Ꮚ
A viagem começou em silêncio, o tipo que pesa sobre você como uma neblina densa. Eu sabia que a tensão entre nós seria inevitável, mas, honestamente, eu estava esperando algumas piadas e tentativas de conversa vindo do piloto.
Lancei-lhe um olhar discreto, constatando que, apesar do nosso ódio mútuo, eu desconhecia até mesmo seu nome.
── Seu número? ─ Indaguei, rompendo o silêncio.
── Acabamos de nos conhecer e você já quer meu número, anjo? ─ Questionou em tom de brincadeira, curvando os lábios volumosos em um sorriso irritante.
── Idiota. ─ Disse baixinho. ── Qual é o seu número como piloto?
── Você teve a oportunidade de pedir o meu número de telefone, ao invés disso, preferiu saber o número que eu carrego como piloto? ─ Perguntou, forçando uma falsa chateação.
Admito que a aversão já se fazia presente, mas havia algo curiosamente cativante em nossa troca de farpas. Eu gostava.
── Eu posso conseguir o seu número de celular em outro momento, por agora, apenas me responda o seu número de piloto. ─ Disse simplista, esperando pela resposta.
── 44. ─ finalmente revelou.
Após ouvir o tão esperado número, retirei o celular do meu bolso e liguei os dados móveis para identificar seu nome através do número fornecido, entretanto, ele não pôde conter uma risada profunda diante da minha ação.
── Vai pesquisar o meu número de piloto no google pra descobrir o meu nome? ─ Implicou assim que percebeu a aba do google aberta em meu celular. ── Era mais fácil ter perguntado desde o início, anjo.
Permaneci em silêncio, um tanto envergonhado e arrependido de ter iniciado esse diálogo.
── Choi Yeonjun, 25 anos, meu signo é virgem e eu sou o piloto com mais títulos mundiais da história da fórmula 1, satisfeito? ─ Disse em tom de autoelogio.
Bom, já que recebi essas informações de bandeja, devo fazer uma boa análise, certo? Seu nome é bonito, 25 anos é uma idade incrível, e a quantidade de títulos que ele possui me faz imaginar que é um talentoso ganhador desde muito jovem.
Enquanto ele dirigia, eu me perdi nos meus próprios pensamentos, questionando por que tinha aceitado essa carona em primeiro lugar. Por que diabos meu pai não me buscou? Ele nem trabalha tanto assim. De certa forma, eu imaginei que passar longos trinta minutos dentro do carro com Yeonjun talvez pudesse suavizar a forma exagerada que nos conhecemos, mas o cheiro dele impregnado em cada canto do carro tirava a minha concentração.
Repentinamente a chuva começou, leve no início, mas logo se transformou em um dilúvio que tornou difícil ver além do para-brisa. Notei que Yeonjun começou a se agitar ao volante, sua postura antes relaxada agora rígida, e suas mãos apertavam o volante com força. Eu estava prestes a fazer um comentário mordaz sobre sua habilidade de dirigir, mas algo em sua expressão me fez hesitar. Havia um vislumbre de pânico que eu nunca tinha visto antes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Starboy ─ Yeonbin.
Fiksi Penggemar* Em andamento. Existem dois tipos de paixão; a recíproca e a não recíproca. Choi Yeonjun é um piloto de fórmula 1 com síndrome de Ayrton Senna. Nunca soube respeitar os limites de velocidade. E, de certa forma, a paixão que ele tem pelos automóvei...