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Ela sentou-se ao velho piano de sua casa. As teclas estavam empoeiradas e desbotadas.

"Você toca?", Tom disse parado na porta observando a garota que o estava ignorando.

"Meus pais costumavam me usar para entretenimento", Marcelline disse olhando para ele. Eles estavam lá há uma semana, mas ela não o viu nenhuma vez. Esta foi a primeira vez e foi como respirar fundo depois de morrer.

Ele caminhou lentamente até ela e sentou-se ao lado dela no banco do piano. Sua respiração engatou um pouco, mas ela escondeu.

"Você poderia tocar alguma coisa para mim?", ele perguntou olhando nos olhos dela. Sua cabeça estava girando com emoções. Ela estava olhando nos olhos que ela evitou todas essas semanas. Ela se perguntou por que se privaria de uma visão tão bonita.

"Já se passaram anos, Tom, não tenho certeza se me lembro-"

Ele agarrou as mãos dela e ela de repente sentiu uma descarga elétrica em seu corpo. Ele guiou as mãos dela até o piano e observou enquanto ele as colocava suavemente nas teclas. Ela apenas olhou para as teclas empoeiradas, lembrando-se de cada vez que precisava se apresentar. Apresentar-se para sua família e seus convidados.

Seus dedos de repente pareciam água. Era como respirar. Era natural para ela. Ela fez isso tantas vezes para impressionar que nunca teve tempo de realmente apreciar os sons que a bela máquina fazia.

Tom apenas observou enquanto ela ficava fascinada. A maneira como seus dedos delicados funcionavam como mágica; produzindo o som mais lindo que ele já ouviu. A forma como o rosto dela parecia muito mais calmo, mais relaxado. A maneira como seus olhos brilharam quando ela percebeu o que estava fazendo. Ele gostou de olhar para ela. Observando ela. Observando cada movimento dela enquanto ela fazia coisas que ninguém mais conseguia. Para ele, ela era uma obra-prima.

Eles sentaram-se sozinhos na grande sala, o único som que se ouvia era o do piano. Qualquer tensão que existia antes simplesmente desapareceu com a música. Eram só eles dois. Sozinhos.

Tom adorou assim.

Seus olhos verdes encontraram os escuros dele novamente e de repente ela sentiu o ar ao seu redor. Quão denso ele era.

"Você deixou de me surpreender, linda", ele disse suavemente aproximando-se do rosto dela.

"Eu deveria ir tomar um banho-", ela disse, mas seu corpo a derrotou quando ela se inclinou. Cada parte dela gritava que ela deveria ir embora. Levantar. Ela não podia. Ela estava colada em seus olhos. Ela era preso em sua presença.

"Senti sua falta, querida", ele disse e ela sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Suas mãos frias encontraram o caminho em seu rosto e ela ficou com uma cor rosa claro.

"Eu-"

Ela foi interrompida pelo dedo longo dele contra seus lábios, calando-a automaticamente. Eles estavam tão perto de um ao outro para que pudessem ouvir suas respirações se entrelaçando. Eles podiam sentir as emoções um do outro girando junto.

"Você está com saudades de mim?", ele finalmente disse depois de um pequeno silêncio. Ela apenas olhou para ele. Olhou para seus lindos olhos que parecem atraí-la cada vez mais. Olhe para a pele de porcelana que ela ansiava tocar.

Olhando para o homem que ela amava.

A quem ela amava tanto.

Mas nunca poderia ter feito isso.

"Preciso tomar um banho", ela disse interrompendo o transe e deixando-o sozinho na sala no banco do piano. Ela não sabia como encontrou coragem para se levantar e ir embora. A maneira como ele olhava para ela era tudo o que ela sonhava. O jeito que ele cheirava, o jeito que ele a tocava. Era como um vício que ela finalmente encontrou novamente, mas se privou dele.

Mas ela sabia que ele não poderia sentir o mesmo por ela.

Ele nunca poderia amá-la do jeito que ela o ama.

Ele nunca poderia descobrir.

Ele nunca poderia descobrir o quão fraca ele a torna.

Tom ficou sentado no banco apenas com uma cara perplexa.

Não pelo motivo de ela ter ido embora.

Pela sensação incomum em seu peito.

Um que ele nunca havia sentido antes.

Isso machucava.

Fate | T. Riddle - PortuguêsOnde histórias criam vida. Descubra agora