Capítulo 10

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Gente, eu realmente gosto quando você comentam, me dá ânimo de postar. Mas ultimamente vocês não andam comentando tanto nessa história e isso me deixar desmotivada pra postar aqui, então deem estrelinha e comentem, por favor! Ainda mais na reta final da história.

Capítulo 10

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Capítulo 10

Trilha Sonora: Don't Let The Sun Catch You Crying - Ray Charles & O Christmas Tree - Gideon

Azor

Observava a expressão firme de Cordelia durante o interrogatório, sentindo a turbulência emocional que permeava a sala de audiências, enquanto eu sentia a sua inquietação e nervosismo me afetarem da mesma maneira. Era estranho sentir todas as suas angustias e sentimentos, de maneira que eu queria apenas a tirar daqui, a deixando longe de todos os presentes que a fazem se sentir assim. Mas eu não podia e isso me matava por dentro. Meus punhos estavam cerrados, resistindo à vontade de confrontar os pais dela ali mesmo. Mas, sabia que esse não era o momento, por isso, permaneci quieto, calado, observando tudo com atenção e toda cautela possível, usando de meu autocontrole pra me manter firme.

— Senhorita Liguori, você não considera irresponsável abandonar sua família assim? — O advogado insistia, tentando pintar Cordelia como a única culpada em toda aquela situação.

Senti a raiva borbulhando dentro de mim, mas meu olhar se manteve fixo em Cordelia, oferecendo-lhe um apoio silencioso, acenando levemente, como que querendo a lembrar de que estava aqui por ela. Quando ela desviou o olhar, se voltando para o homem que a fazia os mais absurdos questionamentos, meus olhos sozinhos seguiram até onde o casal de roupas inadequadas ao século, assim como uma postura prepotente e um desdém nos olhos ao encararem a filha deles, era quase palpável; nada se assemelhando a minha mulher, inclusive no carácter deles, que eu já sabia ser falho. Olhá-los ali era um tormento enquanto eu sentia uma vontade gigantesca de me levantar e gritar com os malditos, por isso eu lutava para manter a calma diante da injustiça que cometiam contra a própria filha, a fazendo estar ali enfrentando toda essa merda.

Não é um abandono. — A resposta firme de Cordelia ressoou na sala e seus pais acabaram se erguendo, exaltados a reclamar.

Por isso, a juíza interveio, pedindo para se calarem e para que Cordy continuasse, mas a tensão persistia. O interrogatório prosseguiu, cada pergunta parecendo uma investida contra a decisão de Cordelia, o problema nisso tudo era que parecia não tentar convencer só a júri, mas também queriam convencer Cordy do que diziam, queriam fazer com que ela acreditasse que estava errada, querendo criar nela culpa por todo aquele cerco. A expressão dela permanecia séria, opaca e quase indiferente, o que eu sabia que era uma mentira completa, porque apenas eu estava lá quando ela desabava depois de sessões como essa, era eu que a envolvia em meu abraço a consolando e dizendo o contrário do que repetiam ali, sempre clicando na mesma tecla para entrar na cabeça de minha garota, mas ali, em frente a todos ela permanecia inabalável — pelo menos em seu exterior — e eu admirava sua força mesmo em meio à tempestade emocional e toda essa tortura.

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