Primeira noite

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A dona da boutique me contou coisas que a maioria das mulheres casadas nem devem saber. Enquanto ela falava algo em mim acendia e eu podia imaginar Otto comigo. Por incrível que pareça eu não pensei em Peter em momento algum.
Mr Comudus continua sem falar comigo e eu decido por em prática tudo que aprendi com madame.
Ele faz como todos dos dias, janta sozinho e então vai para o quarto. Eu também vou para o meu, mas ao invés de dormir eu acendo as velas na cama de banho, encho a banheira e coloco ervas, flores e mel. Abro uma garrafa de vinho e me forço a beber uma taça para me dar coragem. Eu coro em imaginar as coisas que madame me disse.
Tiro toda a roupa e me deito na banheira, tomo um banho longo e demorado, pegando a água na mão em forma de concha e deixando cair lentamente na banheira. Bartolomeu está ao meu lado e então eu penso em um modo de atrair Otto até meu quarto. Depois de muito pensar eu decido usar o cachorro. Jogo a bolinha em baixo da cômoda e Bartolomeu se desespera para tentar pegar, ele late e choraminga enquanto eu observo da banheira.
Otto aparece na porta do quarto.
-Ouvi Bartolomeu gritar, pensei que tivesse acontecido algo. - Ele levanta os olhos e vê que estou nua na banheira. Depois pede desculpas e tampa os olhos com os dedos entreabertos.

-O senhor pode pegar a toalha para mim? -Eu digo de forma calma.
Otto vai em direção ao cabideiro e pega a toalha.
-Pode abrir por favor?
Ele tira as mãos dos olhos e abre a toalha. Eu me levanto na sua frente e ando em sua direção. Seus olhos estão em chamas e algo em mim queima também. Ele me olha dos pés a cabeça e morde os lábios.
Ele me enrola na toalha. E eu começo.
-Peter me beijou aquele dia. E foi ali que eu percebi que não o amava mais. Ele me pediu que acabasse com meu casamento para ficar com ele, assim ele também terminaria o noivado com Joana. Eu recusei, Mr Comudus. Recusei porque amo você.

Otto abre a boca e parece surpreso, ele fica em silêncio e depois recomeça.

-Tem certeza, Senhora? Não está brincando comigo?
-Absolutamente.-eu digo enquanto tiro algumas flores do meu cabelo.

-Não trai a senhora. Mesmo que tenha ido aquele bar com essa finalidade. Quando uma moça veio em minha direção e me abraçou eu senti repulsa e a afastei. Só disse aquilo porque queria que sentisse o que senti. Queria que sofresse como sofri.

Meus olhos se enchem de lágrimas e eu o abraço. Otto me abraça de volta e então me beija, o beijo é terno e lento mas depois vai ficando quente e rápido. Ele me coloca sobre a cama e olha nos meus olhos.
-Tem certeza que quer isso?
Eu olho em seus olhos e faço que sim com a cabeça.
-Já fez isso outras vezes? -ele pergunta constrangido.
-O senhor é o primeiro.- e não é mentira, eu e Peter só nos beijamos.
Ele beija a minha boca novamente, depois meu pescoço e meu colo. Então ele tira a toalha com as mãos, me olha por uns segundos e volta a me beijar. Eu tiro sua camisa e depois a roupa de baixa, nós nos levantamos e olhamos um para o outro por um tempo. Famintos de desejo. Ele me pega nos braços e me coloca sobre a cama, beija meu meus seios e desce até meu umbigo. Beija minha barriga e depois me beija lá em baixo. Ele sobe para os meus lábios quando termina e eu sinto meu gosto em sua boca. Ele coloca um dos dedos em mim e eu gemo baixinho. Seu corpo sobre o meu. Quente. Nós dois soados e extasiados em transe. Ele pega seu lembro e o insere com delicadeza. E eu gemo.
-Quer que eu pare um pouco? Não quero machucá-la.
-Tudo bem -eu digo - eu gosto.
Ele percebe que tem uma pequena quantidade de sangue, então para por um minuto, depois se move lentamente para dentro de mim. Eu gemo baixinho no seu ouvido enquanto ele me preenche por inteira. Seus olhos estão nos meus e ele me observa abrir a boca de prazer. Ele me beija e nós fechamos os olhos, meu gemido é abafado pelo seu beijo. Ele se move mais rápido e eu seguro suas nádegas. Querendo que ele preencha inteira. Ele todo dentro de mim. O movimento é rápido e forte. Nós estamos ofegantes, sinto uma ponta em baixo, uma fisgada e sou tomada por um prazer incomparável. Tudo explode. E eu não quero que aquela sensação tenha fim. Ele se satisfaz junto comigo. Eu deito sobre seu peito e uma lágrima rola pelo meu rosto. Ele se espanta e diz:

-Eu machuquei a senhora?
-Não, o senhor me amou.

Casamento Arranjado - Um Breve ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora