7.

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• Vitória •

Saí da cozinha com uma garrafa de água e me joguei no sofá.

— Vih. — Clara me chamou descendo as escadas.

— Fala, clarinha.

— Talvez você não goste da notícia, mas você vai precisar voltar a ser fotógrafa do Teto.

— Quê? Por quê?!

— O Wiu achou um fotógrafo pra ele e a Sabrina saiu, então você vai ter que voltar a trabalhar com ele.

— Que puta.

— Oi pra você também, Vitória. — Wiu entrou no qg

— Que bom que você ouviu, puta. Não era você que falava que eu era braba no meu trampo?

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas você é braba mesmo. — Subiu as escadas.

— Continua sendo uma puta! — Gritei pra ele ouvir.

— Eu sei, obrigado. — Gritou também.

— Tá tudo bem pra você? — Perguntou

— Não né, mas eu não posso fazer nada, é o meu trabalho.

— Amanhã vocês já viajam pra São Paulo.  — Assenti.

— Eu sei. — Me levantei. — Vou pra casa então, ainda tenho que arrumar minha mala. Tchau.

— Tchau, Vih. Boa viagem pra vocês

— Brigada, manda beijinhos pro Caiê pra mim.

...

— Bom dia, gente. — Cheguei no aeroporto e encontrei eles na frente me esperando.

— E aí, Vih. — O Teto falou e sorri falso.

— Não pense que eu vou ficar normal com você só porque voltei a ser sua fotógrafa. — Levantou as mãos em rendição.

— Acordou de bom humor hoje, né? — Wiu falou

— Acordar cedo não é pra mim.

— Vamo entrar então, galera. — Alguém da equipe falou e fomos fazer o check in.

O vôo foi tranquilo, tentei evitar o Teto o máximo possível, mas quando não dava, tentei ser legal como o Tuê falou. Não foi tão fácil, já que criei um ódio por ele.

Terminei de colocar meu brinco e peguei minha câmera pra descer. Sai do quarto e o Teto saiu do dele também. O que o destino tem contra mim, meu Deus?!

— Tá bonita. — Chamei o elevador

— Fala isso pra sua namorada.

— Fico feliz que aceitou ser minha fotógrafa de novo. — Entramos no elevador.

— Mas sua namorada talvez não.

— Não e tudo sobre ela.

— Você quis que fosse, então tá sendo. — Falei deixando o elevador num completo silêncio. Logo o mesmo abriu e saímos indo pra van.

— Ué, por que vieram juntos? — Nox perguntou.

— Coincidência. — Falei me sentando no fundo da van.

...

Segui o Teto até o lado do palco, ele seria o próximo a entrar. Decidi tirar fotos de cima do palco hoje então foi o que eu fiz.

O show terminou e fui pro camarim.

Sentei no sofá pra ver as fotos e apagar algumas.

— Quer? — Teto perguntou se referindo a um copo de energético na mão dele.

— Valeu. — Peguei da mão dele e se sentou do meu lado. — O que foi? — Encarei

— Nada. — Falou e voltei a atenção pra minha câmera. — Você não sente saudades?

— Quê?

— Você não sente saudades de nós?

— Por que essa pergunta agora? Não quer que eu jogue na sua cara o que você fez, né?

— É só uma pergunta, mas se não quiser responder... — Fiquei quieta por alguns segundos.

— As vezes eu paro pra pensar tudo o que a gente viveu, e até sai um sorriso bobo da minha boca, mas dai eu lembro do que você fez.

— E tem chance de você me perdoar?

— Se tiver, são bem baixas. E terminar com a Sabrina por mim nem vai adiantar nada. Você ama ela, não ama?

— Amo. — Sorriu.

— Vocês combinam mais.

— Você acha? — Assenti e ele sorriu fraco. — Eu não sei se acho isso.

— Como vocês começaram a namorar? — Perguntei.

— A começou a se aproximar, depois a sair e teve um dia que a gente ficou e foi rolando até a gente se considerar namorados, mas ainda não teve o pedido.

— Foi tão rápido assim pra me esquecer.

— Eu nunca esqueci de ti

— Então por que?!

— Eu só quis seguir minha vida, assim como você seguiu a sua.

— Era o melhor pra mim. E a ideia de terminar foi sua!

— E a da promessa foi sua, então não tem por que você ficar braba comigo!

— Não?! — Aumentei a voz. — Você me iludiu e não tem motivo pra mim ficar braba com você. Teto, você não pensa? Quer consertar as coisas, mas só tá piorando. — Voltei a atenção pra minha câmera.

— Foi mal. — Se levantou. — As vezes eu acho que não penso mesmo, algumas coisas saem sem querer. Você tem muitos motivos pra não me perdoar, mas espero que um dia me perdoe. — Ignorei.

Ele só acha que não pensa? Não pensar é coisa de homem é óbvio que ele não pensa.

Saiu dali me deixando sozinha finalmente.

Poesia 2 | Teto Onde histórias criam vida. Descubra agora