Capítulo Nove.

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- Husk? - Chamava Lúcifer, ainda risonho com os pulinhos frenéticos de empolgação de Charlie - Cadê o Alastor? Nós temos que ir.

- Temos que ir mesmo, se não ela vai explodir. - Concordava Vaggie apontando para sua namorada eufórica e saltitante.

- Patrão disse que vai atrasar. - Explicava Husk, dando longos goles no gargalo de uma bebida qualquer que achara no galpão - Mandou que eu e Nifty fôssemos em seu lugar.

- Você e Nifty? - Questionou desconfiado, assistindo a mesma sorrir maleficamente enquanto aproximava a lâmina de um inseto próximo - A NIFTY?

- A Nifty. - Afirmava o demônio, também receoso quanto ao comportamento da pequena - Ele disse que ela precisa sair um pouco.

- Então... Não podemos esperar? - Perguntou o loiro ao mesmo tempo que desviava seus olhos para a porta de entrada, desejando que o demônio aparecesse logo.

- Sem chances. - Discordou Vaggie apontando, novamente, para a exaltação de Charlie e o brilho nos olhos da mesma - Se esperarmos mais um pouco, ela vai estourar.

- Ele disse que vem depois. - Ditou Husk, dando de ombros e se afastando do hotel.

Empolgada, sorridente e tagarela, Charlie o seguiu. De qualquer modo, a loira sabia que, no fundo, toda essa animação não se passava de uma fachada bem feita, que tinha a finalidade de ocultar seus contínuos pensamentos ruins acerca do resultado da reunião. Outra problemática que contribuia com sua aflição, era a ausência de Alastor, mesmo que temporariamente.

Alheia aos sentimentos mais profundos de Charlie, Vaggie abriu um sorriso em demonstração de orgulho, deslizando uma mão pela cintura da loirinha animada. O projeto de sua namorada, enfim, estava tomando reconhecimento.

Hesitante, Lúcifer os seguiu.

Contudo, poucos segundos após a partida do grupo, Angel e Cherry saíam apressados, felizes e aos tropeços do hotel. Por algum motivo desconhecido, o Demônio do Rádio havia feito um ato benevolente emprestando-lhes uma quantia generosa de cédulas para que farreassem em bares, boates e botecos.

Será que a proposta do Hazbin Hotel estaria funcionando até mesmo no demônio?

Ao longe, escorado em uma das janelas do estabelecimento, aquela sombra sorridente espreitava silenciosamente o plano de Lilith concretizar-se.

O Hazbin Hotel estava ficando vazio.

~
- Então... Quem cortou?

A voz firme com um toque de sutileza ecoava, sozinha, pela sala silenciosa.

Apenas uma ida ao banheiro e seu patinho de borracha, feito por suas próprias mãos, se encontrava com a cabeça decepada. O demônio que cortou a cabeça do seu patinho iria pagar bem caro pela ousadia de achar que poderia encostar em alguma invenção sua e, ainda, sair ileso.

- Fui eu pai. - Declarava Charlie, pedindo aos céus que encerrassem aquela discussão e prosseguissem com algo verdadeiramente relevante - Me desculpa, eu não-

- Não. - Negou o Sr. Morningstar - Não foi você. Quem foi?

- Certo... Deixe-me ver se compreendi. - Articulava Vox, lançando olhares questionáveis para os outros Vees - O senhor está bravo por conta de um... Brinquedo?

- Não é um brinquedo! - Os três Vees estremeceram por completo ao vislumbrarem a súbita mudança de ouro para vermelho vivo nas orbes do Senhor do Inferno - A menos que alguém consiga um pato amarelo, que dê cambalhotas e lance fogo numa distância aproximada de três metros, essa reunião não começará.

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