01 ─ Fascínio.

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Moscou, Rússia.
Tempos atuais.

 Tempos atuais

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Êxtase.

Estado em que sempre me encontro após terminar de pintar um quadro onde não tinha expetativa nenhuma de sucesso.
Observei cada traço do quadro e então olhei para os pequenos frascos de tintas espalhados pela mesa. O cheiro que impregnou em todo o cômodo, de certa forma, não me incomodava nem um pouco. Me sentia enfeitiçado pelas cores vibrantes e pela forma de como as cerdas do pincel deslizavam sob a superfície plana do quadro.

── Seu vôo é daqui a duas horas, não acha que está calmo de mais para voltar aos negócios da galeria? ─ questionou Nadine, minha colega de quarto.

A senhorita Lee é uma jovem de 24 anos que cursa neurociência e que esteve ao meu lado desde que pisei em solo estrangeiro, seja para puxar minha orelha ou para dar concelhos elaborados que me deixam em estado de reflexão profunda.

── Não posso gastar minhas energias, preciso organizar toda a bagunça que meu pai fez naquele lugar enquanto eu estive aqui. ─ expliquei, deixando de lado o pincel completamente banhado de tinta vermelha.

A morena presente no cômodo se aproximou com passos curtos e se sentou no sofá ao meu lado.

── Sentirei sua falta, cabeça de cotonete. ─ expressou no momento em que arremessou um travesseiro macio em minha direção.

Agarrei a almofada e gargalhei, capturando todas as expressões de seu rosto.
Nadine é brilhante, é como uma irmã mais velha, sei que ela vai se sair muito bem sem mim.

──Nana, irei te manter atualizada, não vou conseguir ficar sem seus concelhos e broncas. Irei te mandar mensagem o dia todo. ─ avisei.

Me levantei da cadeira acolchoada, me virando de costas para a garota e arrumando meus pincéis e tintas. Encarei o quadro com um semblante decepcionado, quase que irritado. Desde que decidi estudar artes visuais, nunca consegui pintar ou esculpir um rosto humano, fracassei em todas as tentativas.
Espantei os pensamentos negativos e continuei com a tarefa de arrumar minhas coisas. Olhei para o canto esquerdo da sala e avistei Bilbo, meu gatinho preto da sorte.

── Deixe o Bilbo comigo, leve apenas o seu estoque de remédios desnecessários. ─ pediu a morena.

Ri, pois era a melhor resposta para se dar nesse momento.

── Bilbo faz parte de mim. E meus remédios não são desnecessários. ─ rebati. ── Você não reclama quando eu te empresto remédios para prisão de ventre, não é?

── Não me faça arremessar um tijolo em você ao invés de uma almofada! ─ respondeu, forçando uma expressão de raiva.

Ignorei Nadine e caminhei até meu quarto, com quadros e pinturas inacabadas e mais uma dezena de pincéis espalhados sob a pequena mesinha. Rapidamente, guiei meus pés até a gaveta da escrivaninha e retirei de lá a minha miniatura de farmácia. Sim, uma caixa repleta de drogas lícitas.

Starboy  ─  Yeonbin.Onde histórias criam vida. Descubra agora