seventeen.

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Os dias se passavam em silêncio, porém, só na cabeça de Carolina

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Os dias se passavam em silêncio, porém, só na cabeça de Carolina.

A cada madrugada sem dormir, Carolina se notava cada vez mais absorta em sua própria mente, diversas vezes se sentindo sufocada com tantos pensamentos simultaneamente. Era impressionante como os dias pareciam tão tediosos e exaustivos, mas a madrugada uma boa hora para se afundar em seus mais profundos segredos, confissões e traumas. A morena detestava relembrar tamanhas decepções, como também agora se detestava por se submeter à tais situações que consequentemente, resultavam nas decepções.

Após a visita à casa de Grigio, toda santa noite Carolina se queixava se deveria ir até o endereço, e fazê-lo pagar por tudo o que um dia fez ela sofrer, mas como poderia ter tanto sangue frio que exigia tal maldade? Ela não conseguiria, não era capaz, não tinha forças nem para sua vingança. Apesar de ainda doer, ainda se sentir usada e inútil, tal como seu ex namorado a denominava, ainda não era capaz de machucar nem mesmo um ser humano tão desprezível quanto o moreno. Ela estava propícia a seguir sua vida ignorando-o para sempre, contanto que não se sentisse assim mais. Mas sem sucesso. Toda noite ela se sentia assim.

Usada, inútil, fraca, desistente, horrível.

Sua rotina é constituído em um café da manhã (quase na hora do almoço) em um silêncio ensurdecedor, pula o almoço, fica deitada no sofá de sua sala divagando enquanto não constitui pensamentos sólidos pela tarde toda. A noite sai para alguma boate com Vanessa ou Livia, consequentemente pulando também a janta (ou melhor dizendo, sua janta era gin e diversas outras bebidas), e durante a madrugada, depois de várias horas deitada, dormia chorando enquanto estava pensando em sua vida inteira. Infelizmente foi preciso de apenas um dia caótico assim se tornar algo comum em seu dia a dia, e agora, tão fundo em meio à sua própria tristeza, não sabia mais como sair disso.

Não tinha forças o suficiente para contatar socorro para alguma amiga, o que falaria afinal? "Socorro! Meu próprio eu está praticando tortura psicológica comigo!" Não sabia exatamente qual o motivo de sua falta de vontade de existir no momento, mas sabia que precisava sair dessa, só que... Não conseguia.

Cada noite a exaustão tomava cada vez mais conta de Carolina, mas ainda assim, suas madrugadas perturbadas se faziam presentes sem falta alguma, o que sempre perturbava a morena. Mas afinal, tinha algo a se fazer em relação à isso? A resposta circulava em sua mente todas as madrugadas. Sim.

Mas quem disse que ela conseguiria?

À contragosto, começou a se adaptar com a vida que agora levava, apesar de ser desgastante e não ver futuro algum nisso, já não sabia como parar, se encontrava em um trem sem freio, não tinha mais o mesmo controle sobre suas vontades e pedidos, e odiava estar perdida assim.

Não foi necessário que Carolina desabafasse com ninguém, já que se fosse, provavelmente ela já seria um caso perdido. Suas amigas mais próximas notaram a mudança da fisionomia e pela falta de alimentação e o distanciamento da amiga, que só aceitava sair com as duas durante a noite, e que sempre que se ofereciam para dormir na casa dela ou era convidada para dormir na casa de uma das duas, era prontamente negado. Era estranho tal comportamento vindo de alguém tão sociável como a morena é, e Lívia e Vanessa a conhecendo bem, sabiam que algo estava muito errado nessa história, e também sabiam que Carolina só contaria em um caso de vida ou morte.

𝐄𝐋𝐎𝐐𝐔𝐄𝐍𝐂𝐄 - 𝐘𝐚𝐬𝐦𝐢𝐧 𝐁𝐫𝐮𝐧𝐞𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora