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Capítulo Onze.

Não pôde descrever o tamanho da surpresa que vivenciou ao avistar as sombras de Alastor, que lançavam uma divindade à metros de distância.

Não que duvidasse da força do demônio, é claro. Sabia que Alastor era forte! Mas, não podia deixar de se preocupar um pouquinho (muito), afinal, aquele adversário não era um anjo qualquer.

Se foram apenas alguns segundos para que o anjo processasse o ocorrido. Recobrando seus sentidos, movido inteiramente pela raiva, Azrael avançava ferozmente na direção de Alastor.

Iria matá-lo.

Sua fúria era tanta, que sequer notou o Rei do Inferno voando poucos metros acima do demônio.

~
Estava morto.

Mortinho da Silva!

Conseguiu morrer até depois de morto! Alastor merecia aplausos por tal façanha.

O anjo avançava em uma velocidade absurda e feroz na direção do demônio, e a expressão de ódio explícita naquele rosto angelical não era nada reconfortante.

Lastimavelmente, não teria tempo suficiente para se fundir com a própria sombra e desaparecer, assim como fez na batalha contra Adão.

Dessa vez, o anjo o acertaria em cheio.

Já começava refletir sobre como seria a escritura de sua lápide infernal. Talvez um... "Aqui jaz o Demônio do Rádio", em letras garrafais?

Cerrando os olhos, o demônio se preparou para o impacto do ataque brutal que sofreria.

Ele esperou por alguns momentos que a dor da pancada se alastrasse por seu corpo.

Mas, a colisão nunca veio.

Abrindo os olhos, Alastor se deparou com o cajado angelical à centímetros de si.

Buscando algum esclarecimento, notou que os olhos dourados do anjo estavam voltados para... o chão?

Abaixando seu olhar, o demônio encontrou um chapéu branco e familiar bem na sua frente.

- Lúcifer? - Ditou, tentando processar a linha de acontecimentos.

Segundos após uma experiência de quase morte, Alastor sentia-se confuso.

Precisava repassar os acontecimentos.

Recapitulando, o primeiro evento que trespassou por seus pensamentos, foi a ordem de Lilith. Com sua alma vulnerabilizada nas garras da Imperatriz Infernal, Alastor não tinha outra saída, precisava acatar sua ordem e esvaziar o hotel. A reunião dos Overlords foi um ótimo imprevisto para que Charlie e Lúcifer partissem. Dessa forma, não foi difícil forjar uma desculpa qualquer para que mandasse Husk e Nifty juntos com o rei e a princesa.

Posteriormente, foi surpreendentemente ainda mais fácil fazer com que Angel Dust e Cherry Bomb deixassem o hotel para curtir em bares, boates e afins.

Contudo, foi uma exorbitante quebra de expectativa para si mesmo quando presenciou um único anjo, extremamente forte, revelando-se através do portal dourado. O exército dos pecadores de Rosie seriam inúteis e dizimados pela força da divindade, portanto, deixou que partissem na primeira oportunidade que a divindade os concedeu.

Dessa maneira, o demônio tinha a consciência de que era simplesmente impossível que o Hazbin Hotel saísse ileso e intocado. Sua destruição parcial era inevitável. Alastor não tinha poder suficiente para defender o hotel de todos os ataques e, na verdade, sequer tinha motivos para fazê-lo.

O máximo que estava ao seu alcance, era agir como uma isca irritante e esperar que a ajuda chegasse.

E, apesar da experiência fatalmente perigosa em arremessar uma divindade, seu plano funcionou!