07 ─ Testemunha.

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O clima dentro do carro era pesado enquanto eu dirigia pela estrada inundada pela chuva crescente

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O clima dentro do carro era pesado enquanto eu dirigia pela estrada inundada pela chuva crescente. Os trovões rugiam alto no céu, competindo com o som dos pneus contra o asfalto molhado.

Yeonjun estava ao meu lado, tenso e encolhido no banco do passageiro, seus olhos fixos na janela embaçada pela chuva incessante. Seus dedos estavam rigidamente agarrados ao assento, denunciando sua tensão.

Lancei-lhe um olhar de soslaio, notando a expressão sombria em seu rosto. ── Você parece um gatinho assustado. ── provoquei, meu tom carregado de sarcasmo. ── Não me diga que tem medo de uma simples chuva.

Desde o momento de mais cedo com Beomgyu e sobre o assunto de chuva, percebi que havia algo de errado com Yeonjun, apenas um tolo não perceberia, mas eu queria ir a fundo, queria que ele me contasse com todas as letras, apesar de ter total noção de que ele não me deve nenhum tipo de explicação.

O piloto apertou os lábios, resistindo ao impulso de retrucar. Conhecia bem essa dinâmica entre nós dois. Optei por me concentrar na estrada e no GPS, ansioso para chegar logo à casa dele e acabar com aquela situação desconfortável.

Após alguns minutos de incomodidade, a mansão de Yeonjun surgiu à vista, imponente e majestosa, digna de um piloto de seu calibre. O encarei de forma descarada, observando seus olhos arregalados e gotículas visíveis de suor se formando em seu pescoço.

── Entre e espere a chuva passar. ─ ditou baixo, se livrando do cinto de segurança e caminhando para dentro, me deixando só dentro do veículo.

Sem opções, adentrei a casa, maravilhado com a opulência do lugar. Meus olhos percorreram os corredores adornados com troféus brilhantes e obras de arte luxuosas. Estava impressionado, Choi Yeonjun possuía quadros caríssimos espalhados pela casa, fazendo com que minha visão sobre ele mudasse um pouco, visto que eu pensava que seu mundo girasse em torno da fórmula 1.

No entanto, foi uma fileira de capacetes alinhados em uma prateleira que chamou minha atenção. Sete capacetes perfeitamente dispostos, cada um contando uma história de vitória. Mas havia um espaço vazio, um oitavo capacete ausente.

── Falta um. ── comentei, apontando para a lacuna na prateleira e virando meu corpo para encarar o rapaz que me observava em silêncio.

Yeonjun lançou um olhar confiante para os capacetes. ── Ainda vou conseguir o oitavo capacete, espere um pouquinho . ── murmurou, sua determinação evidente em sua voz.

A chuva lá fora intensificou, transformando-se em uma tempestade furiosa, me deixando assustado também. Yeonjun decidiu se retirar para o quarto, caminhou cabisbaixo para o outro cômodo deixando-me sozinho na sala de estar, então aproveitei para observar o ambiente com mais calma.

── O piloto 44 realmente têm muita história pra contar. ── pensei sozinho enquanto olhava para uma pequena foto no moldura. A fotografia se tratava de Yeonjun pequeno em uma pista de kart, ao seu lado, havia uma senhora na casa dos 50.

Logo ao lado da foto havia um artigo impresso e emoldurado. Agarrei a moldura e comecei a ler a manchete:

"Acidente chocante no mundo da fórmula 1: Piloto Choi Yeonjun quase perde a vida após rival capotar carro intencionalmente durante a última corrida do campeonato de 2019."

Abaixo da notícia havia a foto do ocorrido, um carro vermelho completamente destruído e o asfalto com aquele aspecto assustador, molhado e repleto de sangue.

Entendi agora o motivo da palidez de Yeonjun dentro do carro, entendi porque ele me expulsou no outro dia, entendi seu medo. Compreender as suas ações e seu comportamento me causou uma súbita vontade de abraça-lo, e isso fez eu me sentir estranho.

Após alguns minutos de silêncio tenso e pensamentos incessantes, decidi verificar como ele estava. Subi os degraus da escada de forma silenciosa e por sorte o seu quarto era a primeira porta. Encontrei-o deitado sem camisa sob as cobertas, tremendo violentamente. Me aproximei da cama e sem pensar duas vezes toquei sua pele que estava ardente devido à febre. Meu coração se apertou de preocupação. Ver o Choi frágil daquela forma não era nem um pouco divertido.

Foi então que notei a cicatriz proeminente em seu peito, uma marca que contava uma história de dor e sobrevivência. Instintivamente, deslizei os dedos sobre a cicatriz, sentindo a pele áspera. Me ajoelhei ao seu lado e o observei mais de perto. Dessa vez sem medo de ser pego no flagra, visto que estava só nós dois ali, me senti livre para verificar todos os detalhes de seu rosto.

Tive um déjà vu de quando o vi no aeroporto pela primeira vez. É engraçado pensar que eu fiquei irritado por causa de sua beleza. Sim Yeonjun, fiquei irritado por você ser o primeiro homem que eu desejei desde a primeira troca de olhares.

Continuei reparando sua fase e me senti preso assim que fixei meus olhos em seus lábios rosados e bizarramente convidativos.

── Você é tão desenhável. ─ murmurei me aproximando ainda mais.

Remexi meu corpo sob o chão e então me preparei para algo que jamais imaginei fazer.

── Isso será algo que só a lua e os relâmpagos serão testemunhas. ─ sussurrei contra o mais velho.

Sem pensar muito, deixei meus instintos guiarem minhas ações. Inclinei-me sobre ele, minha mente turva pela intensidade do momento. Minha mão suavemente acariciou sua bochecha, sentindo o calor febril irradiar de sua pele. Então, em um ato de impulso, meus lábios encontraram os dele.
Foi um beijo suave e hesitante, carregado de sentimentos estranhos. O tempo parecia congelar enquanto eu me entregava àquele momento de intimidade inesperada.

Os olhos de Yeonjun se abriram lentamente, revelando um brilho assim que um relâmpago iluminou o quarto através da vidraça da janela. Ele olhou para mim com uma intensidade surpreendente, e um pedido escapou de seus lábios trêmulos:

── Me dê mais um. ── murmurou com a voz fraca e rouca.

Por um momento, hesitei, atordoado pela intensidade do momento. Mas então, impulsionado pela coragem que vinha de algum lugar dentro de mim e pelo medo de me arrepender, abaixei a cabeça e pressionei meus lábios nos dele.

── É claro que eu não te negaria isso. ── pensei enquanto eu sentia seu calor.

Foi como se o mundo ao nosso redor desaparecesse, deixando apenas nós dois. Eu não sabia se aquilo estava certo, mas eu estava gostando.

Nossos lábios se moveram em perfeita sincronia, explorando cada centímetro um do outro, como se estivéssemos buscando a cura para todas as nossas feridas. Suas mãos se perderam em meu cabelo, puxando-me para mais perto, enquanto as minhas deslizavam pelas suas costas, memorizando cada músculo tenso sob sua pele.

Eles vão dizer que eu fiz algo ruim. Mas então por que isso é tão bom?

 Mas então por que isso é tão bom?

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Continua...

Starboy  ─  Yeonbin.Onde histórias criam vida. Descubra agora