- Até logo.

- Anda Maria, falamos no meu gabinete.

- É verdade que estavas a fazer sexo aqui?

- Não. Estávamos num momento mais quente, mas ainda não tínhamos chegado ao sexo.

- Rodolffo. Isso não pode acontecer aqui.

- Eu acredito que só aconteceu porque ontem a Raquel provocou.
Estava em frente à Ju a chamar-me gostoso e outras coisas mais.
Não vai mais acontecer e tu sabes que a Raquel vivia se insinuando mesmo depois de sair daqui.

- A Ju? Quem diria. Maria saiu a rir.

Ao final da tarde, Juliette foi buscar Rodolffo e aproveitou para pedir desculpas à Maria.

Amei-te Sem Te ConhecerOnde histórias criam vida. Descubra agora