11 ─ Só talvez.

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recomendação: coloquem uma música bem tesuda ☝🏻💋

Magnífico

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Magnífico

Nunca tive um interesse genuíno em arte. Sempre considerei todas aquelas pinturas, esculturas e afins entediantes, já que sempre estive mais envolvido com os motores dos carros. No entanto, aquela visão, aquela perturbadora visão que me atingiu assim que entrei naquela galeria, me forçou a entender o significado de Arte.

Simplesmente se tratava de Choi Soobin.

Depois de adentrar cautelosamente, passo a passo, sobre o piso polido, deparei-me com Soobin de frente para o quadro cujo conteúdo ainda não conhecia.
Avancei lentamente em direção ao rapaz, meus passos eram quase imperceptíveis. Com cada movimento gradual, meus olhos examinavam detalhes até então desconhecidos.

Ao observar a pintura, meus olhos percorreram cada detalhe, absorvendo as linhas e cores cuidadosamente traçadas. Então, meu olhar se deteve no rosto retratado, e uma onda de choque percorreu meu corpo ao perceber que era o meu próprio rosto ali representado. Uma mistura de surpresa e curiosidade se misturou em meu interior, deixando-me intrigado com a razão por trás daquela representação inesperada.

── Têm certeza que não quer que aquele incidente se repita? ─ questionei em meio ao silêncio do local.

Caminhei em direção ao loiro, meu coração ainda pulsando com a surpresa da descoberta da pintura. Cada passo era firme, mas também carregado de curiosidade e uma ponta de ansiedade para compartilhar minha descoberta com ele. Meus olhos buscavam os dele, ansiosos para trocar pensamentos e interpretações sobre o que acabei de testemunhar.

── Vamos, diga algo. ─ pedi afoito, mantendo uma distância mínima entre nossos corpos.

Soobin permaneceu em silêncio, seu rosto revelou uma mistura de terror e surpresa. Seus lábios estavam cerrados, e seus olhos fixos em mim, absorvendo cada detalhe com uma intensidade silenciosa. Seu semblante transmitia uma profunda reflexão interior, enquanto ele processava a minha presença.

── Não é o que parece. ─ disse finalmente.

Enquanto observava Soobin tentando sair desse situação, meu próprio mundo interno fervilhava com pensamentos e emoções conflitantes. Lembranças de momentos compartilhados com ele dançavam em minha mente, desde risadas discretas até o momento em que senti seus dedos dedilhando minha cicatriz, como se ele tivesse sentido a dor junto comigo. Um debate interno se desenrolava, enquanto eu tentava entender a complexidade dos meus sentimentos em relação a Soobin: o que diabos eu estou fazendo aqui? Era o que martelava minha cabeça.

Foi só um beijo.

Já beijei muitas bocas, então porque é a primeira vez que sinto meu interior formigando assim?

Bom, só há um jeito de descobrirmos. Tentando de novo.

── Permita-me fazer isso direito. ─ disse afoito, me aproximando sem medo. ── Por favor...

Avancei lentamente em direção a Soobin, meus olhos buscando os dele com uma mescla de nervosismo e antecipação. Cada passo que eu dava era cuidadosamente calculado, ponderando sobre o que estava prestes a acontecer. A proximidade entre nós crescia a cada instante, fazendo meu coração martelar dentro do peito. À medida que eu me aproximava, a eletricidade no ar parecia intensificar, preparando o terreno para o momento iminente.

Segurei o Choi firmemente pela cintura, surpreendendo-o com minha ousadia. Com cuidado, o coloquei sentado sobre a mesa mais próxima, nossos olhares se encontrando intensamente. Num impulso, inclinei-me para frente e suavemente juntei meus lábios aos dele, sentindo uma onda de calor e eletricidade percorrer nossos corpos.
Cada movimento dos nossos lábios era acompanhado por suspiros entrecortados e gemidos abafados, revelando a intensidade do nosso desejo mútuo. Nossos corpos se pressionavam um contra o outro, buscando calor e proximidade, enquanto as mãos exploravam os contornos e curvas um do outro de forma provocante. Era um beijo que incendiava os sentidos e nos consumia em chamas de pura luxúria.

── Desgraçado... ─ murmurou assim que puxei seus lábios avermelhados.

Eu sabia que não era um xingamento de raiva. Soube assim que suas unhas arranharam minhas costas por debaixo da camisa.

Eu podia sentir o calor do seu corpo contra o meu, como se estivéssemos fundidos em um só.

Depositei um último selar em seus lábios entreabertos e continuei ali, sem me afastar um único centímetro. Afastei os fios loiros em sua testa e o admirei de perto, tendo a consciência limpa porque o achei estupidamente lindo assim que o vi naquele aeroporto.

── Como encontrou esse lugar? ─ questionou baixinho enquanto escondia o rosto em meu pescoço, pude sentir sua respiração quente contra a minha pele, me causando arrepios e sensações novas.

── Eu tenho meus meios. ─ respondi convencido.

── Bobo, eu sei que foi o Beomgyu. ─ disse me desmascarando. ── Todos os pilotos são mentirosos assim?

Sorri derrotado, procurando uma resposta.

── Eu sou o mais fiel, posso te garantir. ─ falei simplista, abraçando seu corpo ao meu com mais força.

Ficamos alguns minutos em silêncio, ouvindo apenas nossas respirações cansadas e as batidas frenéticas de nossos corações. Graças a quietude, pude ouvir um trovão que fez com que Soobin me apertasse contra si. Seus braços eram grandes, quentes e acolhedores, pela primeira vez, desde o acidente, eu não havia me assustado com o raio.

── Ei... ─ chamou enquanto se ajeitava sobre a mesa e colocava as duas mãos ao redor de meu rosto. ── Sua cicatriz parece um raio.

Sua última afirmação me causou uma expressão de confusão, então ele voltou a dizer:

── Elas formam um caminho na sua pele, feito um raio no céu, sendo assim, você é como um deus do trovão, não deve sentir medo ou se lembrar daquele dia, ok? ─ explicou me olhando nos olhos, como se eu fosse uma criança.

Não pude deixar de soltar uma gargalhada. Céus, eu estava me sentindo tão leve com ele ali, na minha frente, capturando todos os meus detalhes.

── Primeiro de maio de dois mil e dezenove. ─ anunciou pausadamente. ── Obrigado por não ter morrido, Choi Yeonjun.  Você está me dando a oportunidade de conhecer um homem incrível. Porque sim, se você permitir, eu gostaria de conhecê-lo melhor.

Eu nunca imaginei que alguém pudesse me ver daquela maneira, enxergar através das minhas cicatrizes e encontrar beleza nelas. Com um sorriso nos lábios, eu respondi:

── O que exatamente você gostaria de conhecer, anjo? ─ questionei em tom óbvio de diversão, apertando suas coxas ao redor de meu quadril.

Senti a proximidade de Soobin, seu calor irradiando e envolvendo meu corpo. Seus lábios roçaram suavemente no meu ouvido, e sua voz doce e melodiosa me atingiu.

── Talvez, só talvez, o seu quarto e os outros detalhes de seu corpo. ─ respondeu baixinho, entrando na brincadeira.

Continua...

Starboy  ─  Yeonbin.Onde histórias criam vida. Descubra agora