2.3 | A Aposta

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*3 horas antes*

Assim que adentramos no estabelecimento notei que tinha poucas pessoas como sempre, visto que aquele lugar era um bar privado.

Atsumu e eu ficamos em uma mesa mais no centro, onde só tinha uma ocupada perto da nossa. O som ambiente estava agradável e percebi que Atsumu estava gostando quando sorriu olhando tudo em volta discretamente.

— Não pensei que você frequentava esses lugares. — Comenta ao sentarmos.

Eu frequento muitos lugares, Miya. — Respondo em tom de provocação que o mesmo notou e deixou um riso nasal escapar.

Pedimos nossa cerveja e então começamos a beber em um silêncio confortável, aproveitando somente a música do local que não estava muito alta, mas também não estava baixa.

Os minutos se passaram enquanto observarmos dois jovens de mais ou menos nossa idade dançarem perto do pequeno palco. Talvez eles estivessem um pouco bêbados. Atsumu os observava com mais atenção com uma expressão pensativa em seu rosto. O que ele estava pensando? Imaginando ele e um amigo? Ou ele e Kita? Prefiro nem saber a resposta.

Kita não existe no meu mundo.

{...}


— Cadê as mulheres desse bar, Kiyoomi? — Miya lamenta com uma  voz chorosa como se ele realmente quisesse saber de mulher, mas na verdade só queria me provocar e percebi isso ao notar aquele maldito sorriso em seu rosto.

Esqueci de falar? — O loiro levanta seu rosto que estava apoiado em suas mãos sobre a mesa e me olha confuso. Agora é minha vez de lhe dar um sorriso provocativo — Aqui é um bar gay. — Bebo metade do líquido de meu copo, saboreando-o junto com a expressão que Atsumu fez.

O garoto olha ao redor mais uma vez antes de pontuar:

— Agora está explicado o fato de não ter nenhum homem acompanhado com uma mulher aqui!

Acabo sorrindo com seu comentário.

Miya pega seu copo de cerveja, bebendo o líquido e pergunta, cauteloso e, como sempre, provocativo.

Por que ele tem que ser assim?!

— Você é gay?

Não. — Vamos brincar um pouco juntos então, Miya — E você?

— Também não.

Nós dois enchemos nossos copos e viramos de uma só vez, repetindo isso mais cinco vezes até ficarmos mais alcoolizados. Os copos fazem um barulho ao serem colocados sobre a mesa com um pouco de força e nós dois começamos a rir.

— Então... — O loiro inicia ao se inclinar um pouco sobre a mesa — Você gosta de mim?

S-sim. — Minha voz falha ao responder.

— Você me acha atraente... Omi-kun? — Acabou engolindo seco por causa do apelido.

Atsumu deve está mesmo bêbado para me chamar assim, e eu também por ter gostado.

Sim. Muito.

— Ah, que chato Omi-kun! — lamenta, mas desta vez ele adota uma expressão totalmente diferente. Parece até... Sugestiva e maliciosa. — Não consigo dizer o mesmo de você, já que está sempre coberto de roupas.

Fico o encarando incrédulo, logo adotando sua mesma expressão.

— Vamos fazer o seguinte — Atsumu levanta de onde estava e coloca a cadeira ao lado da minha fazendo nossos joelhos se tocarem com a aproximação. — Vamos virar mais... Dez! Dez vezes e vamos para o meu apartamento.

A Aposta - SakuAtsu/AtsuSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora